Na última segunda-feira, dia 27, Leopoldo Nunes, diretor de programação e conteúdo da TV Brasil, foi demitido. Parte de sua equipe também foi afastada. Nesta terça, 28, Reinaldo Volpato, gerente regional de São Paulo foi demitido. Com isso, não haverá mais na direção da TV Brasil nenhum representante do grupo original do Ministério da Cultura ainda na gestão Gilberto Gil que ajudou a formular o projeto da TV pública.
Além de Volpato, dois assessores diretos de Leopoldo Nunes saíram da emissora: Roderico dos Santos, que foi demitido, e Débora Peters, que pediu demissão. Telma Monteiro, gerente executiva de produção, também teve que deixar o cargo. Contudo, volta ao cargo que tinha na Acerp, responsável pela antiga TVE e que está sendo assumida pela EBC.
As explicações sobre a demissão de Leopoldo Nunes são contraditórias. A TV Brasil diz que Nunes foi informado que seria demitido no dia 13 de abril, quando teria pedido uma licença de 15 dias para encontrar uma nova posição. “Isso é uma falácia. Vou processá-la (a presidente da EBC, Tereza Cruvinel) por ter afirmado isso”, declarou Leopoldo Nunes em matéria publicada pelo site Tela Viva.
“Fui notificado ontem (segunda) pelo ministro Franklin Martins”, afirma Nunes, que diz ainda que há vários meses a presidente da EBC vem forçando sua demissão. “Minha fritura foi uma coisa lenta”, completou Nunes na mesma matéria.
Para Nunes, sua demissão se deu apenas após a publicação de uma entrevista que concedeu à Revista Fórum. Na entrevista, o então diretor de programação e conteúdo da TV Brasil faz críticas abertas à gestão de Tereza Cruvinel, acusando-a de, por falta de vontade política, não ter dado continuidade aos Programas Especiais de Fomento que estariam prontos para serem lançados em parceria com a Ancine. Através desses programas, seriam investidos em produção independente R$ 300 milhões.
Reinaldo Volpato, demitido nesta terça, diz que também saiu por conta das declarações de Leopoldo Nunes. Segundo ele, a demissão foi comunicada pelo diretor geral da emissora, Paulo Rufino, que teria afirmado que não seria mais possível manter a equipe de Nunes na TV Brasil após as declarações feitas por ele na mídia.
Vale lembrar, antes de Leopoldo Nunes dois diretores que também eram do Ministério da Cultura da gestão de Gilberto Gil saíram da TV Brasil: o então diretor geral da emissora, Orlando Senna, e o diretor de rede, Mario Borgneth.
* Com informações do Tela Viva
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