A feroz resistência a uma democracia cultural que contemple a sociedade, e não a corporação tem como moeda padrão o cabotinismo. Sem a fatura “técnica” a logística de guerra num primeiro plano, segue boicotando debates e fazendo desse estratagema sua arte de guerra. Um regulatório com palmatória na pluralidade de idéias.
Como autoridades de um ministério das frases, o rito da “tríade corporativa” (competência exclusiva, inteligência operacional e manipulação de sistemas) subjuga freqüentemente os ciclos naturais, os caminhos sociais com intuito de combater a ascensão de novos atores na arena cultural. É este o ramerrão estratégico mais comum do castelo de palavras que os cobiçosos senhores da guerra utilizam, para criar um aquário cultural, um espetáculo de luzes e logomarcas.
Pensar formalmente segundo suas regras, a relação teoria/prática é apenas uma questão de padronização de fórmulas, assim a competência vira o mote especulativo que os refinados fatalistas usam como argumento gelatinoso para moldar seus discursos.
Se não conseguem mais sustentar a regulação da vida coletiva dentro de seus estabelecimentos corporativos, restritos aos integrantes autorizados com divinizadas inteligências operacionais, a construção de um enviesado universalismo é a senha para criar a confusão dos espíritos.
Há neste momento uma transição em marcha inerente à evolução do humanismo brasileiro, um amadurecimento que nasceu principalmente das realizações do governo Lula que mudaram radicalmente a maneira de pensar o Brasil de forma substancial dentro de um ideário e de práticas políticas que incluem maior responsabilidade ideológica. E isto foi fundamental para a aceleração da tomada de consciência da sociedade brasileira, restando para os opositores práticas educativas de um senso fatalista embutido no discurso neoliberal, quando não caricaturado pela diversidade de uma eticidade que pode ser traída na próxima esquina, mais precisamente num novo discurso aplicado como sentença de nos ensinar a ensinar.
Por isso o cabotinismo é arma indispensável dos fundamentos da natureza do benefício exclusivo, pois, ao mesmo tempo em que se fala em democracia, a realidade desses senhores traz uma mensagem de desconstrução aos movimentos populares protagonizados pelas camadas sociais mais pobres da população. Por definição esta fragmentação propõe uma interpretação multidisciplinar de um mundo contemporâneo com tônica no reino do dinheiro e, como sabemos, a esquizofrenia do espaço cultural serve única e exclusivamente à plenitude de quem pretende regular o território numa solidariedade vertical compartimentada, impedindo a fluidez das idéias dentro do espaço comum.
Impedir essa grilagem que trombeteia o “pensamento imortal” nos organismos universais, que quer fazer da cultura boi de corte servido em butiques de carnes, é um ato quase heróico para a plebe em suas expressões “digitais”.
Não há como não pensar em dois pólos e, muito menos não imaginar atritos quando o povo está em luta contra essas maravilhosas esporas vindas de laboratórios no sentido de modificar fanaticamente o curso natural da sociedade. É uma lei biológica, de simples questão de olhar as contradições dessa hierarquia mental de índole corporativa de “singela nobreza” que faz do exame superficial o fisiologismo vago e indefinido, uma pueril fórmula velha de designer colonialista.
As políticas socioeconômicas da cultura corporativa não querem saber da lógica de adaptação às novas realidades brasileiras. A condição desses agentes financeiros representados no território da cultura neoliberal quer impor a rendição da sociedade e manter uma atividade hegemônica através da alienação científica que vive de truques e mágicas, sugerindo a obediência cega às suas regras “fertilizantes”.
Há uma nova história sendo escrita pela sociedade brasileira. Há uma reconstrução com indicativos claros de mudanças concretas de paradigmas na base da sociedade. Há nas horizontalidades, força motora que luta contra a perversa pedagogia que encontra a cada dia nas mutações empíricas certamente os símbolos de maior resistência, sobretudo revelados pelas novas formas de comunicação que circulam livres nas comunidades virtuais. Portanto, o cotidiano da “racionalidade” vem perdendo seu reino de artifícios, em seu lugar aumenta a capacidade do pensamento autônomo que busca servir à plenitude do homem, uma enorme variedade de caminhos que será, sem dúvida, práticas técnico-científicas que obedecerão aos mandamentos da nova sociedade brasileira, uma convergência de movimentos que acontecerá sempre em local público dando sentido global, aí sim, para a construção de um novo universalismo.
Informação não se constrói com tirania ou com novas formas de totalitarismos, ou pilares teórico-técnicos de esquizofrenia abstrata.
No século XXI, o Brasil, por sua diversidade, busca cada vez mais alicerces, gestões que edifiquem o discurso descoberto pelas massas e não pela “sóciodiversidade” corporativa, pois não há virtude alguma na aglomeração. O dinamismo se dará na mistura de pessoas e filosofias. Diferente disso classifico o outro raciocínio, como ramerrão cabotinista a serviço da violência do “projeto tríade corporativo”.
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