É claro que a meia-entrada para estudantes é uma conquista importante para o país e deve ser mantida. Sabemos, no entanto, que a emissão saiu do controle e que isso afetou o bolso de exibidores e donos de casas de espetáculo que, junto com produtores e artistas, pagam a conta que é de toda a sociedade. Ou  repassam um aumento descabido de ingresso para o cidadão que, por ética, se recusa a fazer uma carteira na esquina. Ética que talvez falte ao governo, que mais uma vez se omite, dizendo que o problema não é de sua alçada.

A Comissão de Educação, presidida por Cristovam Buarque (PDT-DF), abrirá nesta terça, 25/11, votação do projeto que regulamenta a meia-entrada. Proposto pelos senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Flávio Arns (PT-PR), o projeto de lei 188/07 contém itens polêmicos: o principal deles determina a limitação do benefício a 40% das entradas vendidas para shows, peças, filmes, exposições, eventos esportivos e culturais.

Do lado da produção cultural, a reivindicação é por falta de contrapartida do Estado, que concede o benefício mas não compensa o ônus dos empresários do setor cultural; e por fiscalização, pois permite a emissão desenfreada de carteirinhas falsas. O movimento estudantil, por outro lado, briga para manter o benefício, mas admite a necessidade de regulação.

Ambos estão corretos. A regulação e o financiamento da meia-entrada é questão de Estado. O Ministério da Cultura, na semana passada, posicionou-se a favor dessa regulação, mas lavou suas mãos. O Minisro Juca Ferreira disse que o problema não é de sua alçada e jogou a responsabilidade nas costas do legislativo.

Quem você acha que deve pagar a conta da meia-entrada? Como deve ser regulada, por meio de restrição de acesso ou controle de emissão? De quem é a alçada dessa questão?


Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

37Comentários

  • Tiago Campany, 25 de novembro de 2008 @ 10:39 Reply

    A regulação realmente é necessária, mas da maneira que foi proposta todos nós sabemos como vai terminar. O jogo vai virar de lado e agora quem vai ter que fiscalizar as bilheterias será o consumidor. Ou vocês acreditam que a cota de 40% será respeitada?

    Voce chega pra comprar um ingresso com meia-entrada, a bilheteira sorrí e diz “os ingressos de meia-entrada já se esgotaram, senhor.” . Algúem tem dúvida disso?

    Pena a UNE e o Ministério terem lavado as mãos. Os produtores conseguiram o que queriam. Veremos se os preços dos ingressos realmente irão baixar…

  • Mauricio Betti, 25 de novembro de 2008 @ 10:47 Reply

    Na minha opinião, o custo de entradas de cinema e alguns shows são uma grande vergonha. São preços elevados e com certeza a margem de lucro é altíssima. No caso dos cinemas o preço da inteira, principalmente nos finais de semana subsidiam com sobre a meia entrada, esse é meu ponto de vista. A diferença de valores é exorbitante nas capitais do Brasil.
    Em alguns shows o custo de uma entrada é fora da realidade, é claro que em alguns casos esse custo se deve ao alto cachê muitas vezes cobrado pelo artista, mas na maioria limita muitos brasileiros a ter contato com Cultura. O Brasileiro, principalmente de uma classe mais inferior é muito carente de Cultura devido a esses custos elevados. É comum vc ir a um cinema num sábado por exemplo e a sala estar vazia. Porque eles não baixam os custos? E porque não incentivam (mais ainda) com preços bem baixos nos dias mais fracos. Em Curitiba por exemplo, um filme no sabado chega a custar R$ 16,00 num cineplex por exemplo, aí entra o estacionamento mais R$ 4 a R$ 5,00, pipoca então é um roubo: R$ 10,00 um saquinho + uns R$ 5,00 um refrigerante…. Acho que quem paga a meia-entrada é a pipoca e a coca!!!

  • sergio b mello jr, 25 de novembro de 2008 @ 11:34 Reply

    A minha opinião é que a meia entrada deve ser oferecida apenas aos estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino. Acho um absurdo, estudantes universitários, que já podem e devem ir à luta; alunos de instituições privadas, cujos os responsáveis têm condições de pagar uma entrada de cinema, utilizarem deste benefício que custa hoje, exclusivamente, aos consumidores que não possuem a “carteirinha”. Logicamente o empresário nunca arca com prejuízo, sempre o repassa ao consumidor. Neste universo limitado de estudantes da rede pública, acredito que o sistema deve funcionar como a gratuidade no transporte público, com X reais por mês, em crédito, para utilização exclusiva em cinema, shows e etc…
    Pela moralização da meia entrada!!!

  • Raimundo, 25 de novembro de 2008 @ 11:49 Reply

    Então, esse argumento de “enxurrada de carterinhas falsas” parece coisa de tucano…quando você tem uma política pública que funciona bem, beneficia bo a parte da população e deixa de gerar divivdendos para os empresários logo surge a desculpa que “precisamos combater fraudes”…assim foi com o Bilhete ùnico, que hoje tem restrições devido a medidas executadas por supostos desvios que nunca, nunca são exibidos. Há falsificação de carteirinha? Mostre. Há picaretagem de estudantes? Denuncie. Mas daí vir a público e dizer que a política terá restrições sem um mínimo debate com a soceidade não me cheira bem….dá a impressão de que o ministro está mais preocupado com os lucros dos grande espetáculos do que com o acesso à cultura…
    Tudo bem, a gente ainda tem a televisão pra “se distrair”…..
    Raimundo- Estudante- São Paulo

  • sergio, 25 de novembro de 2008 @ 12:21 Reply

    Discordo totalmente que seja falta de ética do governo deixar o assunto para o legislativo. Acho q é isto mesmo pois as leis e decretos no passado foram feitos sem a consulta ao Minc ou à área cultural. Surpreendde-me a postura do Cultura e Mercado ser favorável a meia entrada. Por que? Esta liberalidade tem de ser do produtor da obra!
    Mas quero lançar aqui outras meias fundamentais para os estudantes:
    . Meia entrada em lanchonetes e restaurantes, afinal os jovens precisam .assistir as aulas bem alimentados.
    .Meia para a compra de livros. Afinal os jovens precisam deles para estudar,e/ou se informar.

