Reportagem do jornal Valor Econômico desta segunda-feira (23/4) mostra como as incertezas sobre dois dos mais importantes festivais de cinema do país estão afetando o mercado cinematográfico do país.
A quinta edição do Festival de Paulínia, que seria realizada em junho, foi cancelada pela prefeitura da cidade, e o Festival de Gramado permanece com suas contas bloqueadas no Ministério da Cultura.
Os impasses estariam prejudicando, principalmente, os produtores independentes. “Paulínia é uma vitrine muito importante, onde podemos mostrar nosso trabalho e levantar discussões e debates. Também vale como rodada de negócios, com troca entre produtores e possibilidade de captar recursos”, afirmou Rafael Salazar, produtor da Poltrona Filmes.
Ele conta que, em reunião na última sexta (20/4), um grupo de produtores discutiu soluções para reverter o cancelamento do evento.”Nós queremos nos colocar a disposição, oferecer mão de obra e também ajudar a captar recursos”, diz.
O produtor pretende levar uma proposta à secretaria de cultura de Paulínia nos próximos dias. O cancelamento, explicou o prefeito da cidade, José Pavan Júnior (PSB), visa a destinar o orçamento de cerca de R$ 3 milhões a trabalhos sociais.
“É um espaço de exibição a menos, na disputa do cinema brasileiro com os filmes hollywoodianos”, avalia Nilson Rodrigues, coordenador geral do Festival de Brasília, que tem orçamento parecido com o de Paulínia. O evento custa cerca de R$ 4 milhões, com cerca de 50% captados por meio de Lei Rouanet.
Segundo a Secretaria de Turismo de Gramado, Rosa Helena Volk, não há risco de que o festival da cidade, considerado Patrimônio Cultural do Rio Grande do Sul, seja cancelado. “Está confirmadíssimo para agosto”, disse. O bloqueio dos R$ 730 mil que já haviam sido captados por meio de Lei Rouanet foi decorrente de uma ação do MinC contra o proponente da mostra, a Associação de Cultura e Turismo de Gramado (ACTG), investigado por irregularidades na prestação de contas de um evento de fim de ano, o Natal Luz.
A íntegra da reportagem está disponível aqui.
*Com informações do jornal Valor Econômico