Pensamento e criação colaborativa são palavras chaves para os empreendedores do mercado cultural. Agora, a ideia é unir projetos e artistas em um único espaço de disseminação: a internet. Seguindo esse conceito, foi lançada na última quinta feira (19/9) a Kultafro, uma rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra que atuam no Estado de São Paulo.

O projeto começou em maio de 2011, com a Roda de Conversa, programa do Centro Cultural da Espanha em São Paulo. A partir desses encontros, estruturou-se a nova plataforma, que conta com uma série de membros, entre eles o Instituto Feira Preta, a cantora Fêniks e o tradicional Samba da Vela.

Além de se tornar referência no modelo de organização do segmento, o objetivo da Kultafro é dar visibilidade e potencializar o mercado afrodescendente, mapeando projetos e iniciativas para o desenvolvimento cultural e articulando estratégias e ações desenvolvidas pelos atores paulistas.

“Os equipamentos culturais que trabalham com a produção artística negra em São Paulo, da ideia à realização, são ainda escassos. Encontramos um foco durante os meses de maio e novembro. A Kultafro se propõe a desnudar e potencializar ações e grupos de cultura negra que, na sua maioria, ficam restritos aos pedidos – quando pedem – dos diretores e programadores. Não somos só uma lista de produtos, mas também pensadores de nossa própria cultura”, explica Pedro Neto, produtor e membro da rede.

Ele afirma que a cultura negra, historicamente, sofreu uma série de redutivismos. “O tempo, os preconceitos e as necessidades do capital fizeram com que as especificidades fossem sobrepostas por definições culturais hegemônicas. Como debater estas questões sobre uma produção cultural negra tão complexa, de difícil definição? Mais difícil ainda seu compartilhamento com limites definidos e delimitados. Esta inquietação foi um dos motivos da criação da rede”, ressalta.

O endereço eletrônico da Kultafro reúne agenda de eventos, entrevistas, reportagens, publicações sobre editais e produtos audiovisuais de referência para o setor. Além disso, há um espaço reservado para interessados em participar da rede.

A rede tem o apoio do Instituto Feira Preta, Baobá- Fundo para Equidade Racial, Cone (Coordenadoria dos Assuntos da População Negra), Funarte e Fundação Cultural Palmares.

Para saber mais, acesse o site www.kultafro.com.br.


contributor

Yasmim Bianco é repórter do Cultura e Mercado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *