Uma das questões mais difíceis no desenvolvimento das políticas culturais é saber dosar o tamanho do Estado. Ausente, coloca o imaginário nas mãos do poder econômico, com seus enlatados e facsímiles da realidade. Em um outro extremo quer opinar, anseia mudar a sociedade (muitas vezes à despeito dela própria) a partir de uma visão particular de cultura (ou ideologia). Torna-se fascista.

Teixeira Coelho, em seu Dicionário Crítico, define políticas culturais como um conjunto de intervenções. Recentemente, ouvi o próprio autor reconsiderar essa premissa, indicando a cooperação como o caminho mais adequado para aplicar ações programáticas no campo cultural.

Cooperação é algo muito delicado, sobretudo quando praticada com dinheiro público. O investimento necessário e indispensável mistura-se facilmente no balaio do privilégio. A força (simbólica e material) do  Erário compromete sensivelmente a ação cultural “patrocinada”: cumplicidade, simpatia e adesão ideológica são moedas correntes de troca, tão intangíveis quanto a própria ação cultural. Quando a decisão de quem deve ou não receber o dinheiro cabe ao governante, ou a uma comissão definida e coordenada por ele, configura-se um balcão de negócios com o dinheiro público.

Na cultura, a função econômica se confunde cada vez mais com a função social. Já não sabemos distinguir tão claramente onde começa um e termina outro. A indústria cultural se protege por trás da contrapartida social; a arte experimental alcança cada vez mais galerias, telas e palcos comerciais; o popular e o pop são transas cada vez mais frequentes. Sincretismo cultural, político e mercadológico.

O modelo de desenvolvimento escolhido pelo Brasil de Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma é o econômico. Do neoliberal ao neossocialismo democrata, o Estado brasileiro pós-ditadura colocou arte e cultura ora como produto, ora como instrumento de conquista, reafirmação e ascenção social. Em nenhum momento, porém, chegamos perto de garantir, por força e poder do Estado, os direitos e liberdades culturais a todos os cidadãos, como quer a nossa Constituição Federal.

O povo nunca foi no Brasil o beneficiário final da política cultural. O Estado atende (como nos tempos de repressão) a clientes avulsos ou organizados. Fundos, incentivos, editais: um instrumento diferente para cada clientela, cada vez mais sofisticada e segmentada. Todos raivosos e descontentes com o cobertor curto, que não cresce na mesma velocidade dos novos mercados, criados e cultivados por vontade política do Estado. Nem mesmo o gordo orçamento do ano eleitoral é capaz de conter e atender a todas as demandas e necessidades, legítimas ou não, dessa vasta clientela.

Cidadania cultural também se faz com mercado, pois garante maior autonomia ao artista. Acesso cultural se faz sobretudo com desenvolvimento econômico e consumo. No Brasil, direitos culturais são cada vez mais garantidos com autonomia financeira e cada vez menos pela atuação direta do Estado. A este cabe apenas garantir condições de crescimento econômico.

A fusão entre cultura e mercado, forçada pela sociedade do consumo e do espetáculo (filhos perversos desse modelo de desenvolvimento), coloca a função educativa da cultura em xeque. Superar esse abismo filosófico, conceitual, estratégico, significa inverter uma lógica relacionada à formação do Estado republicado, suas elites e estamentos.

Por isso, a política cultural não pode ser pensada a partir dos setores econômicos, dos profissionais e classes organizados. E sim a partir de uma nova concepção de Estado, que atenda aos interesses maiores de formação do povo brasileiro, que precisa ser municiado de referências, valores éticos, olhares críticos e diversificados da realidade, do passado, presente e futuro.


Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

36Comentários

  • Carlos Henrique Machado, 2 de abril de 2011 @ 15:35 Reply

    Leonardo

    Vou pegar seus acordes e tentar dar outras notas. O Estado brasileiro sempre teve uma atitude inversa à sociedade. Patriarcal e burguês, ele é, como dizia Villa Lobos, um Estado dos sobrenomes e dos rapapés. E não está aí um maestro canastrão cumprindo esta máxima? Ele, o Maestro, usou uma das instituições mais amadas do Brasil, a OSB, todo o histórico de seus extraordinários músicos para, primeiro, conseguir uma verba polpuda e pública, via Lei Rouanet, para pagar o seu milionário salário, bem ao estilo Neschling e, em segundo, pagar os salários dos novos músicos que comporão a orquestra, a partir de Londres, aonde, há uns três meses, ele fez publicidade convidando os músicos ingleses para fazer a prova na orquestra. Daí em diante, grana no bolso, o maestro veste a farda de Bolsonaro e sai agredindo a maior instituição cultural do Brasil, a Escola Brasileira de Música, dizendo não admitir em sua orquestra músicos formados por, segundo ele, essa escola de tupiniquins. Roberto Minczuk é o próprio maestro de sobrenome. Ele odeia sincretismo cultural, mesmo que seu conceito saia do complexo de vira-lata universal.

    Aquele tipinho de brasileiro que acha que, negando a sua cultura, do seu país, ele se tornará automaticamente universal. É bem como disse Mário de Andrade, “um sujeito assim para a música universal, é um muro, um inútil, uma reverendíssima besta”.

    Mas nosso Estado é isso. Foi ele ainda pré-colonial e, durante o império, manteve a escravidão dos negros por 380 anos e o extermínio de mais de vinte milhões de índios. Mas a nossa oligarquia que é a própria imagem do Estado diz que no Brasil nunca houve racismo. Então, o sociólogo de aluguel da USP, o grande Demétrio, o gladiador das elites, ganha fartos espaços na mídia para escrever o seu livro, “Uma Gota de Sangue”, também inspirado no pensamento de Bolsonaro. Demétrio por sinal foi o primeiro Grão-Mestre a aplaudir o golpe de Honduras.

    Lógico que nossos valores éticos não vêm da Opus Dei. Graças a Deus os tambores e orixás vencem sempre e foram fundamentais na última eleição como em toda a nossa formação cultural.

    Chiquinha Gonzaga, a mestiça, filha de negra e de pai branco quando compôs Abre-Alas, queria o povo nas ruas cantando e dançando a sua música. Na época não tinha os sabichões do Ecad para explorar o povo. Por isso, Abre-Alas é uma das músicas, ainda hoje, mais cantadas Brasil afora.

