Artista, ativista, gestora pública de cultura com longa carreira, compromisso e realizações consolidadas na área, Ana de Hollanda assumirá um Ministério da Cultura maior e mais reconhecido pela sociedade (Gilberto Gil), porém muito mais problemático, pautado por disputas, entraves, inseguranças jurídicas, ideologismos, perseguições e disputas de poder (Juca Ferreira). Alguém que sabe onde dói o calo dos artistas, produtores e gestores culturais. E deverá reencaminhar a discussão de temas polêmicos como direito autoral e financiamento à cultura.

Filha de Maria Amélia e Sérgio Buarque de Hollanda, irmã de Chico, Miucha e Cristina, está intimamente ligada às “Raízes do Brasil”. Nasceu em São Paulo em 12 de agosto de 1948. É cantora, compositora e gestora cultural reconhecida no país por sua atuação em diversos órgãos públicos, entre estes a Funarte e o MIS (Museu da Imagem e do Som) do Rio de Janeiro.

Como gestora na área pública, esteve a frente do Setor de Música e de vários projetos nacionais e internacionais no Centro Cultural São Paulo, da Secretaria de Cultura da capital paulista, nos anos 80.

Foi secretária de cultura de Osasco/SP entre 1986 e 1988. Em âmbito nacional, foi diretora da Funarte entre 2003 e 2007, tendo sido responsável pelas políticas e atividades da área no Ministério da Cultura. Foi nesta função que reativou o consagrado Projeto Pixinguinha, levando-o a todos os estados e regiões do país. Também conduziu o Projeto Orquestras, o Projeto de Circulação de Música de Concerto, o projeto Concertos Didáticos, o Programa Nacional de Bandas, o projeto Painéis de Bandas de Música, o Pauta Funarte de Música Brasileira e a XV e XVI Bienais de Música Brasileira Contemporânea, no Rio.

Também na Funarte coordenou o processo de criação da Câmara Setorial de Música e apoiou diversos festivais, feiras, encontros e mostras de música em todas as regiões brasileiras e organizou a caravana do Projeto Pixinguinha para o Ano do Brasil na França, em 2006.

Desde 2007, é vice-Presidente do Museu da Imagem e do Som, da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.

Carreira artística

Ana de Hollanda também seguiu a carreira artística, que corre nas veias da família. Como cantora e compositora profissional, ela tem quatro discos e interpretações em diversas obras coletivas, além de várias obras suas gravadas por outras cantoras.

Já se apresentou em todos os estados brasileiros e em diversos países (França, Cuba, Uruguai e Angola). Como atriz, atuou em vários espetáculos no Brasil e em Cuba.

Entre 2001 e 2003, a partir de sua ideia original, trabalhou na produção executiva e na pesquisa do documentário “RAÍZES DO BRASIL – Uma Cinebiografia de Sérgio Buarque de Hollanda”.

Seja bem-vinda Ministra Ana de Hollanda. O Brasil precisa de você!


editor

22Comentários

  • @kidypassos, 20 de dezembro de 2010 @ 23:53 Reply

    Dilma acertou. A democratização do acesso à cultura só será possível quando os gestores públicos da cultura forem artistas e entendedores dos processos para viabilização da produção, resgate, incentivo e valorização da identidade cultural de nós brasileiros. Bem vinda, Ana de Hollanda.

  • lucasmoll, 21 de dezembro de 2010 @ 0:03 Reply

    Parece que além de ser irmã do chico, o grande feito dela foi ter nascido mulher.

    • Paulo, 30 de dezembro de 2010 @ 10:32 Reply

      Parece que o seu grande feito como molusco é achar que pensa e escreve. Moll, vc tá pra molusco, a Ministra pra Homo Sapiens Sapiens. Se é que vc entende.

  • Sérgio M. Cruz, 21 de dezembro de 2010 @ 0:03 Reply

    De tudo que li a respeito sobre os possíveis sucessores de Juca, ela não não estava entre as possibilidades, salvo algum engano meu, mas pelo currículo e trato das questões culturais supera e muito os candidatos.

