Em um encontro promovido na casa onde viveu José Lins do Rêgo, na Lagoa, os organizadores dos espaços da Bienal do Livro do Rio de Janeiro se reuniram para anunciar a programação cultural de sua 15ª edição, que acontece de 1º a 11 de setembro, no Riocentro.

Sob o comando de Sônia Jardim, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, os curadores Sonia Biondo, João Alegria, Ítalo Moriconi e Dib Carneiro Neto – que representava Gabriel Villela – falaram sobre os principais destaques e as novidades do evento, que novamente privilegiará os públicos feminino e infantil e, pela primeira vez, terá um setor dedicado aos livros digitais.

Mulheres no poder – No ano em que a Bienal do Livro do Rio de Janeiro homenageia seu país sede, uma das principais atrações é a própria presidente do Brasil. Depois de cancelar sua visita à Festa Literária Internacional de Paraty, em julho, Dilma Rousseff garantiu que não só percorrerá os corredores do Riocentro, como participará de uma mesa no espaço Mulher e Ponto. Com mediação de Mônica Waldvogel, Dilma participará da mesa de abertura da seção, dedicada às idiossincrasias do público feminino, responsável por 60% do público da Bienal. Na pauta, nada de política:

“Ela já mostrou ser muito ligada aos livros e decidimos entrevistá-la sobre a relação dela com a literatura, os livros e personagens preferidos e o que ela está lendo no momento”, disse Sônia Biondo, responsável pelo Mulher e Ponto que, excepcionamente para este encontro, migrará de um auditório de 100 lugares para o maior da feira, com capacidade para até 400 pessoas. Mas e se Dilma furar? “Sabemos que a agenda dela é muito atribulada e que isto pode acontecer. Neste caso, temos plano B, C, D, E…”

O Mulher e Ponto traz ainda debates sobre temas amplos como redes sociais, economia, bullying e a crise da mulher de meia de idade.

Livros digitais – Pela primeira vez – e com um certo atraso -, a Bienal do Livro terá uma mesa e um espaço voltado para os livros digitais. O Café Literário, organizado por Ítalo Moriconi, trará Carlo Carrenho, Daniel Pinsky e Giselle Beiguelman sob mediação de Cristiane Costa para apresentar os e-books. “O livro digital já é uma realidade para muita gente, mas, ao mesmo tempo, muitas outras pessoas nunca ouviram falar nisso”, explicou Sônia Jardim.

Batizado de Bienal Digital, um espaço disponibilizará vários modelos diferentes de e-readers para que o público possa testar, baixar livros, jornais e revistas e se familiarizar com a tecnologia.

Pequenos – Uma das atrações mais concorridas da Bienal passada foi a Floresta de Livros, espaço infantil projetado por João Alegria com o intuito de estimular a formação de público leitor. Desta vez, João se inspirou nos oceanos para criar sua instalação interativa batizada de Maré de Livros. “Há um universo imenso – oceânico – de livros, histórias, narrativas que podem ser facilmente acessadas pelas crianças. Por isso, criamos um espaço que dialoga com arte, tecnologia e com o espaço da própria Bienal”, justificou João, que trabalha com experiências sensorais para narrar histórias.

Jovens – Espantados com a multidão de adolescentes que invadiu os pavilhões do Riocentro atrás de autoras best-sellers como Thalita Rebouças e Meg Cabbot – que precisaram marcar horários extras para conseguir atender uma parcela maior do público da última edição – os organizadores da Bienal do Livro criaram o Conexão Jovem. O espaço abrigará os cinco autores mais concorridos entre essa faixa etária no maior auditório do local. São eles: Alyson Noël, da série “Os imortais”; a cantora e atriz Hillary Duff, que estreia na literatura; Lauren Kate, da série “Fallen”; Eduardo Spohr, de “A batalha do apocalipse” e, claro, Thalita Rebouças.

Café Literário e Livro em Cena – Comandado na edição passada por Paulo José, o Livro em Cena passa para as mãos do diretor teatral Gabriel Vilella, que promete transformará o palco de leitura de livros em um grande espetáculo. Serão 11 clássicos da literatura brasileira interpretados por 11 atores e cantores como Thiago Lacerda, Cássia Kiss, José wilker, Débora Bloch e Elba Ramalho.

“No ano em que homenageamos o Brasil, nossos clássicos têm que estar presentes. A literatura brasileira é tão rica em sotaques, formas e gêneros que empolga ouvir livros tão importantes sendo interpretados”< explicou Dib Carneiro, representando Villela. Para ajudar na dramatização das leituras, os participantes do Livro em Cena terão cenário e figurinos especiais.

Novamente nas mãos de Ítalo Moriconi, o Café Literário traz, ao todo, 38 sessões com estreantes na Bienal e autores que já passaram pelos corredores do Riocentro. Para este ano, as novidades são o Sarau Poético, dedicado à leitura de clássicos e novos expoentes do gênero e o Debateboca, uma série de perguntas e respostas entre moderadores e convidados como Laurentino Gomes. As mesas do Café Literário terão ainda medalhões como Ruy Castro, Ferreira Goulart e Luis Fernando Verissimo, além de concentrar a maior parte dos 23 autores internacionais escalados para a feira.

Veja aqui a programação completa da Bienal do Livro.

*Com informações do Prosa Online (O Globo)


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