    A diferença do grande estadista Lula para os três patetas, Collor, Itamar e FHC, é que Lula entendeu a economia do Brasil a partir das demandas e apostou na produção. Os outros três ficaram abestalhadamente conversando de carro velho e carro novo, fusquinha, carroça e privatização. E o Brasil afundou nas mãos deles.

    Lula é o cara! E eu já sabia. Ele novamente acerta escolhendo Dilma como sua sucessora. Ele ganhará todos os prêmios, inclusive o de maior estadista do século XXI. O cara é o CARA! Quem mais entende de economia neste país do que ele? Quando o mundo travou, trancou, Lula foi à TV e disse ao povo, “vou abrir o crédito com os nossos bancos fortes, comprem, pois esta crise será uma marolinha!”. E aí até a rainha da Inglaterra teve que tirar a coroa para o presidente pernambucano, brasileiríssimo, comedor de farinha e rapadura, receita de inteligência, só pode ser. Já viu com quantos intelectuais e artistas o norte e o nordeste brindaram este país? Temos que parar de achar que a cultura está nos shoppings, nos teatrões do sul maravilha. Se a nossa classe burguesa não tem soberania e nem capacidade de enxergar o seu próprio universo, essa massa extraordinária que é o povo brasileiro encanta o mundo. E os pontos de cultura deram um brilho extraordinário a esse Brasil de terras muitas. Mas como o balcão de negócios do velho Estado patriarcal é ainda bonzinho com a sua clientela, sobretudo com os maestros canastrões que sequer têm uma musicazinha na parada de sucesso do mundo erudito, eles têm mesmo que se agarrar às suas costas quentes dentro desse sistema. Porque se ele não tem valor artístico e nem ético, só é valente assim porque alguém abona a sua estupidez.

  • Maria Lucia de Andrade Pinto, 2 de abril de 2011 @ 22:01 Reply

    De pleno acordo,Leonardo.
    Como você diz na conclusão desse seu brilhante e necessário artigo,a nossa política cultural tem “que ser pensada a partir de uma nova concepção de Estado,que atenda aos interesses maiores de formação do povo brasileiro,que precisa ser municiado de referências, valores éticos, olhares críticos e diversificados da realidade,do passado, presente e futuro.”
    No corpo do seu artigo, você faz uma análise chave para que possamos entender os debates que envolvem as questões culturais do país,nesse momento.É quando você coloca:
    “O modelo de desenvolvimento escolhido pelo Brasil de Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma é o econômico. Do neoliberal ao neossocialismo democrata, o Estado brasileiro pós-ditadura colocou arte e cultura ora como produto, ora como instrumento de conquista, reafirmação e ascenção social. Em nenhum momento, porém, chegamos perto de garantir, por força e poder do Estado, os direitos e liberdades culturais a todos os cidadãos, como quer a nossa Constituição Federal.”
    Talvez tenha chegado a hora do avanço,ou seja, a hora de chegarmos perto de garantir, por força do poder do Estado, os direitos e liberdades culturais a todos os cidadãos, como quer a nossa Constituição Federal.
    E isso passa necessariamente por discutirmos ampla e profundamente o que é esse “neossocialismo democrata”, um neossocialismo que até bem pouco tempo autodissimulava-se enquanto um socialismo,numa clara admissão do fato inconteste de vivermos, como vivemos desde o período colonial,sob uma ditadura cultural.
    E é essa ditadura cultural,linha auxiliar das poderosas forças econômicas que promoveram e promovem a espoliação econômica,que gera o esmagamento das nossas artes,dos nossos valores e padrões estéticos,da nossa identidade cultural. É, pois,a essa ditadura cultural que devemos dar combate, sob que capa se oculte, sob que discurso “vanguardista” se disfarce.
    Estamos sendo despossuídos da nossa própria cultura.E não por acaso.
    Um povo sem identidade cultural é presa fácil para os neocolonizadores.
    Hoje é sábado.Em termos de cultura de massa, em cada cidade brasileira,de qualquer porte,festas se organizam: os ritmos,os cantos,os modos de dançar, serão nacionais? Baile funk é o geral do Oiapoque ao Chuí.
    Nas casas de família:os filmes que poderão ser acessados nas tvs abertas ou que foram locados serão brasileiros? Os programas de auditório nas tvs serão cópias de programas de outras plagas?
    Nas geladeiras,maioneses e catchups, fried potatoes,hot dogs,pães de pacote,comidas prontas,feitas a partir de receitas importadas. Nas prateleiras,toalhas de plástico.
    As cianças? Nos joguinhos eletrônicos importados ou em frente as telinhas vendo desenhos importados.Se tiver festa infantil, prpare-se para ver festa temática com ídolos como Shrek,Bob Esponja, super-heróis variados,com nomes em inglês ou a turma da Disney.
    Durante a semana, multidões se dedicaram aos “heróis” do Bial,giraram em torno do BBB da hora.
    Olhemos os índices de audiência de nossas tvs públicas.Olhemos os conteúdos da maioria de seus programas.
    Passemos os olhos nos jornalões e nas revistonas, nos telejornais.
    Vistoriado o sábado cultural brasileiro,em termos de cultura de massa,só podemos concluir que está tudo dominado, direcionado para o achincalhe cultural.
    Naturalmente que haverão focos de resistência popular.Haverá sempre uma percussão ao longe,um canto num terreiro, um samba no fundo de um quintal.Uma sanfoninha de baixo teimando numa birosca na encruzilhada.Algum pequeno grupo tramando uma forma de expressão cultural,seja qual for.A arte popular tem fôlego de gato.
    E minorias absolutas criam culturalmente, sob estreita vigilância.
    Vigilância de um sistema com valores que as desqualificam e excluem.
    Sem o amplo debate sobre que sistema econômico e social queremos,sob as causas de ainda vivermos sob a ditadura comunicacional,política e cultural,com os estados e municípios privatizando a saúde e a educação e tudo mais que podem,ignorando o apoio à cultura local ou nacional, enquanto o governo federal tenta resistir como pode à onda privatizadora que tudo ronda,a todas as pressões políticas que advogam a permanência do atraso no campo e nas cidades,como poderemos chegar a pensar numa política cultural voltada para a construção do “outro mundo possível” ou com a justiça dos direitos iguais e a real liberdade para todos que vai permitir que os sonhos se realizem?
    Temos que encarar de frente o fato que discutir a formulação de uma política cultural para o país é discutir a questão política e a questão econômica do Brasil e do mundo atual,tal a interligação que existe entre esses aspectos.
    Além do mais, não há sociedade alguma sem ideologia.A diferença ideológica que existe, está ligada aos graus de desenvolvimento material dessas sociedades e, consequentemente, o produto cultural que advem de cada uma delas tem a mesma natureza ideológica que cada uma dessas sociedades possui. Assim, o novo Estado a ser construído definirá, a partir da sua economia política,as bases dessa superestrutura,da qual a cultura é necessariamente parte integrante.

