Brasil, China e Índia lideram o crescimento no número de títulos e circulação de jornais, segundo relatório divulgado ontem pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que reúne 31 nações desenvolvidas).
Enquanto em alguns países desenvolvidos a circulação de jornais impressos está em queda, no grupo de países formado por Brasil, Índia, Indonésia, China e África do Sul, a circulação subiu 35% entre 2000 e 2008.
No mesmo período, entre os sócios da OCDE, a circulação de jornais diários pagos caiu 2,7%.
O relatório usa vários exemplos de emergentes. A alta foi puxada pelo aumento da circulação na Índia (45%), na África do Sul (34%) e na China (29%). O relatório não indica qual foi a variação da circulação no Brasil.
Mesmo dentro da OCDE, no entanto, há países em que a circulação está crescendo, caso da Irlanda (alta de 30% de 2000 a 2008), da Polônia (24%), da Turquia (20%) e de Portugal (10%).
O relatório destaca que as perdas de circulação nos países da OCDE não são uniformes. Jornais especializados, como os de economia, por exemplo, tiveram reduções menores.
INTERNET
Na maioria dos países desenvolvidos, a televisão e os jornais impressos ainda são as principais fontes de notícias, mas a internet está ganhando espaço, diz o relatório. A exceção é a Coreia do Sul, onde a internet já ultrapassou as outras mídias.
“Na maior parte dos casos, ler notícias na internet complementa outras formas de obter notícias. A maioria das pesquisas indica que leitores ativos de notícias off-line tendem a ler mais notícias on-line”, diz o relatório.
Com isso, o tráfego dos sites de notícias nos países da OCDE está crescendo. “A audiência das organizações de notícias, se combinados os impressos e a internet, pode estar crescendo”, diz o texto.
Para a OCDE, a maior preocupação para os jornais não deveria ser a concorrência da internet, mas sim o fato de que muitos jovens não estão lendo notícias em nenhuma plataforma.
Fonte: Folha