Há tempos venho defendendo a substituição da lógica do projeto para a do empreendimento na avaliação das leis de incentivo à cultura. O Estado deixaria de olhar para uma ação pontual e passaria e concentrar sua atenção no desenvolvimento de negócios culturais, planejados e sustentáveis, e sua relação com toda a cadeia produtiva.

Além de diminuir substancialmente o volume de propostas analisadas, o MinC focaria seus esforços no desenvolvimento da atividade cultural e não nessa insana operação tapa-buracos que se transformou a gestão da Lei Rouanet, um mecanismo que já se tornou motivo de chacota na imprensa e sinônimo de privilégio de poucos, perante a opinião pública.

Penso que somente uma mudança estrutural na Lei Rouanet seria capaz de alterar esse descrédito da sociedade para com o setor cultural.

Com critérios mensuráveis, como tempo de existência do empreendimento, número de pessoas envolvidas, perenidade e força das relações profissionais e trabalhistas, estágio do desenvolvimento do empreendimento e importância para a cadeia produtiva, além daqueles já inseridos no Procultura, como acessibilidade das ações e compromisso público com a atividade cultural realizada, garantiriam o melhor desempenho do mecanismo.

A vantagem desse modelo é que o patrocinador volta-se para uma relação com o empreendedor e não com o projeto, mais facilmente apropriável pelo poder econômico. O empreendedor passa a enxergar suas atividades a partir de um planejamento mais duradouro, focado em sua atividade artística e sua relação com o público, e não no patrocínio e numa relação frágil e pontual.

Para acessar o instrumento seria necessário o desenvolvimento de um plano de negócios. Com esse estímulo, os empreendedores teriam maior capacidade de enxergar sua atividade como uma plataforma de oportunidades: de linguagem, de relação com o público, de gestão e financiamento.

Isso não significa necessariamente uma subordinação da cultura a uma lógica econômica. Pelo contrário, o incentivo estatal funcionaria como um estímulo e uma garantia de sobrevida do empreendimento, mesmo sem se preocupar com o retorno financeiro a curto prazo. A economia a serviço do cultural e não o contrário.

O incentivo teria de ser por tempo limitado (5 anos, por exemplo). Dependendo da natureza do empreendimento (se a finalidade é lucrativa ou não, por exemplo) ele poderia continuar a receber os recursos, estabelecendo uma proposta de ampliação do objeto e do atendimento à população.  O acompanhamento das metas e objetivos seriam mais rígidos com esses proponentes e a ação do MinC mais qualificada, auxiliando a construir ferramentas de gestão contemporâneas, de forma colaborativa.

Disponibilizado em rede e em programas de formação continuada, o setor cultural teria condições de garantir o objetivo maior do programa, que é estruturação do setor, o estímulo à produção e a formação de redes de colaboração e circulação de arte e cultura.

Um fundo autônomo, outro instrumento que defendo há muito, muito tempo, atuaria em ações estruturantes, no investimento em infraestrutura e sobretudo em pesquisa e experimentação, estágio em que a atividade cultural ainda não se configura (nem quer configurar) como negócio.

Não devemos mais falar em área de atuação cultural, ou de fundos setoriais. Isso é coisa do século passado e serve somente para reforçar igrejinhas e sistemas de poder em torno de uma resistência que não é cultural, mas sim política e econômica.

Hoje, a produção cultural é tão sincrética que já não conseguimos definir os limites do cinema, das artes visuais, do teatro, dança, ou da música. O maracatu pra mim é melhor exemplo disso. Impossível classificá-lo, a não ser que criemos uma nova categoria de análise e financiamento. Isso geraria infinitas igrejinhas e sistemas de representação e classes estimuladas pelo Estado, além de estancar a produção cultural, que deixa de evoluir para atender aos interesses de “classes”. A atual disputa de espaço pelo MinC é um claro sintoma disso.

Os editais criados pelo Estado nos últimos anos segue uma lógica inversa aos movimentos da sociedade. Transforma linguagens artísticas em nicho de atuação política, movimentos espontâneos em atividade econômica e direitos culturais em privilégios de classe.

O Procultura está no Congresso e é lá que deve seguir sua trajetória, com debate público qualificado e propostas concretas de alteração do texto da Lei. Um novo começo de conversa.


Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

18Comentários

  • RafaCoelho, 10 de abril de 2011 @ 15:51 Reply

    Muito bom! Acho importantíssima essa mudança de enfoque. Ver os projetos artísticos como verdadeiros Empreendimentos Culturais que usufruem dos mecanismos de mercado pra se articular e fazer seu papel na sociedade, não de forma limitada pela realidade econômica da industria cultural brasileira e nem pautada em metas financeiras e sim pelo pensamento sustentável de uma prática cultural comercial e empreendedora. Essa forma de pensar com certeza demoliria alguns castelos e colocaria muitos “projetos” em dúvida existencial…

    por uma melhor:”plataforma de oportunidades, de linguagem, de relação com o público…”

  • gil lopes, 10 de abril de 2011 @ 19:37 Reply

    Política cultural de subsídio sem critérios que diferenciem o conteúdo nacional e o estrangeiro é maquiagem…incentivo fiscal para o desenvolvimento cultural de quem? Precisamos contemplar essa questão..finalmente.

  • Marcelo K, 10 de abril de 2011 @ 21:44 Reply

    Você acertou mais uma vez,Leonardo,quando propõe o fim do malfadado ‘projeto’.Arte por projeto é uma praga que invadiu inclusive as escolas de arte,como se fosse possível uma passagem suave na monótona sequencia ‘pensamento-projeto-processo-resultado’ na criação artística.
    Resta saber que tipo de análise seria feita neste novo modelo para aprovar ou recusar recursos financeiros:o risco é grande de se pautar novamente pela média,desfavorecendo trabalhos para os quais ainda não há público previsto ou que não acompanhem alguma moda cultural ou artística.
    MK

  • sonia ferraz, 10 de abril de 2011 @ 23:06 Reply

    O desenvolvimento dos projetos visando o resgate da diversidade cultural passam pela continuidade numa clara relação com o empreendimento planejado proporcionando uma nova construção de uma nova Cultura .
    A importância da avaliação de um projeto para o cenário da cultura brasileira e uma relação com o empreendedor sem dúvida alguma irá proporcionar segurança nas relações culturais eliminando os Traficantes da Cultura.
    sonia ferraz advogada ( Direitos Intelectuais) soniamgferraz@hotmail.com

  • luciano, 10 de abril de 2011 @ 23:25 Reply

    Acho q tem q criar uma consciência de país. Se meu país tem petróleo, o lucro tem q voltar para o país. Escolas, hospitais, segurança, arte. E não entrar no bolso de ladrões. O dinheiro não tem q vir do imposto. Q trava a economia, empregos e salários. Não tem q vir de quem trabalha. Tem q ser do q o país produz. Enquanto a maioria ganhar 500 reais e uma minoria viver as custas dos impostos e dos lucros do país, nada faz sentido. É o planeta dos macacos. Cada um por si. Daí não tem como fazer nada. Sem a consciência de comunidade, de país, de governo para o cidadão, não tem jeito.

  • Barbara Maués, 11 de abril de 2011 @ 8:20 Reply

    Leo, na minha opinião, é preciso que o Estado veja a Cultura como uma área importante e sustentável, geradora de empregos e de cabeças pensantes. Penso que é preciso mudar a cabeça de muita gente, que ainda vê o Estado como mantenedor, paternalista.
    E toda a polêmica em torno do projeto da Maria Bethânia comprova isso.
    Penso que, sem um Ministro da Cultura com idéias firmes e capaz de ouvir opiniões para chegar a um propósito comum, uma diretriz assertiva, pouco ou nada vai mudar.

    abs

  • Juliana, 11 de abril de 2011 @ 9:31 Reply

    Olá,

    Concordo muito com esse critério e a “batalha” por uma produção cultural sustentável. Realmente, devemos lutar por isso e tornar nossos projetos culturais um empreendimento sólido, bem planejado e estruturado para torná-los um negócio, rentável e independente do patrocinador para que darem certo !

    Um abraço

  • AnédioJapão, 11 de abril de 2011 @ 15:27 Reply

    Acredito que esta mudança de tratamento virá influenciar positivamente diversos aspectos dos negócios culturais. Alterando os modos de trabalho, objetivando resultados qualitativamente mais significativos para a sociedade.
    Espero que possamos realmente sair destas prisões, caminho a novos rumos nos negócios culturais.

