Mãe de todas as ferramentas de gestão empresarial, o planejamento estratégico (PE) consolida-se a cada dia como paradigma de administração bem feita. Mas será que ele, com sua força tentacular, aplica-se cegamente à gestão cultural?
Oriundo da guerra, o PE foi muito utilizado como método de ocupação e expansão territorial. Conhecendo a situação do seu exército e com o máximo de informações colhidas a respeito das condições do terreno e do inimigo, é possível avançar e conquistar terreno.
São muitas as ferramentas atreladas ao PE. Uma das mais conhecidas é a análise SWOT, ou traduzindo para o português, análise de Potencialidades, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. As duas primeiras dizem respeito à situação interna do empreendimento e as duas últimas do mercado, ou das questões externas.
Como um processo gerencial, o PE diz respeito à formulação de objetivos, que inclui a escolha dos melhores programas e ações e a melhor maneira de executá-los, levando em conta as condições apontadas na análise SWOT. E, a partir daí, como o empreendimento pretende evoluir, crescer e se desenvolver como negócio.
Com uma boa análise em mãos, acredita-se, é possível visualisar o futuro e construir condições para alcançá-lo, passo-a-passo, a partir de ferramentas de gestão apropriadas àquele determinado negócio (aquilo para que serve o empreendimento).
Se levarmos em conta aquilo que venho defendendo nesse espaço, o empreendimento cultural não deveria se valer da competição e das formas de concorrência comuns aos sistemas mais agressivos e selvagens, próprios do capitalismo. Então o planejamento estratégico não deveria se aplicar à gestão cultural.
Por isso defendo uma flexibilização do PE, substituindo uma lógica linear ou sistêmica de atuação, por uma mais complexa e orgânica, com forte presença de diálogo e baseada na diversidade. Sem invalidar os pontos positivos do PE, costumo utilizá-lo como um exercício de construção para, em seguida, desconstruí-lo, já que não acredito na previsibilidade e controle do futuro, sobretudo nesses tempos de hiper-modernidade.
A consultoria de desenvolvimento de negócios culturais da Brant Associados baseia-se nesses fundamentos para auxiliar empreendedores a construir e moldar suas organizações e projetos de maneira sustentável.
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