  • Simone, 25 de novembro de 2008 @ 13:16 Reply

    A verdade é que a cultura sempre foi algo elitizado no país. Moro em Brasília, no centro, e mesmo assim não vou a todos os eventos, espetáculos. Mas, conservo-me no direito de ir ao cinema, algo que sai na faixa de R$ 18 (inteira). Então, é caro SIM! O que dizer de shows como Ney Matogrosso, Adriana Calcanhoto ou até uma partida do Brasil X Portugal (que aqui ficou entre R$ 180 a R$ 250). Realmente, Rio e SP acredito que tais eventos saiam mais em conta, até pela regularidade, mas a verdade é que para sair de casa é preciso carro, companhia e tudo só vai ficando mais complicado. Afinal, cinemas e teatros não são lugares de casais?rs Sempre fui de sair só, gosto, mas porque muitos colegas moram distante ou não tem carro e até paciência para a fila e a muvuca dos eventos. Mas, cultura realmente é algo complicado. Quando perto, na Esplanada dos Ministérios, por ex, é sempre o modo de ser assaltado, etc. E, os CD’s … tsc tsc tsc Livros, revistas, CD’s realmente são coisas que além de espaço e tempo demandam $$.

  • Hemógenes Nicodemos, 25 de novembro de 2008 @ 13:41 Reply

    Quem disse que a meia-entrada é uma “conquista importante”? Por que deve ser mantida?
    Na verdade, a meia-entrada é uma aberração, um discriminação de preços arbitrária e imposta, que não faz nenhum sentido do ponto de vista de negócio. O melhor que o governo poderia fazer é voltar atrás e cancelar esse benefício tolo, medida que imediatamente faria os preços dos eventos culturais despencar pela metade.

  • Dayana Dias, 25 de novembro de 2008 @ 13:46 Reply

    Minha que não é!! sou universitária!! não recebo um salário enormeee e não tenho tempo para pensar nisso pois trabalho e estudo muito!!!E no final das contas (ainda)não tenho dinheiro para pagar a entrada inteira em cinema, shows e etc.

  • EDMUNDO LIPE, 25 de novembro de 2008 @ 13:52 Reply

    QUAIS OS PAÍSES QUE ADOTAM A MEIA ENTRADA?
    QUEM DISSE QUE OS ESTUDANTES DA PERIFERIA SE UTILIZAM DA MEIA ENTRADA PARA IR AO TEATRO, CONCERTOS , ETC?
    QUEM USA A MEIA ENTRADA É A CLASSE MÉDIA ALTA E OS RICOS.
    TODOS DEVERIAM SER OBRIGADOS A REALIZAR UM SESSÃO POR SEMANA OU DUAS COM MEIA ENTRADA PARA TODOS. ISTO SIM É A DEMOCRATIZAÇÃO DA CULTURA,.

  • Ricardo, 25 de novembro de 2008 @ 13:55 Reply

    Não deve existir meia entrada. Essa invenção ridicula e demagógica não é conquista importante coisa nenhuma. Vocês sabem muito bem que acesso à cultura é muito mais do que isso, e a sociedade brasileira tem que poder dizer QUAL cultura quer subsidiar. Nós, que não somos estudandes de verdade ou de mentira, estamos pagando muito caro para os “estudantes” assistirem Shrek e 007.

  • Yohana, 25 de novembro de 2008 @ 14:44 Reply

    Sou estudante, e acho importante este benefício. Os preços são abusivos em muitos casos (há peças em cartaz aqui em São Paulo a R$ 80 o ingresso!), e temos que lembrar o valor do salário mínimo atual. Além disso, grande parte do lucro fica para os empresários e, fora atores e diretores globais, a maioria dos artistas vivem de muito pouco.
    Apesar disso, concordo e incentivo a regulamentação para a meia-entrada. Conheço pessoas que não são estudantes e, por vias ilegais, usufruem desse direito que não lhes pertencem.
    Espero que o poder legislativo saiba pesar todos os lados, e não fique apenas ouvindo os lamúrios de empresários reclamões.

  • Assessoria de Comunicação do Ministério da Cultura, 25 de novembro de 2008 @ 14:54 Reply

    Nota do Ministério da Cultura sobre o tema citado no editorial:

    “Meia-entrada: Regulamentar para compatibilizar economia da cultura e acesso

    O Ministério da Cultura considera positiva a iniciativa do Congresso Nacional de regulamentar o uso da carteira estudantil para a concessão da meia-entrada para espetáculos, cinemas, exposições e outros eventos culturais.

    Sem uma regulação do benefício, o sistema está desorganizando a economia da atividade e penalizando àqueles que não têm carteira estudantil, obrigados a pagar mais caro para compensar o restante.

