Entidades promovem debates com candidatos de SP

Estamos num momento dos mais cruéis para a política cultural no Brasil. Não tem como desenharmos o quadro da atmosfera que cerca o ambiente das promessas de toda ordem para a cultura e o frisson causado pelos que almejam se pendurar no maior cabide de empregos da cultura que são as prefeituras, só não são mais, por não ter mais prefeituras. Isso é uma das maiores vergonhas do Brasil. Em nome da cultura, cria-se secretarias com verdadeiras múmias, parasitas dos municípios, sanguessugas que receberam suas cadeiras pelas cotas de santinhos distribuídos nas eleições. Essa prática dos municípios brasileiros é o maior buraco negro, é uma das maiores fontes de desvios de verbas, de palanque político, é um exemplo claro de que criar secretarias, inchar os municípios de “notáveis”, é um buraco sem fundo. O que se gasta de dinheiro para manter esses verdadeiros albergues de aspones, é um absurdo, isso tem que acabar!

No estado do Rio de Janeiro, a coisa é tão vergonhosa que os conselheiros de cultura criam projetos e eles próprios aprovam. Esse quadro de horrores onde milhares de pessoas se locupletam de verbas destinadas à cultura no Brasil, é um caso de polícia. Os cabos eleitorais, na grande maioria, secretários de cultura carregam, desculpem o termo, uma curriola de papa-emprego público. As comissões que são formadas para debate de cultura com os prefeitáveis, são tragicômicas. Os discursos dos candidatos nos fazem chorar, são verdadeiras obras de arte que nem o artista mais criativo do mundo consegue tal proesa.

Discutimos sempre aqui nesta tribuna tudo o que envolve as políticas do MinC. mas nos equivocamos por não discutirmos sistematicamente a completa ausência de seriedade com a coisa pública que são as secretarias municipais de cultura Brasil afora. Dá pra contar nos dedos uma meia dúzia de trabalhos sérios, o resto não tem classificação. Tanto é que falamos de políticas municipais de cultura somente em períodos eleitorais, depois essa questão desaparece, nunca mais ouvimos falar. Tenho arrepios, pelo mesmo motivo, quando penso nessa história de música nas escolas.

Quando se une, numa mesma secretaria, educação e cultura, é um penúncio claro de um desastre, assim como cultura e turismo, mas tem pior, algumas prefeituras conseguem unir as três, cultura, turismo e educação, o que mostra como anda a seriedade dos nossos divinos prefeitáveis.