  • Leonardo Brant, 12 de abril de 2011 @ 10:33 Reply

    Vale lembrar que a Lei Rouanet já possui o Plano Anual de Atividades, uma modalidade de aprovação de projetos para organizações sem fins lucrativos. O Plano permite a realização de um único projeto para todas as atividades do ano. A saída é por aí. Abs, LB

  • Luciano, 12 de abril de 2011 @ 14:02 Reply

    Concordo. Acredito que esse tipo de mudança de visão facilitaria a criação de “pólos” de criação cultural.

  • Carlos Henrique Machado, 12 de abril de 2011 @ 17:24 Reply

    Leonardo

    As fronteiras da cultura humana e da cultura de negócios são mais complexas do que se imagina. Quero me ater aqui a ser bastante preciso na reza dos que, no meio de toda essa confusão, sonham com um espaço, melhor dizendo, com um sistema de negócios para a cultura. Ainda mais agora que o universo da cultura industrial tem como realidade os limites estreitos do caminho de rato feito pela barbeiragem dos “operários da cultura corporativa” via Lei Rouanet.

    Houve uma tentativa de jogar com os opostos, mercado e economia cult, como se as regras sociais não fossem determinadas pela mesma classe dominante. Rapidamente o espaço se fundiu a uma só literatura, o dinheiro como informação indispensável. Sem os imperativos de certa militarização do trabalho, as hegemonias não tem como praticar as suas racionalizações. É aí Leonardo, que está o grande momento que vivemos da moderna globalização, uma espécie de contraordem ou de contra-cultura industrial, onde a sociedade, os cidadãos não se curvam à velha condição de servos da gleba. E a agricultura que nasce é científica e é globalizada, o que a diferencia da globalização financeira é a sua capacidade de interfecundação entre camadas sociais e povos, cada qual respeitando a soberania do território do outro e todas as suas escolhas. Com isso, tentando entender o sentimento que move as culturas e dando condições às próprias sociedades de regerem os seus processos de plantação das sementes e de colheita dos frutos.

    Como sei que você é um atento observador do universo virtual, está de posse da informação do aumento esponencial das quantidades e das qualidades críticas que essa nova sociedade brasileira está produzindo. É uma maravilha! Hoje estamos construindo um conjunto de equipamentos inimágináveis anos atrás. Logicamente houve uma mutilação na obediência às regras estabelecidas, digamos, “sugeridas” pelas atividades hegemônicas. O território e a sociedade agora começam a se encontrar de uma forma mais orgânica. E as redes sociais na internet estão ali habitando o chão. Isto é uma atividade propriamente científica, aonde os produtos são colhidos da terra e jogados na rede para o uso comunitário onde se multiplica em outros tantos pensamentos. Ou seja, o velho armazenamento especulativo, o velho empacotamento à espera de um transporte caro que só os poderosos tinham direito de usufluir desses critérios, estão perdendo musculatura, mas, sobretudo adiposidade típica de quem sentava suas bundas gordas nos silos e davam as ordens como bonachões que dominavam a indústria do entretenimento.

    Lembra daquele papo seu com Orlando Sena sobre os espaços físicos menores, mais modestos, mas com capacidade de horizontalizar e de modo indiscutível toda uma aldeia de pensamento. Pois é, a velha indústria acabou e é disso que a turma da era do rádio, do gramofone e do LP não quer se desgrudar. A liga das viúvas da indústria batem na porta do Ecad que antes era um órgão rival, e agora se associa a ele exigindo que sequestre a finalidade humana da internet para devolver à indústria pé na cova o universo perdido. Estão aí no muro das lamentações dos saudosistas afortunados.

    O que digo é que não vale encorajar ninguém a repetir a estratégia tática das grandes corporações, aquilo tudo, palcos grandiosos, ribaltas estelares, limusines e tapetes vermelhos só poderão participar num futuro breve de uma verdadeira competição de dinossauros. E aí, como não terão poder aquisitivo para dar ascenção social a nenhum canastrão, essa agonia da cultura capitalista chegará ao fim.

    O que precisamos entender sobre um novo sistema é que, fundado a partir das ideologias naturais da sociedade, ele gera uma gigantesca cadeia econômica não contabilizada por essa forma de produção centralizada nas gigantes da indústria do entretenimento. Então, o caminho não é fazer da cultura um grande negócio, mas compreender as questões estratégicas para a economia de um país através de uma interação antropológica que já foi fundada pela sociedade e tonificada pelos pontos de cultura e pela cultura digital.