    Apesar de a questão não ser da área de competência do MinC, existe uma vinculação com o tema e a consciência dos efeitos da medida no mercado cultural. Portanto, manifestamos posição favorável à regulação.

    O Congresso Nacional é o ambiente correto para que haja um acordo entre todos os envolvidos – entidades estudantis, produtores culturais e cidadãos que desejam acesso à cultura com custos menores.”

  • CANDIDA BOTELHO, 25 de novembro de 2008 @ 15:03 Reply

    Lamentável a omissão do governo para todas essas questões.Posso citar aqui o corte das verbas de projetos obrigando os autores a trabalhar de graça numa série de atividades, para poder dar conta de fazer o espetáculo. E como vivem disso, são obrigados a aceitar ou não fazer o seu trabalho que é tambem o seu ganha pão. E depois se preocupam com os cortadores de cana,….. o tratamento dado ao artista no Brasil é da me]sma desfaçatez Quanto a pagar alguma coisa, eles sempre jogam para a sociedade, com mais uma taxa que supostamente deveria ser aplicada naquele assunto, mas que via de regra é desviada para outras coisas mais eleitoreiras ou de interesse de algum deles. Falta nobreza intelectual nessas classes novas , administradoras dos bens culturais .

  • Carlos Henrique Machado, 25 de novembro de 2008 @ 23:09 Reply

    E o óscar vai para… os mesmos beneficiados de sempre do teatro, cinema, globo, cinema, teattro, globo….

    O Ministério passou praticamente seis anos em quase a totalidade das políticas públicas para o pessoal teatro e do cinema, beneficiando sempre os figurões da Globo. As empresas patrocinadoras adoram o estrelato, o pessoal dos departamentos de marketing são deslumbrados e provincianos. Quando chegam as estrelas pedindo patrocínios, eles não só atendem de pronte como estendem o tapetão vermelho.

    Essa chiadeira toda não é por causa de filme internacional não, é de brasileiro mesmo e patrocinado com recursos públicos. Isso é que é uma grande hipocrisia, esse papo de que artista está preocupado com democracia cultural, é furado, eles querem mesmo é um monte de toalhas brancas e espumantes. Tudo isso chega a ser uma grande piada neste país, mas fazer o quê? Eles estão lá dentro do MinC dando todo o feed back para a rapaziada que adora um bom restaurante às custas do dinheiro público. Enquanto isso, sonhos e mais sonhos de milhares de artistas vão ssendo enterrados e cada vez mais a sociedade fica marginalizada

  • Tito, 26 de novembro de 2008 @ 0:56 Reply

    Concordo com o Sergio, e discordo totalmente do texto, o Minc não está limpando as mãos, esse assunto não foi tratado pelo Minc anteriormente e não tem como o Minc interferir, ele pode apenas opinar, o assunto da meio entrada não é do Minc, deveria ser mas não é. Sou totalmente a favor de acabar com a meia entrada pois ela é falsa, o produtor dobra o preço do ingresso, quem paga meia na verdade está pagando inteira e quem paga inteira está pagando o dobro, melhor acabar e deixar que os produtores façam promoções antecipadas para todos ou para estudantes, idosos dentro de uma cota que ele considere viável. Não tem nada de conquista nisso ninguem está pagando meia.

  • Leonardo Brant, 26 de novembro de 2008 @ 8:44 Reply

    Por que a meia-entrada é uma conquista importante? Nada como ter uma sociedade que investe no futuro, no desenvolvimento cultural dos estudantes, sobretudo porque a nossa escola não enxerga os benefícios do cinema, do teatro, da música, para a formação do sujeito. Os livros deveriam igualmente ser subsidiados. Para o setor cultural significa um acesso bem-vindo aos bens culturais. Se este acesso não for estimulado desde cedo, fica mais difícil pensarmos em constituir em uma cidadania cultural, em que as pessoas participem da vida cultural. Num país capilista como o Brasil, isso significa consumir cultura. Mas isso deve ser pensado como política do Estado e não somente como liberalidade do produtor. E se é política do Estado tem que ser financiado pelo Estado e não pelo artista, ou produtor, aqui está o equívoco, empurrar o ônus nas costas do setor cutural. Só demonstra a fragilidade das nossas instituções democráticas. É a falência do Estado na garantia de educação e cultura para o seu povo. O maior absurdo de tudo isso é que, por omissão do Estado, mais uma vez estamos vendo um setor produtivo de extrema importância para o país, sobretudo em tempos de crise, jogado para escanteio, vendo-se obrigado a brigar com o seu próprio público. O Estado está sendo escandalosamente omisso neste sentido! Mas vamos debater mais, porque o assunto é de extrema importância.

  • Carlos Henrique Machado, 26 de novembro de 2008 @ 9:28 Reply

    A questão, Tito e Sergio, é que o Minc nestes anos dourados de politicas de recursos, quase na totalidade, destinados ao audiovisual, interferiu pesadamente num único caminho, ou melhor, num único segmento que privilegia alguns poucos corporativistas, tratando-os a pão-de-ló.

    A questão é que o MinC, quando aparece em fotografia, parece mais a festa de fim de ano da Rede Globo, assim como foi a posse de Mambert.

