A Fundação Bienal de São Paulo divulgou o balanço das contas da instituição do ano passado. O documento, que foi realizado pela auditoria Deloitte Touche&Tohmatsu e aprovado pelos conselhos administrativo e fiscal da fundação, mostra que o déficit contábil foi de R$ 2,891 milhões em 2008.

Em nota de esclarecimento anexada ao relatório de demonstrações financeiras, a auditoria divulgou que o déficit “poderia ter sido de apenas R$ 500 mil”, mas foram acrescidos outros valores referentes, por exemplo, à reforma do telhado da Bienal, realizada em 1999, à provisão das contingências das pessoas jurídicas que prestam serviço regularmente à instituição e à receita de uma feira cancelada e paga.

De acordo com o documento, esses termos tiveram de ser reconhecidos no exercício de 2008 pelo parecer da auditora contratada. Com a aprovação das contas, o próximo passo é a realização daqui a 15 dias de uma reunião geral do conselho para a eleição do novo presidente. O mandato de Manoel Francisco Pires da Costa, à frente da Bienal por três gestões consecutivas, desde 2002, terminou em 6 de fevereiro deste ano, pelo estatuto da instituição.

Desde então, ele é diretor-presidente pro forme da Bienal. Por enquanto, o único candidato à vista é o empresário e colecionador Heitor Martins, ainda não oficial. Muitos candidatos vêm declinando do convite desde 2008. “Ele não deu resposta se vai se candidatar. Estamos aguardando”, declarou Miguel Alves Pereira, presidente do conselho administrativo, em matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo opinião expressa por ele na mesma matéria, se Martins ou outro candidato for eleito após a próxima reunião, terá de assumir o cargo imediatamente. Pereira também afirma que não entrou em nenhum momento em contato com a Curadoria de Fundações do Ministério Público Estadual para tratar dessa atual situação da Bienal. “Mas, se a instituição continuar acéfala, seremos obrigado a isso”, diz.

O presidente do conselho ainda afirma que a representação oficial brasileira na 53ª Bienal de Veneza, a ser realizada a partir de junho, vai ser financiada pelo Ministério da Cultura, por meio da Funarte. Desde a década de 1990, é função da Bienal de São Paulo promover a representação no pavilhão Brasil de Veneza. O orçamento deste ano é de R$ 350 mil para apresentar as obras de Luiz Braga e Delson Uchôa.

* Com informações do jornal O Estado de S. Paulo – Camila Molina


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Jornalista e sócia da empresa CT Comunicações.

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