O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp) aprovou ontem a abertura do processo de tombamento do Cine Belas Artes. O tombamento ainda não é definitivo e o processo pode durar até 90 dias.

Durante esse prazo, segundo o presidente do conselho, José Eduardo de Assis Lefèvre, todos os interessados podem apresentar suas argumentações e serão promovidos diálogos com o proprietário do imóvel, Flávio Maluf.

Além dos integrantes do Conpresp, dois advogados de Maluf estiveram presentes durante a reunião. Lefèvre informou que o locador considera a possibilidade de renovação do contrato com o Cine Belas Artes, sob a condição de que o valor do aluguel seja adequado ao mercado. No entanto, o dono do cinema, André Sturm, afirmou à reportagem da Folha de S. Paulo que já havia acordado novo valor de aluguel, que subiria de cerca de R$ 52 mil para R$ 65 mil. “Nós dissemos que toparíamos pagar esse valor. E mesmo assim, alguns dias depois, ele pediu o prédio de volta, dizendo que havia recebido uma oferta maior”, disse Sturm.

Ele também afirmou que a empresa interessada em manter o cinema ainda está disposta a fechar acordo, mas a parceria só poderá ser assinada com a certeza de que ficarão naquele endereço. Os advogados de Maluf fizeram declarações a respeito desse assunto.

*Com informações da Folha de S. Paulo


Jornalista, foi diretora de conteúdo e editora do Cultura e Mercado de 2011 a 2016.

1Comentário

  • Adriana Gragnani, 20 de janeiro de 2011 @ 6:57 Reply

    Comecei a frequentar o Belas Artes quando aquele trecho da Paulista e Consolação era bem diferente. Atravessava a rua, depois do filme, e ia comer um Royal no Riviera. A sala era grande. Tinha cara de cinema, em filme e em instalações. O que se pretende é imortalizar o passado ou garantir a boa programação? Na Paulista existe uma casa, construída nos primórdios da avenida, que está caindo aos pedaços, tombada legal e faticamente. Por que não mudar o Belas Artes para lá? Parece-me que o tombamento cheira a saudosismo de pessoas que nem tinham nascido quando as grandes transformações ocorreram no entorno do cinema.

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