    Bem vinda mesmo !

  • Vanessa Gabriel, 21 de dezembro de 2010 @ 5:42 Reply

    Estou aqui em Londres tentando imaginar essa mudança. juro que fiquei surpresa, mas, de certa maneira, de uma maneira boa. Acho que Juca Ferreira tem que aprender muito ainda e ele estava achando que a partida estava ganha. Noticia boa ou nao, minha unica preocupação e a continuidade de programas, como o Xultura Viva, por exemplo. Bom, vamos torcer. Espero que o Brasil, na area cultural, conitnue avançando e que não tenhamos mais essa disputa horrorosa que estava acontecendo anteriormente. Espero que Ana olhe com carinho as diferenças de nosso pais e continue uma politica cultural que deu certo (devido a era Gil, claro!). Mas, quando a Dilma falou que queria uma mulher, juro que pensei na Marilena Chaui… Um beijo, Vanessa

  • px silveira, 21 de dezembro de 2010 @ 10:46 Reply

    ana de hollanda… uma pessoa que soa bem.
    mesmo reconhecendo avanços no ministério que ora finda,
    em reação ao "fica juca" liderei o movimento 'fica lúcido, juca', do qual participaram todos os meus neurônios.
    nada contra este ou aquele. mas tudo a favor da cultura brasileira, que agora recebe ana em seus braços, trazendo a inspiração de uma casa nova.

  • Minc tem novo comando « cc'sgauchos, 21 de dezembro de 2010 @ 15:20 Reply

    […] mais sobre Ana Buarque de Holanda neste link do Cultura e Mercado LikeBe the first to like this […]

  • Rubem, 21 de dezembro de 2010 @ 15:59 Reply

    Espero que o ambiente de uma forma geral mude e que possamos, todos nós que trabalhamos com cultura, achar as soluções mais adequadas a partir do que nos une e não do que nos divide.
    Esta é a minha utopia.
    Prefiro tranformação em vez de revolução.

  • Maria Araujo, 21 de dezembro de 2010 @ 16:54 Reply

    Parabéns, desejo uma feliz estadia no Ministério e que nossas reivindicações sejam analisadas com o carinho que todo brasileiro merece, o Brasil esta em um momento muito feliz e é importante que a Sra. Ministra Ana Hollanda, saiba conduzir esse Ministério com a desenvoltura que seu irmão possui no Palco o Público agradece.
    Maria Araujo Artista Plástica e escritora. R/J email maria.araujo22@hotmail.com

  • Guilherme Moxuara, 21 de dezembro de 2010 @ 17:41 Reply

    Parabéns Ana, seja bem vinda! Desejo que sua gestão tenha a cara deste brasil continental, com toda a sua diversidade e amplitude, e que você possa contar com todos os artistas independentes do brasil.

  • marcelo camera, 21 de dezembro de 2010 @ 18:01 Reply

    Sem dúvida uma escolha acertada. Bem vinda.

  • leticia, 21 de dezembro de 2010 @ 18:49 Reply

    Acompanhei de perto a realização do Pixinguinha. Ana foi mais que competente e conduziu com beleza o projeto. Baixem as guardas os que não ficam, não deveria ser da Cultura cultivar mágoas, mas sim renovar os ares. Evoé jovens artistas!

  • armando, 22 de dezembro de 2010 @ 0:20 Reply

    Fico feliz com novos ares…

  • Minom, 22 de dezembro de 2010 @ 3:10 Reply

    Antes de tudo, fiquei feliz com a elegância dos textos aqui postados. Leo, vou engrossar o "cordão dos contentes" e aproveito para também parabenizar a sua oposição inteligente aqui no Cultura e Mercado. Suas reflexões têm sido fundamentais ao debate/livre exercício democrático de todos nós. Aproveito para participar do fórum aqui estabelecido neste fim/início de mandato(s).

  • Wau Marquez, 22 de dezembro de 2010 @ 8:48 Reply

    De todos os ministérios, o Minc saiu ganhando com a Ana, já que os outros ministérios são cargos puramente políticos, o pessoal não é da pasta.
    Seja bem vinda mesmo!

  • MITO, 22 de dezembro de 2010 @ 8:55 Reply

    Quanta EVOLUÇÃO NA1 EH MESMO?

    MUITA LUZ.

    e clarO..por gentileza, de uma visão diferenciada sobre o grafite…vamos juntos doutrinar nosso semelhante que a arte vem desde o nosso inicio em forma da escrita rupestre…fico feliz hj aos 33 anos…e 12 de grafite..ver o qto mudou o cenário…antes eu apanhava na CARA por fazer grafite…HJ O GRAFITEIRO VAI NA CARAS…..vai entender..neh…é a tal da EVOLUÇÃO!

    que bom que ainda estou VIVO…..e desejo um ministério justo e participativo..LEMBRE-SE DA ARTE DE RUA!

  • Vanessa Gabriel, 22 de dezembro de 2010 @ 9:35 Reply

    Acredito que, neste momento, o ideal seria realizar um movimento pela continuidade daquilo que deu certo. Ana, pelo que ja pesquisei, e uma administradora da cultura, coisa que faz falta. Entao, vamos aproveitar esse bom momento que o pais esta vivendo e vamos juntar forças para que a area cultural no Brasil seja uma verdadeira economia criativa. Concordo com Minom: Parabens, Leo, por dar esse espaço desde sempre. beijos

  • sergio sobreira, 22 de dezembro de 2010 @ 10:13 Reply

    Nos idos de 2004, quando dirigia o Depto. de Música e Artes Cênicas da Fundação Cultural do Estado da Bahia travei contato com Ana de Hollanda articulando a vinda do Projeto Pixinguinha a Salvador (o Projeto da Funarte precisava do apoio financeiro e logístico dos estados para circular). Tudo acertado, chegamos a nos encontrar na abertura do Projeto em Salvador, no Teatro Castro Alves. A imagem que fica daquela época é de uma pessoa tranquila, acessível e de bom diálogo. Desejo que essa qualidade se instaure no MinC e tenhamos, enfim, tempos de diálogos concretos e fluidos.

  • DaniTC, 22 de dezembro de 2010 @ 12:36 Reply

    Renovar era preciso!
    Bem vinda e muito sucesso e sorte à nova Ministra, pelo bem do nosso país!

  • Fernando Almeida, 22 de dezembro de 2010 @ 15:27 Reply

    Fundamentalmente trabalhamos por aqui, na Ong Cidade Futuro, com a missão de contribuir para o desenvolvimento regional através de ações na área da cultura e desenvolvimento econômico, buscando atuar em prol do fortalecimento do capital social.Temos uma atuação bastante institucional. E mesmo dentro deste enfoque trabalhamos também com alguns talentosos artistas, em processos de construção de Planejamento Estratégico para as suas instituições. E também por isto respeitamos muitíssimo o talento de nossos artistas, quer onde estejam e desenvolvam sua arte e ação.

    Mas definitivamente não acho que seja uma prerrogativa do artista ser o gestor da área cultural. Isto é uma falácia, para não dizer uma bobagem. Nada garante que um artista será tão melhor gestor que outra pessoa sem essa prerrogativa. Também seria um preconceito dizer que se for artista é garantido ser um mal gestor.

    Por isto, em verdade, acredito que não precisamos de um artista, precisamos de uma boa gestora, com sensibilidade e de comprometimento. E se Ana o é, que seja bem vinda, e muito bem vinda. Estamos mesmo precisando muito.

  • Orlando Moreno, 22 de dezembro de 2010 @ 17:03 Reply

    Enfim uma Ministra com linhagem e com origem na cultura e com a sensibilidade própria da mulher , saberá distinguir poesia de retórica, idéias de projetos e com certeza fará rapidamente uma boa análise de toda a situação e espero que coloque todo o seu empenho em dar o apoio necessário a verdadeira produção cultural desse país.

  • Lenon Rodrigues, 11 de janeiro de 2011 @ 11:00 Reply

    Que não se esqueça da cultura popular, que foi muito bem assistida durante esses 8 anos de governo Lula.

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