Secretário da Cultura da Bahia, Márcio Meirelles, propõe integração com intuito de dar visibilidade às diversas manifestações culturais que acontecem não só nos circuitos oficiais, mas também nos bairros da cidade.

Durante coletiva de Imprensa realizada na terça-feira de carnaval, dia 20 de fevereiro, o secretário da Cultura da Bahia, Márcio Meirelles, propôs uma integração entre a Prefeitura, o Governo, o Conselho do Carnaval, a Imprensa, a Universidade e a sociedade, com intuito de dar visibilidade às diversas manifestações culturais que acontecem não só nos circuitos oficiais, mas também nos bairros da cidade.

Para isso, o secretário pretende criar um grupo de trabalho para repensar o carnaval. “A tendência comercial do carnaval de Salvador está chegando ao limite e é preciso um redimensionamento da festa visando manter o fator econômico, mas sem perder o fator cultural”, ressaltou Márcio Meirelles.

“O carnaval é um processo cultural que precisa ser repensado já a partir da quarta-feira de cinzas para garantir a manutenção da grandeza cultural da festa e ao mesmo tempo aumentar seu potencial de geração de emprego e renda o ano inteiro”, completou.

A idéia de criação do grupo de trabalho foi proposta pelo Governador Jaques Wagner e deve reunir as instituições que fazem o carnaval para, ao lado da Prefeitura de Salvador e do Governo do Estado, buscar soluções criativas e inovadoras para a maior festa popular da Bahia.

Durante o carnaval, o Secretário Márcio Meirelles conversou sobre o grupo de trabalho com artistas, produtores e representantes de grandes blocos e também de pequenas agremiações e contou com a adesão de todos. “Precisamos recuperar a dignidade e reestruturar as relações entre os diversos atores no carnaval, incluindo os grandes blocos de trios que se mantém com patrocínios, vendas de abadás e camarotes, com o carnaval dos blocos afro, afoxés, blocos de índios, de percussão”, disse, ressaltando também a importância de se discutir o uso do espaço urbano no carnaval.

Em sua opinião, o carnaval passou a ser gerido não pelas leis da cultura, mas pelo mercado. “Isso sempre é complicado porque o mercado não tem inteligência, o mercado é predador, é autofágico, porque consome a si próprio, deteriorando o objeto do consumo. Se não houver uma regulação a situação tende a piorar. Acho que essa é a função do Estado: regular, organizar, fomentar, incentivar. Então é isso que pretendemos fazer”.

Para Márcio Meirelles, “o carnaval é do povo e ele tem que voltar a ser protagonista da festa. O papel da Prefeitura e do Governo, como parte desse povo, é a requalificação das relações entre os diversos atores”. Outra questão apontada pelo Secretário é a formação de gestores culturais nos blocos “para que eles consigam realizar projetos e garantir recursos o ano inteiro para não precisarem, em fevereiro, bater na porta da Bahiatursa ou da Emtursa para pedir, de pires na mão, uma migalha para fazer o carnaval”.

A proposta é reunir no grupo de trabalho representantes da Prefeitura de Salvador, das secretarias estaduais que participam do carnaval, além do Ministério da Cultura, do Conselho de Carnaval e das diversas instituições que fazem a festa (sejam privadas ou do terceiro setor), além das universidades, através dos estudiosos e pesquisadores do carnaval.


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