Em conversa com a reportagem do site Brasilianas.org, o presidente da Funarte, Antonio Grassi, rebateu as críticas de que a nova gestão do Ministério da Cultura está adotando postura mais conservadora em relação aos direitos autorais.

Sobre a saída de Marcos Souza da Diretoria de Direitos Intelectuais, Grassi revelou que Ana de Hollanda quis, na verdade, levar várias tendências da discussão para dentro da diretoria, e não que apenas uma prevalecesse. E sobre as mudanças na Lei de Direito Autoral, ele disse que o que se pretende é dar tempo para que a nova gestão tome conhecimento do que se propôs. “Houve uma mudança de gestão, e a praxe é a Casa Civil devolver o projeto, para que a nova gestão tenha conhecimento.”

Para Grassi, a questão da licença Creative Commons no site do MinC antecipou e polemizou um debate que tem a ver com a questão do direito autoral. A apreensão esperada com a mudança de gestão, disse ele, transformou cada movimento do ministério numa ameaça de que a nova gestão iria adotar uma posição conservadora. “Particularmente, acho que a postura do ministério deve ser acima desses debates. É claro que essas questões são polêmicas, e o ministério tem que arbitrar acima dessas decisões”, completou.

Sobre a acusção de que o MinC estaria “do lado” do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), Grassi criticou a “demonização” que se faz da instituição. “Ele precisa ser melhor avaliado, mas não se pode desqualificar o Ecad por completo, pois é um escritório de arrecadação que juntou várias associações de artistas”, disse.

Ele citou casos de artistas, como Carlos Lyra, Hermínio Bello de Carvalho e Aldir Blanc, que têm se manifestado a favor da retirada do CC. “São pessoas que sobrevivem do direito autoral. Vejo pessoas no Twitter criticando esses compositores, como se eles fossem [representantes] do neoliberalismo mais antiquado”.

Grassi revelou também que tem ouvido pessoas ligadas à Cultura Digital e que militam a favor do CC, num movimento de diálogo que deve predominar daqui pra frente no ministério. “Acho que o que o ministério deve fazer agora, até somando a discussão sobre CC, é dialogar e ouvir todas as partes”.

*Com informações do blog de Luis Nassif


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3Comentários

  • maria moura fé, 4 de março de 2011 @ 21:54 Reply

    A maior bola fora do governo Dilma é a Ana de Hollanda, totalmente despreparada, só não dá pena porque ela está fazendo o maior estrago na cultura. E tem ainda essa do Grassi atuando por trás dela. Uma vergonha! Se a intenção era mostrar a força e qualificação da mulher, no MINC acontece o contrário. Nossa! como fico com raiva quando vejo o grassi falando pela ministra! Além de ator coadjuvante na globo, o que ele fez pela cultura? Foi um presidente mediocre na FUNARTE e agora volta com a bola toda. Enquanto isso um Célio Turino da maior competência está fora do governo e fazendo falta.

  • LAILTON ARAÚJO, 5 de março de 2011 @ 12:22 Reply

    “O DIREITO AUTORAL É SAGRADO… UM AUTOR AGRADECE!”

    A Internet é fantástica. Baixa-se tudo! Copia-se tudo! Usa-se tudo disponível! E a criação? Cria-se tudo com qualidade duvidosa. Existem toneladas de lixo digital! Que alimentam os analfabetos digitais! Oxente! Analfabetos digitais? Quem “são” ou quem é? Talvez sejam aqueles que não conseguem escrever uma letra no papel! São os que não possuem senso crítico, na escolha do que é bom ou ruim! Que não sabem o que é que tem qualidade. Que compram lixo como se fosse um bem cultural da humanidade!

    E quem paga para o criador de um verdadeiro bem cultural? A criação de algo de qualidade envolve tempo, pesquisa, horas não dormidas, investimento em dinheiro, desprendimento para com a família. Então vem um aventureiro e usa a criação do outro. Sua vida e seu nome. E o “corvo” pega sem pagar, sem dá crédito, e ainda diz que é moderno, intelectual, e sabe usar o lado digital.

    É fácil escrever sobre a doação da propriedade intelectual do outro, quando não se cria: apenas se usa! Antes da crítica, os que criticam, devem procurar escrever um livro, gravar uma música em estúdio, buscar o melhor ângulo de uma fotografia, tentar formatar uma tese sobre algo, apresentar uma TCC, em uma banca examinadora! É fácil! É digital. Tá tudo aí. Na frente de um computador, burro, programado, repetitivo, e com vários seguidores, repetindo, repetindo, o que já foi repetido! E com memória RAM!

    Quem pagará pela aventura da criação? Alguém precisa criar. A criação tem um preço! Qual o preço da criação? Será que uma vida tem preço?

    A ministra Ana de Hollanda está correta em brecar, a nova pirataria, que está travestida de mundo digital. É preciso que o autor receba pelo que se cria! O direito autoral – do autor – precisa ser discutido na mídia. Isso é democracia!

    Sem “essa conversa de direita x esquerda”. A criação não tem partido político!

    Abraços.

    Lailton Araújo

  • Fábio Campos, 13 de março de 2011 @ 10:16 Reply

    cada um puxando a sardinha para o seu lado, eu particularmente acho que ela Ana de Olanda, vai muito bem este Ministério sempre foi uma bagunça, agora as coisas estão se encaixando aí os artistas que são bagunçados por natureza ou em nome da arte, estão achado ruim.Depois de 2 anos vocês verão que estou certo no que estou falando.

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