    O MinC interfere pesadamente sem explicar para a sociedade o porquê da escolha pelo cinema e pelo teatro. Pegou pesado na produção sem o mínimo de poítica de distribuição e sequer convocou a sociedade para dar conta do monopólio de distribuição das verbas, ao contrário, ele as garantiu a grandes produtores, estrelas globais sem qualquer estratégia de distribuição, ou seja, o MinC atendeu a chiadeira corporativa, garantiu, sem sobressaltos os grandes privilégios dos de sempre, acentuando ainda mais esse fosso que separa o mundo que, para a sociedade, continua sendo virtual. É mesmo normal que se confunda o ministro da cultura com um gerente de cinema, como está acontecendo aqui, o próprio MinC se colocou assim.

    Vejo que existem bons documentários e parabenizo o MinC por isso. Mas quem os assiste? Ninguém sabe da existência deles. O MinC se excedeu nos benefícios a esse mundinho cultural e não consegue se aprofundar nas reais questões da cultura brasileira. É o preço da interferência meus amigos. Não adianta né. Não conseguimos nos desvencilhar desse complexo de inferioridade. Enquanto isso, o Ministério da Cultura continua a não representar a cultura brasileira, continua a léguas de distância do cidadão comum, esse está pouco se interessando pelas políticas dele, sabe que não são para ele, pois se fossem, só fortaleceria a sua cultura, mas ao contrário, cria um elefante branco como é o caso das políticas do audiovisual e teatro. Com verbas para festivais Brasil afora, patrocina os cordões de isolamento, enche as burras de donos de hotéis e restaurantes e quer a sociedade a aplaudir essa lambança.

    É impressionante como o MinC não consegue de verdade ser o Ministério da Cultura do Brasil. Não tem uma postura franca, ninguém sabe onde quer chegar.

    Infelizmente hoje, a cultura brasileira anda cada vez mais distante, cada vez mais desiludida com o que vê. Dicursos e mais discursos, políticas estéreis, e de cinco em cinco minutos a sociedade assiste à celebridades, também empresárias, ampliando seus espaços com mais verbas para os seus mundos restritos. Tudo isso é um desastre.

    Sou, desde o princípio do PT, um militante, e sabia que a esquerda festiva estava associada diretamente a esse mundinho cultural da intelectualidade do Baixo Leblon, mas não pensei que a coisa fosse tão oca assim. O PT tem uma política de fracasso absoluto no que se refere à cultura, pois pensa exatamente como todos os grandes interventores da ultra, mega direita neste país. A sorte do PT é que ele não está sozinho, toda a esquerda no Brasil, na questão cultural, pensa da mesma forma que a direita, gosta muito de um espetáculo. Abraça os mesmos ideiais de intervenção da insuportável e absurda idéia de que a cultura da sociedade brasileira precisa de seus conselhos para caminhar. Está aí, o MinC falando sozinho, seja diante da imensa maioria que manifesta diariamente a sua cultura, seja diante da sociedade como um todo, que vê no MinC um departamento de marketing de shopping center dos metros quadrados mais caros do Brasil.

    Por isso, Tita e Sergio, o MinC paga o preço pela falta de independência, paga caro pela compra desse discurso barato de inclusão pela cultura, esse caldo que sai da cartilha de Gabeira e de seus corregilionários. Gente não suburbana, como gosta o nosso ecologista. E ainda dizem que o MinC bate cabeça, quem dera! Quem sabe assim não seriam orientados em algum terreiro para assumirem verdadeiramente as escolhas da sociedade. Por enquanto o MinC é isso, uma frente avançada dos generais da banda cultural que estão aí atravessando Vera Cruz, Embrafilme e agora, Ancinave.

  • Tito, 26 de novembro de 2008 @ 9:29 Reply

    Agora concordo plenamente com Leonardo, na verdade ainda não temos uma politica cultural efeciente e abrangente, por isso sempre alguem paga a conta (produtores ou público). Se tivessemos um subsídio governamental do tipo, a cada pessoa que frequenta o teatro o governo paga X reais, ele estaria assumindo parte do custo, assim seria interessante aos promotores se preoculparem em colocar mais pessoas a preço de ingresso baixo, democratizando o acesso. Claro que não é assim tão simples, uma outra iniciativa seria financiar parte da produção para que o ônus da bilheteria seja baixo, mas isso exige uma mudança de compromisso por toda a classe, o fato é que o público e os promotores não podem depender exclusivamente da renda da bilheteria para uma produção, o ideal seria não depender nada dela, apenas um retorno pensando em sustentabilidade. Quanto aos direitos adquiridos ainda discordo, oferecer meia para o ingresso que vai sair o dobro não é direito adquirido ou investir no futuro, aumentar o preço do sapato dando a meia de graça é uma estratégia de marketing não de cidadania.

  • Ricardo Tiezzi, 26 de novembro de 2008 @ 9:29 Reply

    “Sabemos que isso afetou o bolso dos exibidores e donos de casa de espetáculo”, diz o artigo.
    Sabemos quem? Pra mim isso é uma das mentiras dessa discussão proposta por empresários do ramo e artistas chorões e dependentes, ou seja, quase todos. Os caras já tem seu teatro ou seu filme subsidiado por leis de incentivo, o exibidor é obrigado a colocar na sala por causa de cotas. É o único negócio sem risco da sociedade. E ainda vem dizer que por causa da meia entrada estão tomando prejuízo!!! Só pode ser brincadeira.
    A outra mentira é que limitando a meia entrada os ingressos vão baixar. A-hã. Alguém sinceramente acredita nisso? Tivemos recentemente o governo subsidiando as empresas que fariam os conversores digitais, para chegarem baratos às residências. E o que aconteceu? Chegaram mais caros. Os fabricantes aproveitaram o subsídio para lucrar em dobro. É isso que vai acontecer, vamos dar aos artistas e empresários do ramo outro mamata.
    Só vai baixar preço se houver boicote. Eu, por exemplo, jamais assistirei novamente uma peça de teatro se cair a meia entrada. Não dou dinheiro pra vagabundo.