    Portanto, sou entusiasta do software livre porque uma nação não se desenvolve sem democracia. E uma democracia não existe se a sociedade não for absolutamente livre para se expressar e construir seus próprios horizontes. Por isso temos que sair desse pensamento de armarinho, desse ramerrão da venda da província. Hoje, o Brasil é um país que está entre as grandes potências e não faz o menor sentido deixar que os canastrões da era do rádio e da lamparina à querosene se transformem em boi gordo na linha de uma juventude cheia de esperança e criatividade que é a grande protagonista dessa mutação que se dá a partir de suas realidades e que estão circulando a mil por hora na rede. E não são pessoas estranhas não, são nossos filhos, netos, sobrinhos e muita gente da nossa geração que pensa um Brasil livre e pulsante. E nisso, o Creative Commons que chegou na era Gil e mantida por Juca, foi a grande sacada do que no futebol chamamos de ponto futuro que só os craques sabem aonde ele está. Lembra daquele último gol da copa de 70? A jogada começa com Clodoaldo driblando cinco, chega, depois de passar de pé em pé, nos pés do rei Pelé, e ele simplesmente nem olha para o lado e joga a bola naquele ponto futuro, Carlos Alberto chega e conclui com toda a liberdade aquela jogada que o ponto futuro de Pelé havia deixado livre pra ele. E é um gol histórico, não?

    E Gil em sua extraordinária e gingada melodia de “Meio-de-campo” ainda diz que não é Pelé nem nada.

  • Marcelo K, 12 de abril de 2011 @ 19:50 Reply

    Achei muito lúcido o seu comentário,Carlos Henrique.A estreiteza da Lei Rouanet e da maior parte das políticas culturais institucionalizadas não dá mais conta do campo extremamente heterogêneo da arte e da cultura em suas múltiplas manifestações.O pior é que mata a criação em seu estado nascente- em todas acepções desta palavra.
    Espaços menores e mais ágeis são mais condizentes com o estado atual das coisas.Espaço no sentido físico e seus equipamentos e espaço também no sentido mental da palavra.
    Mas ainda creio que menos governo e menos intromissão do estado podem dinamizar e muito mudanças urgentes.O que não é o mesmo que a omissão do mesmo.

  • Leonardo Brant, 12 de abril de 2011 @ 21:05 Reply

    Não vamos tapar o sol com a peneira. Gostaria muito que a revolução das novas midias tivesse de fato ocorrido e abalado os grandes conglomerados. A fenda revolucionária ficou de fato aberta a ponto de alterarmos a estrutura das relações funcionais da produção cultural. Mas hoje, os meios “revolucionários” já estão nas mãos dos “vilões”. Murdoch é dono do Myspace. Google já é parceira de negócios da Time Warner e em breve deve incorporar ou ser incorporada pelos gigantes da mídia. Foi assim com a TV, com o videocassete, com os grandes portais da Internet. E será (com muito pesar, arrependimento e tristeza) com Twitter, Facebook e o que mais vier pela frente. Os rios todos correm para o mar…
    Hollywood bate recordes de arrecadação a cada ano. Em 2010 estourou a boca do balão, com a consolidação do 3D. É um dos negócios mais importantes e rentáveis do mundo. Mantém uma interdependência vital com a indústria financeira, da guerra e o grande capital. Onde há produção simbólica, há controle.
    Precisamos produzir material simbólico potente, que faça realmente essa resistência. Eu sou entusiasta do software livre, open source, creative commons. Se eles me ajudarem a produzir esse material potente eu vou utilizá-los. Mas se não ajudar, vou contar com a Apple e quem mais facilitar a minha vida. Uma nova cultura colaborativa surgiu e se consolidou de fato. Novos modelos de negócio surgiram em decorrência disso. Mas não vão jogar fora o que já existia. Isso é um sonho de quem vive no, e em função do, second life.

