“Integrar para além do mercado”. Concisas, as palavras de ordem deram a tônica da exposição de Emir Sader, acadêmico e pensador crítico ao processo, em abertura do 3º Simpósio Internacional de Comunicação e Cultura na América Latina, realizado no final de março, no Memorial da América Latina.

Acadêmico, o evento manteve o tom político da palestra inicial, e seu alto teor crítico. Focado nos impactos das novas mídias e no potencial democrático destas e das novas políticas públicas de produção cultural, comunicação, educação e preservação que se consolidam no continente neste começo de século, em decorrência das políticas anti-neoliberais, bolivarianas ou não.

Com quatro mesas principais, o evento discutiu novas experiências em comunicação em novas mídias, através da produção cultural de diversos agentes independentes na periferia de São Paulo, a relação entre a Produção Cultural e o papel do Estado, experiências de identificação e apoio à conservação do Patrimônio Cultural e ambiental no Brasil e uma mesa final, que discutiu a Comunicação alternativa, pública e estatal e as recentes mudanças nas legislações em comunicação no continente.

As Atividades

Além das 4 mesas de debates o evento contou com uma série de Grupos de Trabalho e Sessões de Comunicações Coordenadas, nas quais se trocaram experiências em pesquisa entre pesquisadores do Brasil e América Latina. Os trabalhos estiveram focados nas seguintes linhas gerais: experiências em comunicação; avanços metodológicos na análise dos meios de comunicação e das novas mídias; discussões sobre as potencialidades dos novos meios em relação às populações marginalizadas, por questões sociais ou sexuais; e estudos de caso sobre diversidade cultural e manifestações culturais típicas.

Complementaram as atividades a exposição de bancas de livros alternativos, como os do selo Suburbano Convicto, do escritor Alessandro Buzo, e de mídias como as revistas Carta Capital e Caros Amigos, além de apresentações culturais de grupos nacionais de dança e exibição de documentários da TAL (Television America Latina).

O 3º Simpósio Internacional de Comunicação e Cultura na América Latina foi realizado entre os dias 29 e 31 de março no Memorial da América Latina e promovido pelo Centro de Estudos Latino Americanos em Comunicação e Cultura (CELACC) da Universidade de São Paulo.

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Leia os relatos das mesas por Guilherme Jeronymo:

Integrar para além do mercado

Caminhos da pesquisa em patrimônio cultural na América Latina

Troca de experiências sobre democracia nas comunicações encerra Simpósio

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Consulte também a página do evento na web.


Morador do Campo Limpo (Zona Sul de São Paulo), é jornalista e mestre em comunicação, além de pesquisador no núcleo Alterjor, da ECA/USP.

2Comentários

  • CULTURA E MERCADO :: revista eletrônica :: blog :: rede :: podcast … – comunicacao, 29 de abril de 2010 @ 12:57 Reply

    […] sss://culturaemercado.com.br/relatos/especial-america-latina-a-partir-de-sua-comunicacao-e-de-s…Com quatro mesas principais, o evento discutiu novas experiências em comunicação em novas […]

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 2 de maio de 2010 @ 10:10 Reply

    A questão da nossa proximidade com a América Latina traduz a dimensão positiva das políticas culturais do governo Lula.

    Serra, por exemplo, não consegue disfarçar o nariz torcido para o mercossul. Em suas críticas ele fala de forma fluente, já sobre o avanço da integração, ele fala de canto de boca. Não há dúvidas de que há uma afinidade espiritual entre o Serra e os acadêmicos universalistas. Todos caminham com os olhos voltados para os EUA e Europa e viram as costas para a América Latina. É nesta hora que se vê o quanto tem de preconceito social, o quanto tem de provincianismo em todo esse jogo de cena. Os universalistas a la Serra, muito comum na nossa erudição de chanchada, passam a vida inteira tentando jogar o Brasil numa subserviência cultural aos EUA e aos paises da Europa com seus palavrórios universalizantes, mas não dão um pio, ou melhor, um passo em direção a um olhar aos nossos vizinhos, da mesma forma como jamais quiseram olhar para a África, a não ser com o típico olhar que enxerga essas complexas culturas como exóticas e apimentadas.

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