  • Aressa Rios, 3 de abril de 2011 @ 1:41 Reply

    Sinceramente, me assombra o caráter genérico desse texto, justo num momento em que a demanda é de profundidade, diante dos passos largos adiante que conseguimos dar com muito suor nesses últimos oito anos.
    Colocar Lula no mesmo saco de farinha que Collor, Itamar e FHC é, no mínimo, um desrespeito. Quer mais diálogo com o povo do que colocar o povo para governar?
    O diálogo do Estado com o povo durante a gestão de Juca é mais do que legítimo, é FATO, não factóide. EU e todo o povo que quis participar do processo de reformulação da Lei Rounet, esteve ativo neste processo. Fomos ouvidos desde os municípios até Brasília, fomos eleitos delegados de nossa causa e essa palavra deve significar alguma coisa, não? Pela primeira vez não nos vimos representados, mas NOS REPRESENTAMOS individualmente e coletivamente, de forma verdadeiramente democrática. O protesto contra essa reforma foi justamente da elite, que num processo anti-democrático vinha se nutrindo com os benefícios dessa lei, mal estruturada em suas raízes.
    Muito diálogo e forte participação popular são as marcas dessa nova fase inaugurada pelo governo Lula e a gestão de Juca no MinC. Nunca o povo se beneficiou tanto com as políticas culturais. Nunca houve tanto espaço para a diversidade, nunca a cultura popular, no sentido mais amplo e democrático que essa palavra pode ter, foi tão valorizada e suas demandas tão atendidas, como durante o governo Lula, nunca! Há que se refletir mais…
    A cultura popular teve tanta visibilidade…que a elite e os empresários da cultura, olharam para ela e a descobriram, em pleno século XXI! E é claro, não perderam a oportunidade de transformá-la em recurso, em mercadoria, como coloca Yúdice.
    A função da cultura é ser cultura e não salvar o mundo. A função de um Ministério da Cultura é mobilibizar seres humanos e mantê-los mobilizados. De que forma? Garantindo e dando subsídios ao povo para expressar-se, manifestar-se através de sua arte e de seus saberes. Se a cultura educa, se ela serve ao social, isso vem no lucro. A função essencial da cultura é manter-nos vivos, pensantes e humanizados.
    Discordo completamente de vc Brant. A junção de cultura e mercado é um movimento que não foi gerado pelo povo, mas por uma pequeníssima porção da sociedade que detém o controle da economia. O movimento que nós, povo, temos feito, é de frear esse movimento frenético iniciado pela indústria cultural e pela elite de empresários que gerem a nossa cultura, e devolver ao povo, aquilo que é do povo. Por isso tanta crítica à Ana de Hollanda. O resumo disso é o próprio fato, não factóide, dela extinguir uma secretaria de identidade e diversidade (ou seja, cultura – SID), e substituir por uma de “Economia Criativa”, que nada mais é, do que o que vc acaba de criticar: cultura + mercado!!! Só pra pensar…

  • Leonardo Brant, 3 de abril de 2011 @ 10:07 Reply

    Carlos Henrique, vc esqueceu o endereço do seu site no avatar Aressa Rios…

  • jair Alves, 3 de abril de 2011 @ 13:21 Reply

    Leonardo amigo,

    Não pega do pé do rapaz de VR. Ele deve estar atordoado com tanta bordoada que andou levando essa última semana. Bem verdade que se for comparar veremos que elas não passam de 10 por cento das que ele andou distribuindo por ai a torto e a direito em nome de uma restauração Verde & Vermelho. Isso é coisa de português, não é não?

    Deixa o rapaz participar, uma hora ele se encontra, derruba o facho e ai proseiamos como se proseava lá nos tempos de Antão.

    Resta dizer que seu texto deve ser encarado como debate permanente, devemos fazer dele uma interface com outros de conteúdo mais localizado como um que está na forma para receber quem sabe trocentas e tantas contestações. Falo de O MINC QUE TODOS QUEREMOS.

    Vamos a pontos de seu texto que considero discutíveis:

    1- Política Cultura, tal como você expõe imagino não se restrinja a União, e sim a estados da federação e principalmente aos municípios. Na situação como nos encontramos isso é discutir sexo dos anjos. Não acha não? Os municípios não usaram instrumentos que estão ai para serem usados há mais de vinte anos. Faltou competência política e sobrou discurso contra o imperialismo. Sem essa reforma política (esperamos que seja minimamente inovadora) não vier, discutir política cultural é alimentar que é possível produzir avanços baseados nas plataformas partidárias que ai estão. AFIRMO – não é possível fazer política baseada nos programas partidários. Eles são baseados numa estrutura vertical que não atende a maioria da população.

