Projeto apresenta cinco espetáculos inéditos de dança contemporânea, após viabilizar residência de coreógrafos selecionados, além de ampliar reflexão do setor. Idealizadora estará em São Paulo Por Deborah Rocha
15/04/2003
Pesquisa de corpo
Uma proposta realmente inovadora começa a tomar corpo na capital da Bahia. Idealizado no ano passado pela ex-bailarina do Teatro Castro Alves, Eliana Pedroso, o Ateliê de Coreógrafos Brasileiros é um projeto de dança contemporânea que prioriza o trabalho de pesquisa de profissionais ousados e com menor visibilidade na mídia e no mercado. Após uma residência de dois meses em Salvador, os cinco coreógrafos selecionados criam espetáculos inéditos com intérpretes não previamente definidos. Estes são escolhidos a partir de uma audição posterior à definição dos projetos coreográficos. Desta forma, o Ateliê cria condições reais para que novas linguagens de dança sejam trabalhadas a partir de diferentes corpos e processos de criação.
Inscrições
O 2º ano do Ateliê Coreográfico acontecerá de 17 a 22 de outubro deste ano, no Teatro Castro Alves de Salvador, Bahia, espaço que comporta 1500 pessoas, ao contrário dos espaços intimistas onde usualmente são apresentados os espetáculos de dança contemporânea. As inscrições para coreógrafos já estão abertas e podem ser feitas até o dia 30 de junho pelos telefones (71) 330 1574 e 330 1700 ou pelo site www.ateliedecoreografos.com.br. A audição para intérpretes ocorrerá nos dias 9 e 10 de agosto e as insrições poderão ser feitas apenas nos dias 7 e 8 através dos mesmo contatos.
O processo
Segundo Eliana Pedroso, a comissão deste ano busca coreógrafos com a característica de estarem realizando um trabalho de pesquisa. “Damos prioridade àqueles que já tenham uma personalidade de movimento, mas que ainda não têm a visibilidade adequada ao seu trabalho”, diz Eliana. O projeto, orçado em R$475 mil, viabiliza os recursos humanos e técnicos do Ateliê. Os cinco coreógrafos recebem um cachê de R$ 5 mil, além de hospedagem e transporte.
Durante seis dias na capital bahiana, os espectadores, que no ano passado chegaram a um total de 8,5 mil, poderão assistir à mostra dos espetáculos, intervenções coreográficas, exibições de vídeos, bem como participar de workshops, mesas-redondas e palestras. O tema das palestras neste ano deverá girar em torno do processo de criação dos coreógrafos, além da interação da dança com as diversas linguagens artísticas. “Este ano, queremos investigar mais a fundo os meandros da criação coreográfica, como ela estabelece diálogo com outras linguagens e harmoniza códigos em seu processo criativo”, afirma a diretora.
Maturidade
Outra novidade deste ano é a mostra Solos>35, que visa a valorizar a maturidade dos intérpretes. Nela, dois coreógrafos da primeira edição do Ateliê darão continuidade ao processo de residência e criarão dois solos cada um para dançarinos de no mínimo 35 anos.
O Ateliê é realizado pela EP Produções Culturais, tem patrocínio da Secretaria de Cultura e Turismo do Estado da Bahia, através do Fazcultura, TIM Maxitel e Bahiagás. Eliana Pedroso estará em São Paulo, no dia 16 de maio, às 17h, no Grupo de Estudos em Dança da PUC/SP (Rua João Ramalho, 182, 4º andar – Perdizes) para divulgar e dar maiores informações sobre o Ateliê.
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