  • Carlos Abras, 26 de novembro de 2008 @ 14:46 Reply

    De fato, a meia-entrada é uma conquista histórica e importante para a classe estudantil brasileira. Em todo o caso, outras perguntas devem acompanhar este importante diálogo para a sociedade brasileira e, sobretudo, o setor cultural. Por exemplo: Qual o modelo ideal de cotas, dos descontos e, principalmente, qual o perfil dos públicos que devem se beneficiar do uso da meia-entrada? Acredito que um dos grandes equívocos desta decisão – pois perdeu uma oportunidade histórica – foi de não fomentar um diálogo com todas as partes interessadas neste tema. Pelo contrário, partiu de uma premissa linear de beneficiar ou perceber apenas o dilema de um ou outros poucos setores, como produtores, artistas, casas de espetáculos e afins. Ou seja: qual a nossa opinião enquanto consumidores de cultura? O modelo da meia-entrada, efetivamente, é o ideal? Todos os estabelecimentos e produções culturais devem ter meia-entrada? Quais são os mecanismos que irão regulamentar o processo desde a emissão da carteirinha ao consumo do produto cultural? Parabéns pelo site cultura e mercado por facilitar este entendimento a partir dos diversos pontos de vista que aqui estão sendo compartilhados.

  • Leonardo Brant, 26 de novembro de 2008 @ 16:00 Reply

    É exatamente esse ponto que precisa ser ressaltado. A Lei Rouanet é a Lei do Cão, não se sabe, em termos de política pública, para que serve, para onde vai, que tipo de intervenção quer fazer. Se é para estímulo econômico, deve estar inserido dentro da lógica do desenvolvimento das diversas e complexas cadeias produtivas dos setores ligados à cultura. E ainda relacioná-la à questão empresarial. Ok. Então podemos pensar em ações conjugadas, que possam investir nos futuros consumidores e utilizar os instrumentos de benefício para este fim. Mas tb podemos pensar em benefícios fiscais diretos, entre outras (mil) ações. E só quem pode fazer isso é o governo, que não é ONG para dar sua opinião sobre a Lei Rouanet ou sobre a meia-entrada. Governo é para governar, como dizia o Cristóvão Buarque (talvez por isso tivesse sido descartado tão rapidamente). Mas é claro que não dá para ficar colocando a responsabilidade toda nas costas do Juca. O grau de maturidade do governo é o reflexo do grau de maturidade da sociedade, que se organiza e articula em torno de temas importantes como a conquista de direitos civis e a relevância estratégica da cultura como elemento de participação política e construção democrática. E nesse quesito nossa nota é ZERO! Acho até que o MinC, em sua pauta e discurso, está mais avançado do que a sociedade de maneira geral. Mas é perverso quando não assume sua posição de governo, age como uma ONG apontando problemas da sociedade, como faz com a Lei Rouanet e repete com a questão da meia-entrada. Governo precisa saber gerir a coisa pública, saber para que serve cada instrumento social, saber avaliá-lo dentro dessa lógica e alterar os rumos com objetivos concretos. Ou então ficamos nessa de quem grita mais e melhor.

  • Luiz Melchiades, 26 de novembro de 2008 @ 17:39 Reply

    Boa e necessária essa discussão. Penso que as leis de incentivo funcionam também como um subsidio para que estudantes tenham acesso a bens culturais com preços populares. (Acho, inclusive, que o valor de ingressos deveria ser melhor “controlado” pelo Minc, no sentido de não produzir abusos de preços em projetos incentivados. Claro que isso tem que ser feito com cautela, uma vez que ninguém deseja ingerência pública em negócios privados, muito menos a restrição da liberdade de mercado. É possível achar um meio termo ai). Contudo, nem só de inventivos vive a cultura. Há situações que prescindem das leis – é o caso das salas de exibição. Nesse caso (e em casos semelhantes) o Governo poderia oferecer outros tipos de incentivos fiscais. Isso é uma forma do Estado pagar a conta. Nada de repassá-la ao promotor do evento que também evitaria transferi-la ao consumidor. Isso é uma forma de extinguir essa história de cotas, já que é um mecanismo que não oferece segurança nenhuma aos beneficiários da meia-entrada. As emissões das carteirinhas poderiam ser feitas pelas secretarias de educação/cultura ou pelas diretorias das escolas/universidades, com base nas matrículas e no controle de freqüência. Ai também é uma forma de combater a máfia que se tornou a emissão de carteirinhas pelas entidades estudantis, pois estas não controlam a emissão para quem efetivamente é estudante. Deste modo, estas entidades “inventarem” outros meios mais transparentes de se financiarem. Nós, que já participamos de movimentos estudantis e conseguimos sair “limpos”, sabemos muito bem que dificilmente conseguiríamos instituir algum mecanismo legítimo de fiscalização dessas entidades, caso a emissão de carteirinhas de meia-entrada continue sendo emitida por elas. Mas isso é uma impressão que tenho agora. Vamos avançar nessa discussão… Abraços,