    2- Só para ficar nos “inicialmentes” dou resposta ao seu último parágrafo. A principio pensei “Leo está falando bobagem”. Agora vejo que não está, mas talvez não tenha alcance do que vem por ai. Curioso é que os três movimentos que emparedam hoje (ou tentam emparedar) o MINC veja quais no texto citado acima, é possível verificar que eles se contradizem entre si, e mais, existe contradição entre participantes de cada movimento. Todos somos vítimas da indigência intelectual. Enquanto o lado vermelho emparelhava-se no MINC até dezembro de 2010, na expectativa de fazer um uma revolução socialista, propondo Lei que obrigava o uso da farinha de mandioca nas pizzas, por outra, oficializando o 31 de outubro como o dia do Saci, os do lado verde nos “ensinavam” a falar em inglês com as chamadas “lições de casa”. Deu no que deu. O trator Lula, Dilma e todos os pragmáticos socialistas da Articulação, Majoritário, e outros codinomes trataram de impor modelos absolutamente industriais sinalizando como e por onde pode se pensar uma política cultural para todos. Como vê, você não está totalmente enganado, Aressa Rios sim. Ele ouviu o acorde dissonante mas não descobriu porque uma sétima não produz o mesmo efeito de uma nona. Vai precisar ouvir muito João Gilberto ou então visitar rincões distantes onde ainda se encontra um veio dágua limpinho, tal como nos tempos de Antão. Ali muito próximo onde Macunaíma nasceu, existe ainda famílias descendentes dos escravos que trabalhavam na lavoura de café onde alguns deles tocam viola com acordes dissonantes que deixaria Anton Walter Smetak louquinho (o Anton é só pra sacanear e manter o humor sempre vivo).

  • Aressa Rios, 3 de abril de 2011 @ 19:52 Reply

    Não Leonardo

    Sua insinuação é mais uma falta de zelo de sua parte antes de insinuar algo. Procure se informar melhor.

  • Carlos Henrique Machado, 3 de abril de 2011 @ 19:54 Reply

    Não Leonardo

    A Aressa, apesar de ser filha, tem vida própria, tem formação acadêmica bastante consistente. Não costumo usar este artifício. Os filhos aqui em casa, quatro, todos graças a Deus, são muito bem formados academicamente e eticamente. A Aressa, por exemplo, é formada em História da Arte na UERJ, em Artes Cênicas na UNIRIO em Cultura Popular, e é doutoranda também em Cultura Popular. Está para lançar um livro que foi a sua tese de Mestrado, com título, “A Performance do Palhaço e da Folia de Reis no Vale do Paraíba: jogo e ritual – A Tradição em Transformação”.

    Portanto, Leonardo, as palavras são dela e a transparência também é dela, a não ser que haja uma proibição de no mesmo IP, pessoas diferentes se manifestarem, inclusive os da família. Caso seja isso, me avise.

    Talvez você esteja um pouco assustado, vendo fantasmas demais. Ela, não só já comentou aqui no Cultura e Mercado, como também já lhe falei particularmente sobre ela, além de já ter-lhe enviado um vídeo sobre o trabalho dela.

  • Sonia Ferraz, 3 de abril de 2011 @ 19:57 Reply

    A diversidade Cultural está presente em cada canto do Brasil, a importância dos Pontos Culturais para o resgaste da cultura e da identidade Brasil indubitavelmente representa o maior sucesso criado pelo Governo Lula/Dilma.
    O grande problema está na Gestão Cultural e na operacionalidade inadequada para a seleção de projetos que passam por critérios de tráfico de influência e pela ganância do entretenimento.
    Projetos do interior do Brasil merecem contemplação pela sua importância de resgate da identidade cultural brasileira.
    Os traficantes da culutra continuam transitando pelos bastidores, cabe ao Ministério saber enfrentar a cobiça e ganância cultural e aos pequenos produtores culturais enfrentar os tubarões com garra e coragem para a transformação e o resgate da nossa identidade.
    sonia ferraz soniamgferraz@hotmail.com advogada ( Direitos Intelectuais)Rio de Janeiro – RJ

  • luciano, 3 de abril de 2011 @ 20:25 Reply

    O dinheiro é de todos. O espaço físico é de todos. Os equipamentos são de todos. Os funcionários são de todos. Qto mais oportunidade e diversidade melhor. A arte vem do artista e não de projetos ou entidades ou coligações, nem lobbies. Deixem o artista mostrar sua arte. Paz e amor e akele abc

  • Aressa Rios, 3 de abril de 2011 @ 21:45 Reply

    Brant, escrevendo agora do meu computador, já que isso é tão importante pra vc…lhe digo…eu existo! Não se trata de um avatar! No mais, avatar, se fosse o caso, até soaria como um elogio para o “tio”, que é como chamo “Carlos Henrique”, meu “pai-drasto”. Os avatares são seres bastante evoluídos, pelo menos, mais do que nós, que têm uma relação com a vida muito mais conectada ao que é essencial e, talvez, muito mais humanos que nós, apesar de serem azuis! Além do que, a meu ver, “Avatar” é a primeira ficção afro-ameríndia produzida pela indústria americana de cinema.
    Bom, da próxima, joga o nome no google, antes de insinuar qualquer camuflagem. Estou certa de que o CARLOS HENRIQUE não precisa desses artifícios. E viva os avatars!

  • Bruno Cava, 4 de abril de 2011 @ 10:19 Reply

    A força do governo Lula esteve precisamente em passar em diagonal pela dicotomia estado x mercado. Porque no Brasil, estado e mercado sempre foram duas faces da mesma moeda. O estado gerencia o interesse privado, e o mercado sobredetermina o setor público.

    Assim é nas comunicações, assim é na cultura. A cultura brasileira, terreno oligárquico e conservador por excelência, até Chiquinha Gonzaga e Oswald de Andrade começarem a perturbar o club.

    Isso fica claro quando uma blitz reacionária assalta o MinC. O estado foi devolvido aos latifundiários da cultura, com seu discurso autoritário de “não toque nos meus direitos”, com sua invocação de técnica, fama e falsa qualidade.

    A cultura é o campo da prática social que mais impacta a construção e partilha de mundos. O que a classe de medalhões propugna, ao aparelhar e subtrair o MinC da formulação multitudinária, no maior golpe branco que já se teve notícia na cultura, é o retorno a essa cultura autoritária e eminentemente elitista, em que abelhas-rainhas e sanguessugas do comum voltam a se apascentar com a produtividade do povo, o verdadeiro protagonista dos valores culturais.

    Abraço.

  • jair Alves, 4 de abril de 2011 @ 12:23 Reply

    Bruno,

    Exatamente do que você está falando?

    Quem faz cultura autêntica e quem faz cultura de falsa qualidade. Gostaria que você fizesse o favor de explicitar nomes, assim como teve a ousadia de declinar Chiqinha Gonzaga e Mario de Andrade.

