MaMA é uma das mais conceituadas convenções do mundo sobre o mercado da música, que acontece em Paris, durante três dias, nos bairros de Pigalle e Montmartre. Destina-se principalmente aos profissionais da música, mas também é aberta ao público em geral.

Durante o dia, as atividades são exclusivas aos profissionais. Debates, conferências, workshops, rodadas de negócio, entre outras, propiciam encontros e implementações de projetos colaborativos. Em 2013, por exemplo, foram 3800 participantes, representando 61 países do mundo. Já à noite, o MaMA oferece uma centena de concertos de artistas franceses e internacionais em vinte palcos. Locais próximos uns dos outros, com acesso ao público.

O produtor português Fernando Ladeiro-Marquès, diretor do festival, estudou Ciências Econômicas, História e Cinema, mas as manifestações sonoras sempre deram a tônica de sua existência. Ele assina a codireção, ao lado de Fabiana Batistela, do SIM São Paulo, um festival que segue os mesmos moldes e acontece na capital paulista, em dezembro.

Em entrevista ao site do evento brasileiro, ele revelou detalhes da produção de grandes eventos e falou das relações entre arte e mercado. Para Ladeiro-Marquès, música e economia não devem andar separados. Além disso, qualidade e popularidade podem estar no mesmo barco. “A música é um ato cultural, mas também um bem econômico, como as empresas que geram milhares de empregos. Nós não podemos opor a criação ao mercado. Eu não conheço nenhum artista que lança um disco esperando que ele não seja vendido”, diz.

No entanto, ele lembra que é perigoso pensar só no mercado. “Um disco ou um concerto podem obter pouco sucesso de venda e ser de alta qualidade artística. Já o êxito comercial não é garantia de tal qualidade. A economia da música é, portanto, um dos muitos temas de debates e conferências que desenvolvemos durante o MaMA. A economia de hoje, como nós a conhecemos, mas também a economia do futuro, como nós podemos imaginá-la, e que, aos poucos, já integra nossas vidas. A economia digital do crowdfunding, o desenvolvimento sustentável sem dinheiro.”

Segundo o produtor, há muitas semelhanças entre os mercados de música brasileiro e europeu, porque o modelo básico é o mesmo: os independentes e os “mainstream”, uma produção recorde do circuito clássico (produção, promoção, distribuição), um ambiente profissional para o artista (empresário, agente, produtor etc). Em ambos mercados, diz ele, assim como no mundo todo, este modelo está sendo desafiado drasticamente pelas novas tecnologias, pelas novas ferramentas de produção e pelas novas formas de consumo de arte.

“Mas há também algumas diferenças. Parece-me que o mercado europeu é mais maduro e melhor organizado. Em muitos países europeus uma política cultural foi colocada em prática para apoiar financeiramente e promover a profissionalização da indústria da música e para garantir o desenvolvimento da produção local”, afirma.

Clique aqui para ler a entrevista completa.

*Com informações do site do SIM São Paulo


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