*o texto abaixo teve como base matéria publicada no site Nonada Jornalismo
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) segue em crise com a gestão Bolsonaro.
Recentemente, o presidente admitiu ter ordenado a demissão de servidores que embargaram a obra de uma unidade da Havan – rede de lojas de Luciano Hang, apoiador de Bolsonaro – por ter sido encontrado objeto de valor histórico durante as escavações da construção.
Em dezembro, uma portaria extinguiu um cargo em comissão da Coordenação de Identificação e Registro (CGIR), que foi realocado para a Coordenação-Geral de Licenciamento Ambiental (CNL), diretamente ligada à Presidência do Iphan. A CNL é responsável por avaliar o possível impacto de empreendimentos aos bens culturais tombados, registrados ou valorados pelo Iphan. Portanto, essa mudança permitirá que o escolhido para o cargo seja nomeado diretamente pelo governo.
Servidores apontam que outras mudanças na estrutura do órgão, feitas de forma sigilosa, estão em andamento. Há risco de desmonte de áreas essenciais do IPHAN, como a de diversidade linguística e registro dos bens.
Um novo capítulo da crise é a paralisação do curso de mestrado oferecido pela instituição. O edital de 2021 não foi lançado. A paralisação se deu por conta da falta de aprovação do edital pela diretoria colegiada, formada pelos diretores do Iphan e pela presidente da instituição, Larissa Peixoto, que havia sido afastada em dezembro, mas retornou ao cargo com autorização da justiça.