    Vamos lá. Vamos num esforço conjunto dizer que fez ou faz o quê. Assim fica mais fácil a gente se entender. E veja estou querendo entender, nem penso ainda discordar, até porque não sei do que está falando.

    Se você fala aleatóriamente de abolição da propriedade privada, mesmo considerando uma boa idéia, acho que o horizonte é um pouco distante, mas isso deixa pra lá. Não esqueça de escrever ao menos uns dez nomes que considera “bons” e uns dez “maus”.

  • gil lopes, 4 de abril de 2011 @ 12:42 Reply

    Nem precisa declinar nomes, a gente sabe de tudo muito bem, não tem bobo nem aqui nem nas redes sociais, seja lá o q isso for…essa cavadinha pretensiosa e arrogante não cola nem aqui nem na China. Se de cara não tem sensibilidade nem grandeza pra saber de fato onde o povo está, fica claro q só quer falar em nome do povo, e de forma anti democrática, em eleições beira o traço. Quer se passar como a voz do povo, quer passar por cima de tudo e de todos, quer batucar mas é desafinado, é uma fotografia do preconceito e da miséria cultural que vivemos. Não passarão.

  • Leonardo Brant, 4 de abril de 2011 @ 14:43 Reply

    Peço desculpas ao Carlos e à Aressa.

    Vale reforçar um posicionamento não muito compreendido por alguns que leem meus textos. Toda a minha luta em relação às políticas culturais concentra-se na busca de um novo lugar para a produção cultural, que não seja da dependência do mercado, tampouco do Estado, com seu governante de plantão. São duas dependências nocivas, que geram repercussão na constituição da autonomia simbólica e cidadã do povo brasileiro. O lugar utópico que desejo é o de compromisso de toda a sociedade com sua produção simbólica. A sociedade representada pelo Estado, sim. Mas isso exigiria um nível de participação muito maior do que a que temos hoje. Acho perfeitamente viável o desenvolvimento de novas metodologias de participação na vida política e cultural do país, que passam pelo reconhecimento dos diversos pontos de produção cultural, por sistemas que mesclem, de maneira inteligente, a democracia representativa com a direta. Mas isso é assunto para outro artigo.

    Abs, LB

  • eduesteves, 4 de abril de 2011 @ 20:18 Reply

    Uma coisa que poderia melhorar, são os espaços públicos serem obrigados a fazer espetáculos e exposições mediante inscrição, sem interferência de políticos,críticos,ou barnabés.
    Ninguém tem capacidade,(Como já foi provado), de julgar o trabalho dos outros;Deixem que o povo julgue!
    Acho que: Só assim, a nossa arte, e os nossos artistas,poderão aparecer para o mundo. Vejam o exemplo da Bossa Nova!

  • jair Alves, 4 de abril de 2011 @ 23:04 Reply

    Gil,

    Sabe porque o Cavas precisa declinar nomes sim? Porque não sabe diferenciar o astro do artista. É muito fácil falar em nome do artista popular, mas qual são os artistas populares que ele pensa representar? Fui diretor do Sindicato dos Artistas de São Paulo num período de muita combatividade tendo a frente artista como Ester Goes, Lelia Abramo, Otávio Augusto. Não me parece que esses nomes tenha traído a classe trabalhadora muito menos os artistas de menor projeção. A frente do Sindicato tomei conhecimento de uma realidade cruel de artistas abandonados pelo sistema. Não só artistas mas tecnicos que sofreram acidentes caindo escadas. Um iluminador que caiu do teto de um teatro que despencou, ficou manco e com dor crônica não tinha como sustentar a familia. Todo mês humilhado corria ao sindicato para receber dinheiro que nós diretores colhíamos e entregavamos a ele.

    Tenho certeza que Bruno não conhece essa realidade. Tenho certeza que os acadêmicos que se fizeram presentes na reunião do dia 25 de março desconhecem essa realidade, no entanto ela faz parte do ambiente profissional que espera atenção de política públicas.

    Um abraço

  • Bruno Cava, 5 de abril de 2011 @ 7:59 Reply

    Repare, Jair, que desqualificar quem você discorda não melhora seus argumentos. Te convido a me conhecer as pessoas antes de errar em tudo. Seria o mesmo que eu dizer que Ana é uma artista medíocre, que não podemos contornar o óbvio de que ela não teria sido nomeada se não fosse irmã de Chico Buarque, que é indecisa e insegura e, portanto, fácil de ser manipulada, que está sendo manipulada pelos falcões da indústria e do ECAD, inclusive para oferecer uma face de confronto. Mas não encontrará argumentações minhas nesse sentido, porque as acho fracas, ad hominem, fáceis de desconstituir.

    Seu discurso, Jair, reflete um tique do sindicalismo velho: transformar os debates públicos em uma disputa por representatividade, bater no peito para gritar — eu represento, você não. Isso embute uma porção de coisas: achar que o ministério é dos artistas, e que o estado serve para a gestão coletiva de direitos trabalhistas, num modelo corporativo de Vargas. Não me admira a sua posição como defensor desse MinC, pois é a mesma tática de se dizer defensor dos direitos dos artistas, sem questionar todo o sistema de exploração do trabalho, de divisão social, de confinamento da cultura a um mundinho, como se a cultura não pudesse ser a base de um projeto global de democracia, como de fato esboçou ser nos últimos 5 anos.

    Por fim, como me pediu princípios gerais, eu creio que bem cultural não deve ser tratado como terra, e jamais concordarei que copiar um CD é o mesmo que roubar uma bicicleta, e ainda acredito ser uma luta importante desmontar a exploração do trabalho (agenda também sindical), não para negociar melhores condições e salários (a luta pela miséria de cada dia), mas para construir outro modelo de produção cultural e democracia no trabalho.

    Uma saudação cortês.

