Como já era esperado e insistentemente anunciado por esta tribuna, o governo anuncia, via grande mídia, que não haverá mais 100% de desconto para projetos culturais. O cinema, o esporte e o fundo da criança e do adolescente continuam com a regalia e devem levar todos os recursos incentivados antes destinados a outras atividades culturais. Trata-se de um golpe, com único objetivo de enfraquecer a produção cultural realizada sem a tutela do poder público.
Já escrevi tudo o que tinha sobre este assunto. Os números do mecenato de 2009, mesmo antes das mudanças prometidas, já são uma antecipação do grande clarão cultural que se anuncia.
Algumas vacinas para os falsos argumentos do MinC:
– Quais empresas se comprometeram a entrar com 20%? Quem garante que elas vão cumprir as promessas?
– Quanto de dinheiro próprio das empresas será injetado no mercado? Este dinheiro é realmente mais significativo em comparação com o grande volume de recursos que o setor perderá com o fim dos 100%?
– Onde está a fonte dos recursos públicos prometidos? Não seria melhor aguardar o bom funcionamento dos fundos para depois promovermos, de forma gradual, a diminuição dos percentuais de desconto?
– Se com 100% de desconto o governo não consegue “melhorar” os investimentos privados, como pretende fazer isso com o novo modelo? Qual é a fórmula para transformar empresas más em boazinhas da noite para o dia?
– Como o governo pretende se aparelhar para dar conta de gastar o dinheiro público que promete? Todos sabemos do fiasco do Mais Cultura, que executa menos de 20% do total destinado ao programa.
A lista de perguntas é interminável. Deixe a sua!
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