Após concluir os testes sobre o desempenho do padrão americano de rádio digital Iboc (In Band on Channel, ou HD Radio), o Instituto Mackenzie não recomenda sua adoção pelo Brasil sem que se façam testes comparativos com outros padrões.
O instituto, que fez os testes sob a direção do professor Gunnar Bedicks, se recusa a assinar o relatório final, nos termos solicitados pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
Já a Abert, que defende o uso do padrão americano, insiste na adoção dessa tecnologia digital pelo Brasil, independentemente de qualquer comparação com outros padrões. Com isso, pretende elaborar um relatório final sobre os testes feitos pelo Mackenzie e levar o documento ao Ministério das Comunicações.
Segundo o Instituto Mackenzie, não é correto, nem possível recomendar um padrão sem conhecer o desempenho dos demais com a mesma profundidade. Os testes de campo do padrão Iboc foram contratados em novembro de 2007 pela Abert, e acompanhados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pelo Ministério das Comunicações. “Ao fazer esses testes, nossa missão foi avaliar o desempenho do padrão Iboc, isoladamente, acompanhando os testes que vinham sendo feitos em várias emissoras em São Paulo, Ribeirão Preto, Cordeirópolis e Belo Horizonte”, declarou Bedicks em matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo. “Medimos o alcance do sinal digital em comparação com o sinal analógico, as eventuais interferências, a qualidade da transmissão e da recepção móvel e fixa, tanto em amplitude modulada (AM) como em freqüência modulada (FM). Não podemos, entretanto, recomendar a adoção desse padrão sem compará-lo com outros padrões europeus, como o DRM (Digital Radio Mondiale) e DAB (Digital Audio Broadcasting)”.
Na mesma matéria, o professor também deixou claro que o instituto aprova o objetivo geral de digitalização das emissoras de rádio. “Mas não pode recomendar o padrão Iboc sem comparar seu desempenho com o de outros padrões. E não queremos fazer nada de forma apressada, senão corremos o risco de adotar um padrão que será como a lei que não pega. Além disso, é bom reconhecer que a digitalização do rádio em todo o mundo está numa fase incipiente, muito menos avançada do que a TV”, completou o professor.
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