  • Carlos Henrique Machado, 5 de abril de 2011 @ 10:00 Reply

    Exatamente Bruno. O que Ana de Hollanda está produzindo é o velho cacoete de tentar piratear a indústria falida. E é a isso que assistimos, a tentativa de destruição de tudo o que foi construido na gestão anterior em busca de um novo modelo econômico, social e político que compreendia a cultura dentro de uma construção coletiva, solidária que valorizava e reconhecia a unidade do universo brasileiro. Ana não consegue sair do tatibitati e, por isso coloca o Ministério da Cultura agora dentro do velho sistema podre e puído como as velhas catapultas da indústria primária, a mesma que hoje quer assegurar as sesmarias, exatamente como os herdeiros do baronato falido.

    O que temos? Um latifúndio extremamente concentrado entre a irresponsabilidade no plantio ou improdutividade total. E ainda dizem que o Brasil entra com o Estado na história universal da cultura. Entra sim, mas de forma subserviente que fala grosso com a base da pirâmide e fala fino literalmente com Whasington. Ana de Hollanda tenta se agarrar a essas frações separadas. E a história de desastres no MinC apenas começou em 100 dias. Essa trajetória identificada com a velha indústria fonográfica, assim como hoje, não realizará nada, pois quer apenas dar titularidade policial repressiva aos atravessadores, aos intermediários, aos agiotas, aos bárbaros e, logicamente que a agenda americana quer mesmo realizar a globalização desses recursos como mostra esta matéria abaixo.

    sss://www.arede.inf.br/inclusao/component/content/article/106-acontece/3927-eua-tentam-exportar-sua-lei-de-direitos-autorais-para-outros-paises

    Por isso a ministra só defendeu uma coisa, o Ecad que está a serviço dos interesses das multinaiconais americanas como pode ser obervado nesta matéria.

    O fato é que, no desespero, tem gente que matou Mário de Andrade alguns anos antes da sua morte. Outro colocou a Chiquinha Gonzaga como a criadora do Ecad, e por aí vai.

    O problema é que o nosso mundo é complexo e confuso, porém se tivermos uma interpretação sistêmica e cuidadosa de forma a permitir que a história é bem outra do que revela essa futrica pretensiosa e artificial que está sendo contada para ver se constroem o anunciado novo MinC para “artistas”, vamos ver que esse bloco vive de cena, pior, esse bloco nada mais é do que um cavalo de tróia.

    Ainda bem que o governo começa a entender isso e chega-se a dizer que a cobiça que povoa hoje o território da cultura dentro do MinC pode nos levar a um desastre político. Por isso, a cada dia aumenta a previsibilidade de que esse caldo entronará. O tempo agora é que se chocará com os novos quadrantes fixados pelo novo MinC. Enfim, Bruno, é o momento de ficarmos de olho no relógio, na folhinha e no calendário.

    Qualquer indivíduo com um mínimo de juízo sabe perfeitamente bem que essa filosofia econômica subordinada aos interesses do grande capital jamais democratizará ou fomentará a economia do país como um todo. Qualquer um que tenha a oportunidade de observar com um pouco de critério esse conceito do território do “mercado cultural” perceberá que nunca tivemos um mercado, nem uma economia, o que se teve foi a existência de uma único sistema, perverso para a criatividade e para a economia das sociedades. A economia de um país é determinada por um corpo social muito mais complexa do ponto de vista socioeconômico do que o saonhado modelo pré-existente que o MinC anuncia.

  • Marcelo K, 5 de abril de 2011 @ 12:12 Reply

    E seria algum Ministério a instituição mais apta a julgar o que é ‘cultura de qualidade ou não’?O Estado não deveria se arvorar a ser regulador da cultura.O buraco é mais em cima:querer que governos,principalmente este perdulário com o dinheiro público,cuja maior preocupação é o auto-elogio,que aparelhou a máquina estatal em benefício próprio e que supõe deter o monopólio da história e da verdade reformulem políticas culturais é o mesmo que achar que arrumar as cadeiras no convés do Titanic impedirá o choque com iceberg.Menos presença do Estado melhoraria bem a situação.

  • jair Alves, 5 de abril de 2011 @ 13:41 Reply

    Bruno,

    Sem problemas. Eu poderia copiar (sim eu copiaria) seu discurso acima para aplicá-lo em outra circunstância para derrubar, ou contrapor os mesmos adversários que (pensei combater) venho combatendo.

    Verdadeiramente quem está procurando desconstruir o discurso alheio? Eu não. O fato de citar minha passagem, curta por sinal, pelo sindicalismo não quer dizer que defenda uma república sindical, pelo contrário. Defendo sim para o momento mil refletores sobre todos os interesses econômicos em disputa. A administração pública, e estamos falando dela, se orienta em linhas gerais por categorias econômicas.

    O que está em jogo é desconstrução do Estado, e sou contra isso. Se veladamente estiver do lado contrário vamos que vamos, só não vale bulir com minhas netas.

    O personagem que te sucedeu sim parece obcecado em querer Ana de Hollanda fora do Ministério. Freud talvez explique, ou quem sabe a sua movimentação bancária desde janeiro último.

    Eu te pergunto em que momento no meu comentário anterior eu disse estar falando em nome de Ana de hollanda? Esse cara já passou dos limites. Pior caro Bruno, quem sabe um grande amigo no futuro (por que não?) tem muita gente que se esconde atrás dos “desnorteados” para fomentar o desgaste. O tópico assinado por Leonardo está absolutamente dentro do contexto, só fiz algumas correções quanto ao alcance desta discussão. O Estado, não é, como você sabe só a União. Sugiro uma grande discussão nacional envolvendo diretores de departamento de cultura dos municípios do Brasil, tudo sob o guarda-chuva do tópico ora em pauta.

    Você ainda me deve uma lista de nomes representativos.

    Quando João do Valle morreu, estava doente no interior do Maranhão, e o Estado (união, unidade da federação e município) não conseguiu ou não quis ajudar sequer numa sexta básica para que não morresse a míngua. Essa é a questão Bruno. Alguns anos depois, não em circunstancias tão humilhante Zé Ketti morreu da mesma forma – esquecido pela sociedade que tanto dançou e se emocionou com suas músicas. E ainda você vem me falar de modelo antigo? Então diz ai em rápidas palavras como evitar que humilhações semelhantes aconteçam!

