As ações do México na área de livro e leitura são semelhantes as que o Programa Mais Cultura desenvolve no Brasil. Especialistas mexicanas apresentaram na ultima sexta-feira (20 de agosto), no III Fórum do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), as políticas públicas para o setor. O PNLL foi instituído em 2006 pelos ministérios da Cultura e da Educação e é responsável pelas diretrizes das políticas para o setor, sendo parte das ações desenvolvidas pelo Programa Mais Cultura, do MinC.

O México tem, atualmente, 7 mil bibliotecas em todo o país e, além de investir na criação destes espaços, têm promovido ações que visam a democratização do acesso ao livro e o incentivo à leitura. Mas, apesar disso, a diretora Geral de Publicações do Conselho Nacional de Cultura e Artes do México, Emília Pacheco, reconheceu a necessidade de se avançar ainda mais nas políticas públicas. “Precisamos vincular todos os atores da indústria da leitura para que, quando mude o governo, o programa continue”. A preocupação mexicana de institucionalização das políticas públicas é semelhante à brasileira.

Desde 1995, o México tem o Programa Nacional de Salas de Leitura, que forma mediadores de leitura e cria espaços onde são desenvolvidas atividades como contação de histórias, entre outras. Os mediadores de leitura são voluntários que recebem capacitação gratuita do governo e um acervo inicial de 100 livros para a implantação das salas de leitura. Esta política mexicana lembra dois projetos desenvolvidos pelo Programa Mais Cultura: os Pontos de Leitura e os Agentes de Leitura. Os agentes brasileiros são jovens que recebem capacitação e uma bolsa para visitar famílias em suas comunidades e desenvolver ações de incentivo à leitura. Por sua vez, os Pontos de Leitura são locais onde o acesso ao livro é direto, com acervo de 650 livros, pufes e computador com internet.

Socorro Venegas, diretora adjunta de Fomento à Leitura e ao Livro do Conselho Nacional de Cultura e Artes do México explica que este trabalho voluntário vira “missão de vida” para os agentes, que têm seu acervo renovado tanto por doações, quanto por programas dos governos do México ou de estados ou cidades. Atualmente, o governo mexicano está fazendo uma grande consulta para a renovação do acervo, com novas doações. Hoje, segundo levantamento do programa, 38% dos frequentadores das salas de leitura são crianças e 34% são adolescentes. O acervo das salas englobam livros em braille e também em línguas indígenas, além de literatura.

Além do Programa Nacional de Salas de Leitura, o México possui também um prêmio de fomento à leitura, que reconhece trabalhos de bibliotecárias e mediadores de leitura em todo o país – semelhante ao Prêmio VivaLeitura, criado pela Organização dos Estados Iberamericanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), MinC e MEC.

Os participantes do Fórum tiveram a oportunidade também de conhecer um pouco da experiência do município de Nova Friburgo (RJ), o único no país a possuir uma secretaria de leitura. Na localidade, quem está à frente da secretaria é Francisco Gregório Filho, que falou sobre o quanto a comunidade local está envolvida com o projeto e como a cidade está desenvolvendo seu Plano Municipal de Livro e Leitura (PMLL). Francisco ressaltou, inclusive, que será criado um fundo específico para as ações deste plano.

O III Fórum do PNLL, realizado no estande do PNLL na 21ª Bienal do Livro de São Paulo, encerrou suas atividades nesse sábado último (21 de agosto) com a apresentação de dois modelos de bibliotecas (que receberam aporte do MinC): a Biblioteca-parque de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e a Biblioteca Estadual de São Paulo, na capital paulista.

A programação completa do encontro está no site: s://www.pnll.gov.br/

*Com informações da Assessoria de Imprensa do Ministério da Cultura.


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Atriz, pós-graduada em gestão da cultura.

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