  • Carlos Henrique Machado, 26 de novembro de 2008 @ 18:31 Reply

    Estou com o Ricardo Tiezzi e Leonardo Brant.
    Lógico que a cultura do super faturamento é coisa antiga no meio artístico privilegiado. Esses caras querem sempre dar uma pernada na realidade brasileira. A grana da lei Rouanet não era para financiar o custo de produção? não era para o tal 1,99 para entrada nos espetaculos? A demagogia dos espertalhoes de sempre nessa ciranda que quer que a sociedade pague o skoth doze anos . Ao mesmo tempo, Leonardo está coberto de razão, pois eu mesmo vi o Juca Ferreira no Capanema falando de projetos que super faturam, o que é verdade. Mas, e daí? Ia perguntar isso a ele, mas fui impedido pela gritaria da platéia, por que o MinC deixa a coisa rolar assim? Continuo assinando a proposta de Leonardo, de levar à zero todos os impostos cobrados na produção e circulação de bens culturais neste país. E acrescento que deveríamos ter uma equação de acordo com o salário mínimo e não meia ou uma entrada. É só trabalharmos com a realidade da grande maioria do povo e observarmos quanto uma pessoa que assalariada pode pagar em uma entrada. Essa postura do MinC me faz lembrar Ciro Gomes, quando ministro de FHC, a respeito dos ágios para automóveis, quando disse, “quem paga ágio é otário”. Na época pensei, qualquer um diz isso num boteco Ele, Ciro deveria agir, assim como Juca no Capanema deu uma de Pilatos, onde deu uma série de exemplos, e daí? E daí, nada. Ficou elas por aquelas.

    O maior absurdo é se falar em mercado, em qualquer cartilha vagabunda de comércio, a primeira lição é baixar os custos da compra para ter um preço competitivo. Pois bem, o que fazem os nossos grandalhoe, produtores e artistas? Superfaturam os seus privilegiados patrocínios e estorquem a sociedade, jogam pesado com a exposição deles na mídia, criando cada vez mais um círculo vicioso sob o comando da nave-mãe Globo, suas afiliadas e seus afilhados atores e produtores que surfam nesta moleza que eles têm nas garantias de um reinado eterno. Vão querer saber de trabalhar mercado ou de construir algo auto sustentável? O que eles querem é continuar apresentando suas peças na zona sul, comer num excelente restaurante e depois ir para os seus um por andar ou cobertura. Essa é a realidade da nossa política pública de cultura, patrocinar as eternas dinastias dos Orleans e Bragança da cultura.

  • mariangela, 26 de novembro de 2008 @ 18:51 Reply

    Que tal o Minc realizar um estudo/pesquisa consistente sobre quem efetivamente se beneficia com a meia entrada…estudantes com necessidade….. remediados ……ricos……profissionais que estão na pós- graduação… pra depois propor algo …não deve ser nada difícil e acho essa pesquisa bem mais relevante que as de boca de urna… quem sabe algum orgão da grande mídia gostaria de custear,não??!!!!! ( desculpe a piada no final)

  • Marcos Severo, 26 de novembro de 2008 @ 18:58 Reply

    Acho que não há como o MinC dizer que não é da sua alçada, lavando as mãos. O Ministro Juca parece que não entra em dividida porque as poucas energias que tem ele reserva para se manter no cargo, não importando o valor da questão. Publicamente, apenas fez o jogo de um grupo pequeno de artistas privilegiados com medo da reação desses. É sempre assim. E olha que o ministro veio do movimento estudantil. O discurso do MinC é em defesa da democratização do acesso à cultura, mas na primeira oportunidade fica do lado da restrição, comprando a tese das elites. É isso aí: ministro fraco, discurso falso e muito microfone.

  • Tito, 27 de novembro de 2008 @ 9:03 Reply

    Realmente é bem complicado isso, confesso que fiquei intusiasmado quando vi um Ministro apontar claramente os problemas da Lei Rouanet, suas distorções, admitir que ela atende a um mercado e que usa o dinheiro público (nosso dinheiro) para fazer publicidade para grandes empresas. Abrir discussão com a sociedade para alteração da lei, discutir, organizar foruns e debates tambem é louvavel. Mas afinal não é o Minc através da atual gestão que aprovaram os projetos dos ultimos 6 anos? é muito fácil perceber o superfaturamento, distorções e privelégios nos projetos que recebem, não precisa do IBGE e IPEA para apontar isso. Se é aprovado é por que eles aprovam até que se provem o contrario. A impressão que tenho é que o superfaturamento tem lá suas vantagens, o grande produtor que serve uma grande empresa capta um projeto que mobiliza muitos recursos e contribui para o Minc, em seu relatorio de fim de ano “Foram investido milhões atraves de renúncia fiscal, subimos esse valor em 60% em relação ao período anterior, nunca na história desse País se investiu tanto em cultura”, e por aí vai…, (dando a falsa impressão de que estão investindo mais em cultura) passa a ser um fiasco social mas um grande número estatístico. O fato é que mesmo que alterem 80% da lei Rouanet, sem políticas públicas efetivas e sem Fundo Real $ pra Cultura o investimento em produção/fomento unica e exclusivamente pela Rouanet será sempre desproporcional. As mudanças políticas culturais expressivas ficarão para um próximo governo, resta torcer e claro colaborar para que esse finalize e aprove o PNC, SNC, eleve a verba da cultura para quem sabe uns 2% em 2011, organize o FNC, e fortaleça os foruns e debates em torno dela, pode parecer muito otimista mas tenho esperança nisso.