  • Carlos Henrique Machado, 5 de abril de 2011 @ 17:25 Reply

    Jair, desde que você, da mesma forma que me atacou com o seu mais habitual fake no blog do Luis Nassif, o Tonho da Lua, você vem com esta estúpida acusação de que eu me beneficiava de alguma coisa do Ministério da Cultura. Pois bem, estou eu aqui publicamente exigindo que você prove o que afirma, prove que entrou em minha conta bancária algum centavo do Ministério da Cultura na gestão Gil e/ou Juca. Não utilize as suas mulecagens para tentar me intimidar. Coloque aqui para todos vejam as “provas” de sua acusação. Você é que está indo longe demais!

  • Wania Contente, 5 de abril de 2011 @ 17:51 Reply

    Leonardo
    Gostei do seu artigo,tirando é claro o trecho comparativo dos ex-governantes, acredito que na escolha dos nomes para gestão do ministério da cultura nenhum até agora conseguiu acertar, sabemos pessoas e pensamentos fazem a diferença, e essa diferença ainda não pude perceber nestes 25 anos trabalhando na área cultura, pelo menos aqui na região norte, estou gostando tb muito de toda essa discussão sobre o assunto, ou melhor, sobre a poeira levantada por cada artigo que vc escreve. Não vou dizer que concordo com o texto na íntegra, como disse um sábio pensador, toda unanimidade é burra, portanto vou continuar lendo, por acreditar que pouquíssimas pessoas neste país, pensam e analisam a Política Cultural no nosso país (se é que exista alguma que se possa denominar de “Política” Cultural), portanto vc merece cada minuto do meu pouco tempo.Continue.
    Wania Contente – produtora cultural, de Belém do Pará.

  • jair Alves, 5 de abril de 2011 @ 22:29 Reply

    Fica na sua Carlos Henrique Machado,

    Não leio mais o que escreve a meu respeito nem sobre qualquer outra pessoa. Não tinha ouvido falar sobre seu cavaquinho antes do inicio dessa campanha baixo nível contra a Ministra. Nem sei se você tem conta bancária ou não, nem estou interessado.

    Por um acaso ao ler meu nome logo no inicio da frase entrei nessa roubada. Volte ao tema se quiser, do contrário vai procurar sua turma. Não bastasse perseguir a Ministra agora deu para perseguir quem noutro lugar a defendeu. Andei até de defendendo aqui neste site na expectativa que você se acalmasse. Pelo visto não adiantou. Fica na sua que vai dar tudo certo.

  • jair Alves, 6 de abril de 2011 @ 0:06 Reply

    Marcelo K,

    A intervenção do contumaz e cego crítico da atual gestão no MINC me fez reler e rever mais de uma vez o que escrevi anteriormente. Peço desculpas se pareceu me dirigir a você como um aproveitador do caos que se instalou neste Ministério. Pra início de conversa, segundo entendi, este tópico assinado pelo Leonardo quer discutir o Estado a longo prazo, portanto não é razoável nomear bois, ao menos neste tópico.

    Permita-me por outro lado discordar da ênfase que você dá a insenção do Estado nas questões da Cultura. Acho que deve funcionar referencia a circulação dos bens artísticos e culturais e sempre que possível criar mecanismos de incentivo a produção, sem dar palpite na forma e conteúdo.

  • gil lopes, 6 de abril de 2011 @ 21:31 Reply

    Opa, cabe ao Estado dar seu palpite nos seus programas de incentivo sim, como representante do poder público cabe ao Estado privilegiar conteúdos e isso tem ocorrido, o conteúdo estrangeiro é beneficiado na produção brasileira. O incentivo idêntico para o conteúdo nacional e estrangeiro beneficia este, que já chega aqui vitaminado pelo câmbio, pela midia global e quitado na matriz. As empresas patrocinadoras recebem o mesmo incentivo para escolherem entre o produto nacional e o estrangeiro. Caberia uma política mais criteriosa, que incentivasse o conteúdo nacional com algum dferencial. Incentivo a cultural sim, mas critério no conteúdo.

  • gil lopes, 6 de abril de 2011 @ 21:41 Reply

    E complementando, o ambiente é tão grosseiro que vemos diversas manifestações contra os grandes artistas nacionais, sugestões inclusive que estes representariam um mal a nação e que estão com dias contados, barbaridades e tentativas de perseguição são comuns. Nosso ambiente fica entregue portanto aos grandes artistas internacionais, com eles ninguém se mete, ou pedem autógrafo. Bono, Shakira, Paul Mcartney, SWU, Rock In Rio, Iron Maiden, Winehouse, e tantos outros, a Broadway do teatro que não tem artistas, vem pronta pra cópia… a má percepção sobre as obras e os grandes artistas nacionais é contrabalançada pela recepção calorosa aos estrangeiros. Temos que pensar melhor no nosso conteúdo, afirmá-lo e projetá-lo.

  • Dayse Cunha, 7 de abril de 2011 @ 1:30 Reply

    Exatamente. Brilhante texto e só tenho a acrescentar que, quando começarmos a fazer uso do Ministério Público para cobrar jurídicamente responsabilidade do Ministério da Cultura pelos danos materiais e morais que têm dado aos profissionais da área: Aí sim, seremos de fato legítimos Profissionais da Cultura. É inadmissível abrir o site do MinC e conviver com profissionais, produtores e instituições do país inteiro, mendigando orientação ou tentando dar sua contribuição a Cultura nacional e no entanto, ser secamente endereçados ao site do isso, do aquilo ou do aquilo outro – Sem o menor respeito.
    Não adianta se iludir que antes era melhor, pois isso pode ser verificado desde bem antes. O atual apenas prossegue, sem o mínimo esboço de pretensão à mudança, claro – Isso alí tá bão dimaix.

    Quer observem, quer não, o mundo mudou e o Brasil não pode ser mais se permitir a terra dos Coronéis, Clãns intelectuais perdidos ou mesquinhos empresários absolutos sob a ausência de concorrências. Portanto, o mundo vai tão rápido que, vivemos agora sob a ótica dos 04 R’s:
    Reduzir, Reuzar, Reciclar, Repensar.
    REPENSEM, caros Gestores Públicos, pois a nossa paciência tem limite e o que queremos não é favor….

