Com o título acima, o Instituto Pensarte, organização cultural responsável pela publicação de Cultura e Mercado, propõe uma articulação nacional em torno da redução de impostos e cobra do governo federal e dos congressistas um pacote de apoio ao setor cultural, fortemente abalado pelas recentes medidas governamentais, que além de triplicar os impostos das empresas culturais, minguar o orçamento e defenestrar as Leis de Incentivo à cultura e as conquistas advindas desse imperfeito mas efetivo instrumento.

Busco nas palavras inspiradoras do ministro de Assuntos Estratégicos do Brasil, Roberto Mangabeira Unger, a análise do comportamento da esquerda governamental em torno das políticas culturais no Brasil. Em recente entrevista ao jornal El Pais, analisou o comportamento de três tipos de esquerda no mundo: 1) a vendida, que aceita o mercado e a globalização em suas formas atuais, e querem simplesmente humanizá-las por meio de políticas sociais; 2) a “recalcitrante”, que deseja desacelerar o progresso dos mercado e da globlalização, em defesa de sua base histórica tradicional; 3) e a que mais nos interessa (pelo menos a ele, Mangabeira, e a mim, que o subscrevo), focada na reconstrução do mercado e na reorientação da globalização, com um conjunto de inovações institucionais.

Para esse terceiro tipo de esquerda, declara o intelectual e professor de Barack Obama na Harvard, a primeira medida é democratizar a economia de mercado, depois capacitar o povo e, em seguida, aprofundar a democracia. “Eu entendo esse projeto como uma proposta da esquerda para a esquerda”, diz.

Quero buscar uma tradução aplicada às políticas culturais para a proposta de Unger:

1. Democratizar a economia de mercado: o governo federal cumpre bem o seu papel de reconhecer e fomentar os setores da produção cultural menos privilegiados. Mas precisa encontrar maneiras de inseri-los no mercado, sob o risco de gerar um ciclo vicioso de dependência dessa produção com o Estado (para não dizer governo, com sua agenda política imediatista).

2. Capacitar o povo: Marilena Chauí já apontava a necessidade de refazer o mito fundador do Brasil, recuperando a capacidade de auto-representação do povo. A garantia dos direitos culturais, inclusive de acesso aos conteúdos culturais (próprios e de outras culturas) é fundamental. A universalização do acesso deve andar de mãos dadas com um amplo programa de capacitação e formação de nossos artistas e produtores em relação à função política da cultura. A disponibilização de ferramentas de gestão cultural deve vir acompanhada de uma formação de base mais séria e profunda, já que estamos lidando a capacidade de gerir e forjar o nosso material simbólico. Em síntese, direito à educação.

3. Aprofundar a democracia: em recente aula sobre “direitos culturais”,  ministrada no âmbito do Laboratório de Políticas Culturais, Fabio Maciel, presidente do Instituto Pensarte, aponta a dicotomia existente na defesa dos direitos humanos de primeira (ligados à liberdade) e segunda geração (igualdade). E a co-relação desses direitos pela conquista à solidariedade humana e à justiça social. Nosso maior desafio nesse campo é conseguir estabelecer a consolidação dos instrumentos públicos de participação social, atrelados à responsabilidade do Estado em relação à cultura, levando em conta, sobretudo, um pacto federativo que deixe claro os papéis das prefeituras, dos estados e da federação. Nesse ponto, o MinC caminhou a passos largos, com a proposição do Sistema, do Plano, da Conferência e do Conselho Nacional de Políticas Culturais.

Sua efetivação como instrumentos de reforço e aprofundamento da democracia está, nesse caso, atrelado aos pontos 1 e 2 da proposta de Unger. Ou, como diria Maciel, instrumentos de garantia de direitos civis e políticos são interdependentes aos direitos econômicos, sociais e culturais. Sob o risco de transformarem-se em meros mecanismos de controle (isso é interpretação minha).

Nesse sentido, a luta por um espaço no mercado para todos os artistas e produtores culturais é imperativo. Não por meio de uma subordinação aos interesses privados do mercado e sim em torno de conquistas efetivas de condições de produzir cultura com liberdade.

Por este motivo e por muitos outros aqui não citados, torna-se imprescindível a união dos agentes culturais de todos os cantos em nome de “Menos Impostos para a Cultura, Mais Desenvolvimento para o Brasil“, disponível em Petition OnLine.

Eu acabei de assinar!


Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

14Comentários

  • Candida Botelho, 14 de fevereiro de 2009 @ 9:35 Reply

    Prezado Brant,
    Creio que é chover no molhado, para um país que insiste em considerar educação e cultura coisas diferentes.
    Não sei qual o clamor que precisamos fazer para que se entenda que essa atividades são paro o desenvolvimento da nação, que há um enorme campo de trabalho para os menos favorecidos nas atividades culturais dentro de uma boa politica cultural…enfim ando bem aborrecida com insistencia em nossos dirigentes em bater nessa politca de ganhar mais e pagar menos!!!

  • Candida Botelho, 14 de fevereiro de 2009 @ 10:16 Reply

    Ola Brant,

    Parece que é chover no molhado insistir para que nossos dirigentes entendam a importância do trabalho cultural que é um campo de trabalho e ganho para os menos favorecidos, e um caminho para a educação do país. Essa politica de ganhar mais e pagar menos, que invadiu a mentalidade do dirigente brasileiro:- sem consumo não há receita….Eles não entendem?? Ate O presidente do Eua hoje esta entendedo isso. É preciso tratar de toda a população e não apenas das mais simples …até porque não é destribuindo esmolas que vão transformar o pais, mas com politicas adequadas e uma delas é a da cultura…considera luxo para os mais ignorantes. vamos insistir….

