O Ministério da Educação (MEC) vai elaborar um Plano Nacional de Implantação da Lei 10.639/03 com o objetivo de tornar obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileiras nas escolas.
Além disso, o plano pretende induzir os sistemas de ensino a acelerar o processo por meio de metas e planejamento de projetos. A proposta se baseará em um relatório elaborado por uma comissão formada por entidades da área educacional e do movimento negro.
O documento foi apresentado na última semana ao ministério e será levado ao ministro Fernando Haddad nesta quinta-feira, dia 20 de novembro, data em que se comemora o Dia da Consciência Negra.
A falta de institucionalidade e continuidade das ações é a principal dificuldade para a implantação da lei, que para André Lázaro, secretário de Educação, Alfabetização e Diversidade do MEC, a responsabilidade não deve ser apenas da pasta, mas também das redes estaduais e municipais que precisam investir mais na questão. “Eu acho justa a crítica de que as ações são pouco sistemáticas e a melhora disso passa pela formação dos professores, o material didático, o financiamento, o monitoramento do processo. Mas a responsabilidade não é só do MEC, mas de todo o sistema de ensino. Claro que o MEC, pelo seu papel, precisa ser protagonista e acredito que temos cumprido isso”, avaliou ele em matéria publicada pela Agência Brasil.
O MEC pretende lançar o plano ainda este mês, que ser colocado em prática é necessária a análise da formação inicial e continuada dos professores que não se adaptaram às exigências estabelecidas pela lei. “As faculdades de educação e os cursos de pedagogia não incorporaram esse conteúdo na formação inicial dos professores. Você fica correndo atrás o tempo todo para consertar o que não foi feito na formação inicial”, argumenta.
Em 2009, será oferecido pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) o primeiro curso de pós-graduação para professores sobre a temática. Mais de 100 professores da rede estadual participarão do curso de 200 horas de duração. Além disso, um repasse de R$ 3,6 milhões foi concedido pelo MEC para um grupo de 20 universidades federais, que deverão desenvolver cursos de formação e materiais didáticos.
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