  • gil lopes, 13 de abril de 2011 @ 3:41 Reply

    Todo mundo é a favor do que é livre, do que é aberto, do que é criativo, do que é comum…todo mundo é pela democracia, vamos lá…ribaltas estelares, limusines e tapetes vermelhos são inevitáveis, mas quem circulará neles? Essa é uma opção que podemos também. Temos potência pra isso. Hoje começamos a repetir que somos uma grande potência, será mesmo? Vamos abolir o tapete vermelho ou ficaremos batendo palmas para quem nele circula? Fomos sempre o país do futuro e agora parece que estamos olhando para o ponto futuro, que ponto é esse? Vamos inventar uma nova jogada? Cavadinha? Temos uma enorme derrota cultural na música, na literatura, no cinema e nas artes cênicas, não temos orquestras nem bailados, e nos novos meios de circulação nossos conteúdos estão por fora. Estamos nos esbaldando vendendo matéria e importando tudo, temos que pensar nisso.

  • fabricio kc, 14 de abril de 2011 @ 10:51 Reply

    Estado (incentivo público) para empreendedores! Acho que é melhor do que Estado para artistas!

    Os artistas passariam a relacinar-se com os empreendedores, que realizariam empreendimentos que integram (e/ou exploram) atividades culturais e artísticas. É isso?

    Os empreendedores seriam intermediários. Atravessadores? A partir de iniciativas culturais sustentáveis economicamente, apoiadas (ou pelo menos iniciadas) com dinheiro público.

    Em suma, o estado auxilia o empreendedor que quer iniciar um negócio sustentável, com fins de estimular o setor econômico cultural e, assim, abrir novos canais para os realizadores de arte e cultura.

    Assim sendo, o único risco é para a arte – para os negócios parece bom! mas é alternativa melhor do que o modelo atual da Lei Rouanet!

  • gil lopes, 15 de abril de 2011 @ 1:10 Reply

    Mas que cartilha é essa, que lógica é essa? Que butiquim promove essa lógica? No Brasil não faltam artistas, faltam empresários, me disse Rubem Gerchman o saudoso artista. Atravessadores são pontes, vamos derrubar pontes? Atravessadores são aqueles homens nos barcos levando gente daqui pra lá, ou em Veneza carregando pessoas e mercadorias. Os artistas se relacionam com quem? Passariam a se relacionar? Como assim? Intermediários são os feirantes, na feira onde se compra a comida, no mercado onde circulam as mercadorias, desde quando? Michelangelo pintou a Capela, mas quem fez a Capela? Quem desenhou aquilo, quem projetou? E quem organizou isso tudo? Quem organizou o empreendimento? Empreendedores são produtores, trazem as panelas, ligam o gás, compram as especiarias, os pratos e os talheres, a cozinheira faz a comida, e o povo come na mesa. E o Estado, que abstração é essa? Qual a origem do Estado e pra que serve o Estado. O Estado pode estimular? Como assim? Estimular o que? Pra que?
    Será que ainda somos tão selvagens? Ainda não superamos preconceitos pré medievais? É graça, cavadinha ou ignorância mesmo?

  • dayse Cunha, 20 de abril de 2011 @ 0:43 Reply

    Olá, gostaria de pedir o apoio de vcs ai d SP com relaç~~ao a um dos piores momentos q estamos vivendo aqui no Rio de Janeiro e, que se refere a nossa Memória Nácional :
    O poder público municipal está destruindo literalmente o nosso Campo de Santana – saibam q esse lugar foi o mesmo onde se Proclamou a República e primeiro quase tudo que se tem história em nosso país, inclusive abrigou o primeiro Senado.
    Enfim, Nós Cariocas e brasileiros cariocas, pois envolvidos com o Rio de Janeiro – Pretendemos Lutar até vencer
    sss://cinecenaurbana.blogspot.com/
    Abs
    Dayse Cunha
    Cena Urbana

  • Samanta, 28 de abril de 2011 @ 11:52 Reply

    Obrigada pelo artigo, Leonardo!
    Como artista, sinto falta da oportunidade de ter um emprego contínuo (e formal) na minha área. Se o Governo começar a incentivar empreendimentos culturais, além dos projetos, creio que os empregos gerados seriam de longo prazo, promovendo de fato o desenvolvimento cultural. Se tivéssemos mais centros culturais, teatros, escolas de artes, cias de dança, teatro, orquestras, etc, espalhados pelo Brasil, então haveria emprego (formal) para todos os nossos artistas, aumentando o desenvolvimento econômico, cultural e social do Brasil. Só com incentivo a projetos de curto prazo, torna-se muito difícil alcançar essas metas.

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