  • jair Alves, 7 de abril de 2011 @ 11:24 Reply

    Opa 2,Gil,

    Sob a ótica que escreveu acima está tudo certo parceiro, o Estado deve interferir sim na questão de conteúdo no quesito incentivar. O que não é desejável é interferir no julgamento de qualidade como alguém já escreveu nesse site. Sempre é bom lembrar que não vivemos um estado revolucionário e sim democrático. Se vivêssemos no Haiti a coisa deveria ser diferente. Arrisco escrever que deve concordar comigo, não?
    abraço

  • gil lopes, 8 de abril de 2011 @ 2:12 Reply

    A questão que me refiro é a ausência de um critério que privilegie o conteúdo nacional na Lei Rouanet. Do jeito que está o incentivo é idêntico ao produto nacional ou estrangeiro. Não se trata de qualificar o gosto, mas de subsidiar o desenvolvimento da economia criativa nacional, como de resto é adotado em diversas outras áreas.

  • Manoel Mesquita Junior, 8 de abril de 2011 @ 16:15 Reply

    Cara, que baixaria que está isso aqui. Comecei com a necessidade de expor minha opinião, artista e gestor que sou, mas ao ler os comentários vejo que o autor cometeu uma acusação muito mal educada contra dois dos comentaristas e que um senhor “sabe tudo” tendencioso quer pra si a verdade absoluta, colocando-se inclusive, oniscientemente e deselegantemente, acima do autor.
    Desculpe-me, Leonardo, o assunto é da mais alta relevância e tenho acompanhado seu raciocínio, de maneira espaçada, há alguns anos, mas aqui e agora sua conduta posterior derruba seu posicionamento no artigo.

  • O Patriota, 8 de abril de 2011 @ 20:54 Reply

    É notavel como os textos aqui são compostos de forma inteligente e organizada , tudo segmentado e colocado em seu devido lugar a maior discordancia no caso seria : qual o texto , frase ou palavra vai conseguir acordar este povo BrasiLeiro que ja esta hibernado e conformizado com tanta corrupção , violencia e a ausencia de um estado maior que realmente proporcione o minimo como : segurança , educação , moradia e saude ?
    Existe este caminho mais limpo ? ou menos corrupto ?
    – eu mesmo ja nem acredito mais …

  • Suely Pinheiro, 8 de abril de 2011 @ 22:43 Reply

    Manoel,

    Seja mais explícito, do contrário não saberemos do que está falando. Claro que o tópíco é relevante.

    SP.

  • Dayse Cunha, 9 de abril de 2011 @ 1:37 Reply

    Enfim,
    Por enquanto – Vamo q vamo…

  • JC Lobo, 9 de abril de 2011 @ 11:39 Reply

    A economia da cultura no Brasil ainda é pré-capitalista, porque é baseada em monopólios (ou por poucos grupos que dominam o mercado) mal regulados.
    Muitos amigos zombam de mim quando me apresento com defensor do capitalismo, mas é verdade.
    Concordo com o Noam Chomsky, quando ele diz que o problemas dos liberais é que eles não leram o Adam Smith até o fim. Isso porque para aquele economista clássico a finalidade última do capitalismo era a erradicação da pobreza e da miséria. Escreveu textos muito contundentes a esse respeito (o Chomsky resgatou isso em um de seus livros). Ademais, Smith deixou claro que a livre iniciativa só é bem sucedida se co-existente com a livre concorrência. Monopólios são maléficos. Quando estritamente necessários – os chamados monopólios naturais – devem estar sujeitos a uma forte regulação estatal. Só assim a “mão invisivel do mercado” pode funcionar. Do contrário ela passa a sofrer de artrose.
    Controlar monopólios não é fácil não. Mas é esse controle que delimita os estágios mais atrasados do capitalismo dos estágios mais desenvolvidos. Vejam como é o controle antitruste nos EUA e no Japão. E na União Europeia os países estão atuando muito pra refinar esses seus mecanismos de regulação.
    Bakunin e Marx eram descrentes quanto a isso. Por isso um propôs a abolição total do Estado enquanto o outro defendeu a sua tomada com mão de ferro (pra realizar o capitalismo e depois socializar). Eles viam que os capitalistas, pra garantirem seus monopólios, capturavam o aparelho de Estado. Era o cenário que havia no horizonte deles. Foram críticos brilhantes do sistema, mas não visualizaram alternativas factíveis. Porém, se vivessem hoje no Brasil, talvez pensassem igual. Porque a herança coronelista aqui impera. Todo segmento econômico tem seus “coronéis”. O sistema de defesa da concorrência ainda engatinha.
    Na cultura não é diferente. No debate sobre a revisão da lei Rouanet a gente vê claramente a gritaria dos coronéis da cultura que adoram viver no mundo do capitalismo sem riscos, os que dominam a captação de financiamento. Quando o assunto é direito autoral é a mesma coisa: os monopolistas do ECAD bradando contra qualquer regulação, com argumentos mais do que risíveis (aliás, aqui na Europa os “ecads” estão doidinhos com o aperto do controle antitruste e agora deram pra elogiar o primo brasileiro….).
    Os artistas, coitados, viram os bodes expiatórios, as buchas de canhão desses empreendedores. O caso da Bethânia, que pelo seu talento e brilhantismo não merecia ser submetida a uma situação tão constrangedora, é só um entre muitos exemplos.

    Os monopolistas, em qualquer época, fazem seus lobbies. E quando se sentem fortemente ameaçados partem pra ocupar os espaços dentro dos governos, pra cooptar a máquina estatal. Parece que é o que está acontecendo no momento na Cultura, aparentemente com algum sucesso.

  • Daniela Lima, 14 de abril de 2011 @ 0:45 Reply

    Não seria melhor fazer valer os direitos autorais e “que vença o melhor”?

  • Luciano, 16 de abril de 2011 @ 4:15 Reply

    Direitos autorais? Tem muita gente que colaborou para nossa cultura e que não recebem – eles ou as famílias – um vintem por suas obras.Eu soube – não arrisco a escrever o grau de veracidade desta informação – que a família Jobim não recebe nada por “Garota de Ipanema”. Posso estar entrando em outra seara, mas isso não seria bacana ser elucidado já que tantas questões foram levantadas? Tantas variações sobre um tema?

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