Muniz Sodré assume a presidência em meio a investigações de sumiços de obras
Muniz Sodré tomou posse no Rio de Janeiro, em 25 de novembro, da presidência da Fundação Biblioteca Nacional, substituindo Pedro Corrêa do Lago. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais na Bahia, Sodré fez mestrado na Sorbonne (Sociologia da Informação), doutorado na UFRJ (Teoria da Literatura de Massa) e pós-doutorado na Sorbonne (Sociologia, Antropologia e Lingüística). Publicou 26 livros e atualmente é professor titular da Escola de Comunicação da UFRJ, onde leciona há mais de dez anos.
Durante a cerimônia de posse, Eduardo Portella, ex-presidente da Fundação, declarou que “(o ministro] devolveu a biblioteca à sua tradição de sempre ter um grande intelectual à frente. Muniz é um homem do livro”
Em seu discurso, Sodré prometeu implantar no mínimo 400 bibliotecas públicas em todo o país em 2006, cumprindo meta estabelecida pelo Ministério da Cultura. Disse ainda que irá agir pela redução do preço do livro (já que as editoras tiveram sua carga tributária diminuída), investir no incentivo à leitura e fortalecer a Câmara Setorial do Livro.
O Ministro da Cultura Gilberto Gil, presente na cerimônia, disse que uma das funções de Muniz Sodré será implantar o projeto Primeiro Livro, que fornecerá dois volumes para cada uma das 8 milhões de famílias cadastradas na Bolsa Família.
Entre abril e julho deste ano, quando os servidores federais estiveram em greve, foi detectado o furto de 949 peças da Fundação. Por conta disso, uma investigação da Polícia Federal está em andamento, correndo como segredo de Justiça. Sodré afirmou que um plano de segurança para a Biblioteca Nacional deverá ser anunciado esta semana, com financiamento de uma empresa estatal.