Criticar o software livre ou aberto hoje é quase como comprar uma abriga com “fundamentalistas”, não basta mostrar as facilidades que alguns modelos pagos oferecem, principalmente, pela facilidade de criar padrões em modelos programados de forma unificada. Mas essa discussão entre ser ou não ser livre ou aberto, ou ser adepto dessa filosofia de mercado ainda é muito varejista e no atacado, essa discussão é bem pequena.
O principal aspecto que falham os pensadores do Software Livre é propagar que os programas e os Sistemas Operacionais abertos cada vez mais estão tomando conta das grandes empresas de processamento de informação. E nesse momento, essa afirmativa, soa mal em nossos ouvidos, e surge a pergunta. Por que é uma falha?
Em muitos momentos essa ideologia, para boa parte das pessoas, anda em paralelo com a ingenuidade de analise, já que um software gratuito, livre e aberto pode ser comparado a uma forma de socializar o acesso à informação como um todo, derrubando o custo e distribuindo a programação para muitos colaboradores o que torna o software muito mais seguro e completo. Mesmo que a dificuldade de padronização seja um fator complicador de popularização, ainda é um revés pequeno frente os benefícios trazidos.
Mas a citada ingenuidade está em como as mega-empresas do capitalismo e da informática encaram esse tema. A prática comum do sistema é de sempre utilizar o idealista ainda ingênuo como uma ferramenta eficaz de obter o mais puro e elevado pensamento de um determinado segmento de mercado, para explorar dele um capital de conhecimento que pode se tornar um lucro maximizado com o menor investimento possível, no caso do Software Livre, sem gasto nenhum.
Enquanto milhares de brilhantes programadores e (por que não?) cientistas da informática pensam soluções para a coletividade, empresas do porte de uma IBM, HP, Microsoft e outras, sugam o néctar de uma comunidade que ainda não pensou que para o captalismo, “não existe almoço de graça” (Milton Friedman), mas para o idealista sim. Basta observar os números dos mais poderosos supercomputadores do mundo. Dos 500 mais poderosos 41% foi vendido pela HP, 37% foi vendido pela IBM e outras que não passam de 3% cada uma. A beleza desses números está na comparação com a quantidade de clusters que usam sistemas livres, 89% deles são baseados em Linux e 5% em Unix, ou seja 94% deles não pagam um centavo em direitos, mas com certeza cobraram pelo cluster montado e entre outros gastos importantes.
Pensando de forma prática, se um produto existe, alguém o produziu e no modelo capitalista todo trabalho deve ser remunerado de forma “justa”. Se, por exemplo, a IBM ou a HP produz qualquer coisa, ela vende e cobra seu direito de propriedade sobre, não só a intelectualidade, mas também pela sua marca ou imagem, e se alguém trabalha sem receber esse fato se configura escravização. Então, por que motivo as pessoas que se propõem a desenvolver um pensamento mais humano, também para a informática, não tem direito de receber por isso?
O princípio de EXPLORAÇÃO do que aberto e livre e das pessoas para obter a maximização do lucro é cruel. Pois além de não remunerar quem merece, ainda elimina a possibilidade que essa mesma pessoa seja contratada pelo mercado.
A solução para o que se tem nesse momento não sairá do próprio mercado nem, muito menos, de uma única cabeça pensante. É necessário que essa discussão se amplie para alem da zona fronteiriça entre a diminuta e provinciana guerra entre Linux e seus PHPs e Javas e o Windows e seus .Nets e padrões existentes. Por que enquanto a letargia do pensamento mais técnico-obtuso e menos sistemático e sociológico torna o bem intencionado um “idiota útil” dos gigantes da Nasdac.
9Comentários