Muito tem se falado nos dias de hoje em Produção Cultural. Mas a maioria das pessoas não faz muito ideia do que isso significa e em qual área nós nos encaixamos como produtores.
A maioria acha que nos divertimos porque trabalhamos junto à artistas, músicos, cantores, pessoas importantes, diretores. Enfim, todos acham que é muito glamoroso trabalhar nesse meio.
Mas o que as pessoas não imaginam é que trabalhar nesse segmento exige muita dedicação, muita organização, planejamento e muito jogo de cintura. Como em qualquer outra área. Na maioria das vezes é bem trabalhoso e não é nada divertido, nem glamouroso.
O glamour é do artista, do músico e não dos produtores culturais. Pouco aparecemos, e quando somos chamados e aparecemos… é problema na certa!
Na verdade, nós é que trabalhamos muito para que o artista e o público se divirtam, sem perceber todo o planejamento árduo que foi realizado antes deles chegarem.
Para entender a área de Produção Cultural é necessário antes de tudo conhecer minimamente o panorama desse segmento e, principalmente, os tipos de profissionais que atuam nessa área. Pois a área de entretenimento em especial é muito grande e variada, e se não soubermos minimamente sobre o assunto, corremos o risco de perder dinheiro, procurar um fornecedor errado ou até mesmo não realizar um evento por pura falta de conhecimento.
Boa parte dos profissionais que conheço saem fazendo seus trabalhos e suas produções artísticas sem antes parar para pesquisar a área em que estão investindo, ou nem mesmo sabem no que vão investir, o que gera posteriormente muitas frustrações e até falências. Por isso faz-se necessário saber os indicadores da área que se pretende trabalhar, bem como o cenário de exclusão brasileiro. Onde há falta de cultura e acesso a ela, há também a possibilidade de transformar essa lacuna em um grande nicho de mercado. Basta para isso conhecimento aprofundado do que se quer trabalhar.
É necessário, para quem deseja trabalhar nessa área, muito planejamento e muita noção de logística antes, durante e depois de uma produção cultural, seja ela grande ou pequena. Pois os problemas, tecnicamente, no meu entender, são sempre os mesmos. Muda apenas as proporções deles.
Para se ter uma ideia, para o público em geral, um espetáculo ocorre somente no dia, na hora e no local marcados. Mas para os profissionais envolvidos, tudo começa muito antes e termina muito depois.
Trabalhamos, muitas vezes, um ou dois anos antes para que um dia de espetáculo aconteça e trabalhamos, igualmente, mais cinco ou seis meses depois para finalizar aquele mesmo evento.
As pessoas não imaginam quanto planejamento é necessário nem as questões de logística que envolvem cada pedacinho e cada área diferente, dentro do mesmo evento. Elas só têm noção de algumas horas, no dia de espetáculo.
Fora isso, temos que pensar nos aspectos legais que envolvem uma produção artística, que variam de cidade para cidade e de estado para estado. E isso não está escrito em nenhum lugar. Por isso, temos que pesquisar sempre e a cada evento.
Não há receita pronta, há apenas um roteiro de informações que pode variar de evento para evento, conforme o tamanho e as especificidades do mesmo. Há ainda as questões jurídicas, que muitas vezes nos impedem de seguir em frente com o nosso espetáculo, simplesmente porque não fazíamos ideia de que determinada coisa era necessária, ou porque desconhecíamos a linguagem contratual.
E ainda não acabou. Temos que entender de gestão financeira, para saber lidar com os famosos impostos, com as formas e prazos de pagamentos; e temos que saber todas as entidades que possam estar envolvidas, para também não correr o risco de não realizar nosso espetáculo, por falta de conhecimento. É o que chamamos de Gerenciamento de risco e legal.
Divertido! Glamouroso! Trabalhoso! Sim…
São essas questões que o curso Produção de Eventos Culturais procura desvendar.
*Isaíra Garcia de Oliveira estará no Cultura e Mercado dias 13 e 14 de fevereiro, para mais uma edição do curso Produção de Eventos Culturais. Clique aqui para saber mais.