O livro Percepções: Cinco questões sobre políticas culturais apresenta uma série de artigos reunidos que surgiram a partir dos encontros de trabalho, em que o Observatório Itaú Cultural propôs aos pesquisadores que, em duplas e por afinidade de especialidades, elaboraram análises sobre pontos complexos que desafiam a formulação e a gestão de políticas culturais no Brasil contemporâneo.

O livro conta, ainda, com a participação dos professores Antonio Albino Canelas Rubim (UFBA) e Cristina Amélia Pereira de Carvalho (UFRGS), que fazem a apresentação dos artigos.

Nos artigos publicados, pode-se perceber as preocupações que mobilizaram as autoras, como a que propõem Anita Simis e Melina Marson ao se debruçarem sobre o significado e as consequências, para o fazer cinematográfico e para a definição de políticas públicas, da substituição terminológica de “cinema” para “audiovisual”. No texto “Do Cinema para o Audiovisual: o que Mudou?”, as autoras expõem a transformação do campo cinematográfico no Brasil, ilustrada pelos filmes que marcam essas mudanças e que progressivamente incorporam a estética televisiva, o conceito de audivisual e da ideia de sinergia.

Em “Lugares da Cultura na Contemporaneidade: a Pólis”, a cidade é apresentada como um espaço privilegiado para a formulação e a promoção de políticas públicas para a cultura por Cleise Campos e Mirella Pitombo.

Em “As Lonas e Lama: Coletivismo e Ação no Rio de Janeiro e Recife”, as autoras Rejane Calazans e Márcia Ferran trazem os casos das lonas culturais, no Rio de Janeiro, e da cena mangue, no Recife, e os retratam como ações coletivas da sociedade civil que foram capazesde intervir em sua realidade tanto pela resistência e diferenciação cultural como pelo fato de terem sido incorporadas como políticas públicas.

Em “Política Pública de Cultura: Gestão ou Decisão?”, Luzia Aparecida Ferreira e Taiane Fernandes debruçam-se sobre a institucionalização do campo da cultura por meio da gestão da coisa pública pelo mercado e por organizações não governamentais.

Por fim, Isaura Botelho e Maria Carolina Vasconcelos Oliveira discutem a formação de públicos e argumentam, no texto “Centros Culturais e a Formação de Novos Públicos”, que se deve primeiro compreender como os públicos se apropriam dos códigos das manifestações culturais.

Com essa publicação, o Observatório Itaú Cultural dá mais um passo no caminho do compromisso com a pesquisa e com o aperfeiçoamento do conhecimento sobre a realidade brasileira contemporânea e os desafios que ela apresent para a formulação de políticas públicas para a cultura.

Sobre o projeto: Em atividade desde 1997, o Rumos Itaú Cultural é um programa de apoio à produção artística e intelectual sintonizado com a criatividade brasileira. Rumos colabora para o fomento e o desenvolvimento de centenas de obras e de artistas das mais variadas expressões e regiões do país – de músicos e cineastas do Norte a escritores, coreógrafos e artistas plásticos do Sul; de jornalistas e pesquisadores do Nordeste a educadores do Sudeste.

O caráter nacional do programa mobiliza artistas, especialistas, pesquisadores e instituições parceiras, que fazem da cultura uma linguagem comum de fortalecimento da cidadania e das características múltiplas do povo brasileiro. Os produtos gerados pelo programa são distribuídos gratuitamente a instituições culturais e educacionais e disponibilizados para emissoras de TV parceiras e no site do Itaú Cultural.


Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

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