  • Samanta, 27 de novembro de 2008 @ 12:05 Reply

    Eu sou estudante de graduação, graduação em dança. Como estudante, acredito ser essencial a meia-entrada, já que o curso que frequento é de período integral e além disso, a cultura faz parte da minha formação e de todo o ser humano e a acessibilidade é essencial. Como artista não entendo porque a conta fica para nós. Além, é claro, de colocarmos em pé de igualdade artistas já estabelecidos com artistas que estão iniciando sua carreira. Como comparar, em termos de quantidade de público, de dinheiro que circula, um show da Adriana Calcanhoto, artista que muito admiro, a uma bailarina que inicia sua carreia artística no mercado? Por que nós duas, a Adriana e eu pagamos a conta da meia entrada?
    Além, muito além da fiscalização das carteirinhas, é preciso pensar, problematizar a questão. Sou absolutamente favorável a meia-entrada, porém é preciso que se diferenciem os casos e que o governo atue dando condições para que os artistas ofereçam a meia-entrada.

  • Samanta, 27 de novembro de 2008 @ 12:16 Reply

    Quanto à Lei Rouanet, mesmo com toda a “cultura do super faturamento”, o que eu realemente não consigo entender, é ainda a própria lei. Que lógica há na idéia de que quem decide o que tem de cultura em um país é uma empresa que vende chocolate, ou mesmo um banco? Qual é o critério dessas empresas, qual sua qualificação para decidir a produção de cultura do país? A lei rouanet deveria ser, no máximo, apenas uma opção de apoio à cultura, caso a empresa de chocolates acredite que apoiar cultura é algo bom. Ela pode apoiar, claro que pode, mas manter a produção cultural de um país dependente de uma lei dessas… pra mim não tem o menor sentido.

  • Débora, 28 de novembro de 2008 @ 13:00 Reply

    Amigos

    A grande verdade é que existe uma forma de censura instaurada em nosso
    sistema, e que poucas pessoas conseguem perceber. Quando comento
    com alguem sobre censura, a pessoa logo pensa que estou falando daquela
    censura de alguns anos atrás…mas não param para pensar, que outras for-
    mas de censura, tomam conta de nossa arte. Como exemplo, posso citar as
    regras ( leis, projetos, etc, etc, etc..) para se poder fazer qualquer tipo de arte.
    Hoje, se algum artista quiser se manifestar sobre um assunto atual, fica
    impossível, pois ele terá que ter seu projeto aprovado na lei de incentivo fis-
    cal ( quais os critérios de aprovação? quem julga? julgar a arte? justificar a
    arte? objetivar a arte? globalizar a arte? padronizar a arte? super produzir a
    arte? ) e se por ventura seu projeto for aprovado, terá que sair a cata de algu-
    ma empresa que se interesse pelo projeto. Pois bem, só poderei me expres-
    sar sobre algum assunto atual, quem sabem no ano que vem, ou seja, quem
    diz o que o artista pode colocar na cena, é o sistema.
    Sobre meia-entrada… é fácil fazer cócegas com as mãos dos outros, pois
    gostaria de saber quem é que paga para o artista, a outra parte da entrada.
    Ou ele aumenta os valores e fica sem público, ou ele deixa como está e con-
    tinua sem público.
    As pessoas falam em arte, como se só existissem os artistas do centro do
    país, os atores de novelas, os espetáculos super produzidos, os atores que
    estão na mídia, etc..como se isto fosse critério de qualidade. Vamos parar
    com isto, pois existem milhões de artistas espalhados pelo Brasil, que estão
    definhando junto com sua arte, a nossa, a de todos.

    Débora – atriz

  • Maurileni Moreira, 12 de abril de 2009 @ 12:04 Reply

    Totalmente a favor da meia- entrada para estudantes.
    É necessário, quase sobrevivência…
    O transporte coletivo está carissímo, pois sim, é necessário locomoção para chegar nos espaços de Cultura que se localizam em pontos estratégicos, turísticos, a exemplo do CEntro Cultural Dragão do Mar e Centro de Convenções… MInha gente dá medo só de pensar em ir de ônibus e voltar tardão no grande circular e ir pro terminal Ant. Bezerra.
    Sou contra às pessoas que dizem que esse negócio de carteirinha de estudante deveria ser banido… Vocês estão equivocados. Brasil é um país de desigualdade social. Venham para cá, para Fortaleza, conheçam nossa cidade, caminhem nossos caminhos… Muitas vezes escolhemos ir pra escola ou comprar com o dinheiro da MEIA-PASSAGEM Um pão. Isso é uma vergonha!!!
    DEveríamos estar empenhados em abranger a Cultura, a levar possibilidades para todos, a ter divulgação de espetáculos de teatro, de dança, de música em pontos esquecidos da cidade. É necessário se misturar!!!
    Tanto dinheiro que esse governo extravia para seus próprios bolsos… Agora querem tirar de pessoas que procuram uma educação de qualidade??? INadmissível!
    Uma vaia bem cearense para todos eles…
    iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii queima gataral!!!

  • Silvana Abreu, 4 de maio de 2009 @ 11:27 Reply

    Claro que os estudantes precisam ter contato com a cultura. Eles também tem que estar bem alimentados para ter o corpo saudável para enfrentar os estudos. Eles tem que ter atendimento médico quando necessário. Tem que ter livros, transporte, segurança, moradia.
    Proponho então que se cobre meia para os estudantes em todas essas áreas. Preço pela metade pela consulta médica, pelo arroz e feijão, pelo dentista, pelo plano de saúde, pelos livros, pelo aluguel. E quem pagará, é claro, serão os médicos, o dono da padaria, o dentista, o dono da livraria, o proprietário da casa onde eles moram.
    Faz sentido??
    Por que só o produtor de cultura é quem paga????
    Ou é uma demagogia barata, para desviar o debate do essencial??? Contentar os estudantes e evitar que eles levantem movimentos pela real distribuição de renda, onde todos tenham uma vida digna em que possam pagar pelo que necessitam e tenham serviços PÚBLICOS dignos em todas as áreas: educação, cultural, saúde, transporte e segurança????

