O 8º Congresso Brasileiro de Cinema e Audiovisual começou no domingo, 12, em Porto Alegre com a proposta de reunir entidades do setor e definir propostas para o audiovisual brasileiro nos próximos anos. “O País passa por transformações profundas e desperta para o audiovisual como um meio de desenvolvimento sustentával, economicamente e culturalmente”, ressalta o presidente do CBC, Rosemberg Cariry. “O 8º CBC tenta refletir a diversidade da produção audiovisual no País. O foco não é só o cinema, mas a produção de conteúdo”. Segundo Cariry, as discussões serão conduzidas tendo como perspectiva o novo cenário que se desenha para o setor com as novas possibilidades de distribuição, novos formatos, a expansão da banda larga, a digitalização e as oportunidades na TV aberta e paga.
A ideia é que o 8º CBC dialogue com o 3º CBC, evento também realizado na capital gaúcha em 2000, que teve como objetivo propor políticas públicas para o setor. Na ocasião, saiu a resolução de apoio à criação de um órgão gestor da atividade cinematográfica no âmbito do Governo Federal, que viria a ser a Ancine. “A volta a Porto Alegre é simbólica para avaliar tudo o que construímos, repensar as necessidades no novo cenário e o papel que o CBC vai cumprir nos próximos dez anos”, afirma Cícero Aragon, presidente da Fundacine.
Aragon também destaca a importância que os assuntos relacionados ao audiovisual têm ganhado no Legislativo brasileiro. “É preciso agradecer a atenção de deputados e senadores, que têm reconhecido a importância estratégica do audiovisual para o País”. Segundo Aragon, uma das principais questões acompanhadas pelo CBC é a tramitação do PLC 116/2010 (antigo PL 29, que cria novas leis para o setor de TV por assinatura). “Temos estado em constante contato com a ABTA, com as teles, com a Sky. O projeto de lei é o melhor marco construído dentro de tantos interesses”, observa. João Baptista Pimentel, diretor de comunicação e articulação do CBC, afirma que a entidade teve papel fundamental para levar o projeto ao Senado e que o assunto continua sendo acompanhado com a “mesma garra”. “Esperamos que tramitação seja rápida”, diz. Segundo Pimentel, outros assuntos também têm sido acompanhados pela entidade, como o Vale-Cultura e o projeto do senador Cristóvão Buarque para o acesso ao audiovisual nas escolas.
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, participou da abertura do evento. “Tudo indica que o Brasil continuará crescendo. Queremos políticas audiovisuais que impulsionem o processo”, disse, reconhecendo os principais desafios: modernização da Lei de Direito Autoral, desenvolvimento de linguagem, exibição e conquista do público. O ministro também destacou a importância de reformas em assuntos referentes ao audiovisual. “É preciso ter coragem para ter um sistema mais avançado”, observa.
Participaram também da abertura do 8º CBC o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, o secretário do Audiovisual, Newton Cannito, o secretário de Cultura de Porto Alegre, César Prestes, e Paula Alves, do Ministério das Relações Exteriores.
O 8º CBC acontece até quarta-feira, 15, quando serão apresentadas e aprovadas as propostas dos seis grupos de trabalho: infraestrutura e produção; distribuição, exibição e difusão cultural; formação, pesquisa, preservação e crítica; Tvs, novas mídias e convergências digitais; direito autoral, direitos do público e gestão coletiva; políticas públicas, arranjos produtivos e ações estratégicas.
* Com informações da Tela Viva News.