  • Érica, 21 de junho de 2009 @ 13:43 Reply

    A primeira coisa que se aprende em qualquer curso de produção cultural ou conversando com qualquer pessoa que tenha um mínimo de experiência na área é: “calcule o valor das receitas pela meia-entrada. O que tiver de entrada inteira é lucro”.
    Ou seja, “benefício” pra quem?
    Faço minhas as palavras do Hemógenes: “Na verdade, a meia-entrada é uma aberração, um discriminação de preços arbitrária e imposta, que não faz nenhum sentido do ponto de vista de negócio. O melhor que o governo poderia fazer é voltar atrás e cancelar esse benefício tolo, medida que imediatamente faria os preços dos eventos culturais despencar pela metade.”

  • Marcus, 27 de agosto de 2009 @ 19:57 Reply

    Tem uma questão importante aí. Tudo bem que quando um espetáculo carrega os investimentos pela Lei Rouanet deveria pois o espetáculo ter preços populares. A grande questão é…e quando não o são?
    Produção de espetáculo não sai de graça, no caso da musica tem o custo da casa, da propaganda, das pessoas da produção, dos musicos, ecad etc. É mais prático para o produtor ao invés de ficar brigando com a UNE e a UMES com relação preço, já que estudante não quer saber do que vai além do umbigo próprio, e não quer abrir a discussão, é uma “conquista” e dane-se.
    Pois bem os produtores, que não vivem de brisa, pagam suas contas e bancam os riscos do espetáculo, por este motivo colocam o preço que seria da inteira como meia entrada, com isso resolve-se o problema negocial, mas não resolve a questão básica que é o acesso da população de baixa renda aos espetáculos, aí vem o Governo e inventa o vale cultura, justamente como tampão político. Pois viu que produtor não é governo.
    Cultura galera por mais que alguns vejam ainda com olhos poéticos e utópicos, é um negócio, e negócio tem que dar lucro. Senão é caridade. E caridade não paga conta.
    O que é errado é o Governo apoiar com recursos do povo circo francês, saraus de musica europeia e de Rock and Roll.

  • Camilo Telles, 12 de setembro de 2009 @ 0:00 Reply

    Se limitar a emissão de carteirinhas a quem realmente tem direito já seria uma excelente iniciativa.
    Sobre a emissão. A partir de 2010 teremos um novo padrão de RG. Não precisa emitir uma carteira nova é simplesmente na nova carteira (que tem o nome de RIC – Registro de Identidade Civil) sinalizar que o cidadão é estudante. Quem poderia fazer isso é a própria instituição de ensino que geraria um arquivo mensal e alimentaria um banco de dados único.

    Simples e direto

  • GERSON SERRANO FILHO, 13 de dezembro de 2009 @ 10:06 Reply

    o meu primeiro comentario sumiu
    o segundo não chegou a aparecer
    o que houve?
    gersonnserrano@gmail.com

  • Chico Ferreira, 9 de março de 2010 @ 23:43 Reply

    Muito interessante esta questão da meia entrada.

    È fato que para conseguir uma carteira de estudante, não existem muitas dificuldades. É só ter um contato pagar em média 40,00 e pronto a carteira esta na mão, e ainda dá para escolher o curso.
    Centenas de amigos que não estudam e possuem carteirinha, os quais não posso nem recriminar, pois pagar 200,00 por um show é inviável.
    Outro dia fechando o balanço mês de uma peça de teatro 90% era meia entrada.
    Eu pago o preço porque não fui atrás de dar dinheiro para a Une, ou seja qualquer espetáculo de maior nível e preço não consigo ir.

    Perguntas:
    – Porque somente a área cultural(que já ta lascada tem que pagar esta conta)

    Porque as universidades, dentistas, advogados, supermercado não cobram meia?????

    Pra onde vai o dinheiro da Umes / Une?????????

  • Carlos, 17 de abril de 2010 @ 3:16 Reply

    É isso mesmo!! Acabem com a meia-entrada para estudantes e empurrem eles para fora do cinema – ajudem a cultura da cópia!!! Filme se assiste em Casa!!! compre 03 dvd de cópias não autorizadas por 10reais no centrão e faça mais cópias p/ seus amigos. Ou melhor, compre 01 DVD original com boa qualidade e distribua cópias para seus amigos !!! (aliás, porque é tão difícil encontrar DVDs virgens dual layer – 8gb?)

    Pô UNE/UBES, vcs não defendem os estudantes, vcs querem é $dinheiro para dar de mamar aos eternos estudantes dirigentes!!! piada….

    Usem a TI – que se crie um banco de dados com os matriculados nas instituições de ensino oficiais e particulares de ensino – isso acaba com a patifaria de falsificação – o estudante vai no cinema dá seu RG e pronto!!!!! fácil não?

    Quem paga inteira não paga a conta da meia-entrada. Se a meia-entrada deixar de existir Vc acha que vão resistir e não aumentar a margem do lucro???

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