  • fabs, 14 de fevereiro de 2009 @ 14:34 Reply

    Se é para unir esforços… sss://www.petitiononline.com/LC128/

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 14 de fevereiro de 2009 @ 21:20 Reply

    Candida Botelho
    O que você chama de esmola? Tens mesmo ideia do que seja fome, miséria, preconceito social e racial, intolerância perfumada, achismo de salão? Enquanto não se demolir todos esses mitos baseados na arrogância de que alguém vai ensinar cultura em uma sociedade, ficaremos aqui nessa gangorra inútil do mundo dos civilizados à caça de um outro a civilizar. Acho que deveríamos ouvir um pouco a voz do silêncio e da reflexão, mas, principalmente duvidarmos sempre das nossas certezas, pois elas costumam ser a outra perna que nos faz tropeçar.

  • Wellington Costa, 15 de fevereiro de 2009 @ 11:25 Reply

    Caro Brant,

    Parabéns pela matéria. Em minha atuação atual de formatador de projetos para a área cultural tenho acesso aos altos níveis de impostos que todo o sistema produtivo atrelado ao faze cultural e artísticos é obrigado a recolher ate mesmo quando deseja focar espetáculos e shows de acesso gratuito para comunidades carentes e excluídos socialmente.
    Analisarmos as pacas verbas que são direcionadas a projetos artísticos e culturas e nos esquecemos que dentro delas há profissionais que tem que devolver tais parcos recursos aos governos, municipais, estaduais e Federais… Impostos estes que minoram os valores já mais baixos que nos são dedicados.
    Não estou fanado da elevação de impostos e sim o que cada agente cultural e artista é obrigado a recolher quando deseja estar com sua atuação plenamente legalizada.
    Esta bandeira que você levanta é uma das mais coerentes. Se o estado nos dedica baixos recursos deveria ao menos nos brindar com a isenção, assim teríamos mais recursos para investirmos em outos projetos culturais.
    A diminuição dos impostos nos daria maior liberdade financeira para exercemos nossas funções de artistas plásticos, cantores, músicos atores, etc…
    Não devemos somente pensar nas empresas culturais e nos setores que na verdade são realmente manifestações de uma industria cultural formal e sim nos agentes artísticos e culturais isolados e os elevados impostos que recolhem.

  • Gabriel Estellita Lins, 15 de fevereiro de 2009 @ 14:22 Reply

    Pessoal, Acho que o momento não é de discussões filosóficas sobre a importancia do trabalho cultural, e muito menos de voltarmos nossas armas contra nós mesmos.
    A situação é prática, e muito perversa. Em um momento de crise, de risco recessão, um momento quando a cultura e o entretenimento ficam mais do que vulnerável por conta das características de nossa população e das prioridades das empresas patrocinadoras, o governo apunhala toda uma classe.
    Em um momento quando o discurso é de ajuda a diversos segmentos da indústria, vemos o nosso segmento ser taxado com um aumento de mais de 200%.
    Qual a justificativa para isso????
    Não sei se essa iniciativa do Brant terá efeito concreto, e também não acho que ela seja suficiente se não for seguida de um movimento coletivo, mas a aplaudo pois foi a primeira que consegui vislumbrar no sentido de fazer algum barulho.
    Espero realmente que desse pontape inicial venha uma onda de protestos e que, de alguma forma, os ouvidos de nossos governantes sejam tocados.
    Não podemos aguentar isso calados!!!
    Eu também já assinei.
    Abraços,
    Gabriel Estellita Lins

  • Leonardo Brant, 15 de fevereiro de 2009 @ 21:52 Reply

    Quero comentar para evitar uma leitura equivocada: 1) O manifesto é uma iniciativa do Instituto Pensarte, proposto por seu presidente, Fabio Maciel; 2) o artigo reflete minhas opiniões e não tem qualquer relação direta com o manifesto. Ou seja, ninguém precisa concordar com o artigo para subscrever o manifesto, cujo texto econtra-se no link acima. Abs, LB

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 15 de fevereiro de 2009 @ 23:08 Reply

    A isenção absoluta de impostos é uma das formas mais democráticas que se pode aplicar numa política de fomento à cultura de um país. Esta reivindicação deveria ter sido feita há muito. Outra, seria lançar um pacote de medidas que reduzissem a custos mínimos materiais básicos para a cultura, assim como é feito com a construção civil. Uma lista dos materiais mais utilizados na produção cultural, mas é bom colher outras possibilidades, pois a desoneração naturalmente democratiza na fonte a produção, qualquer que seja a forma de buscar uma alavanque a produção e o acesso à cultura, será sempre uma forma justa, objetiva e desburocratizada.

    Gostaria de lembrar uma observação, a meu ver, correta feita por Juca Ferreira no encontro “Diálogo Cultural” no Capanema, sobre a inflação dos serviços em torno da cultura quando se está de posse dos recursos do mecenato. Isso é uma verdade que tem que ser dita. Sei de muitos casos em que o ganho médio de um artista no mercado comum, triplica quando o mesmo sabe que tem patrocínio. Nesse jogo de gato e rato, vão todos para o buraco. Essa discussão sobre cultura no Brasil precisa primar pelo distanciamento do corporativismo de empresas produtoras e captadoras, corporativismo de artisitas, pois devemos entender que se ela está disposta a pagar cachê de estrelas ou financiar a arte e a dignidade do artista que passa léguas dessa crise de griff de camarins. A desoneração tem que ser um esforço geral. Nenhum artista tem que trabalhar de graça, mas também não pode se admitir disparidades de cachê medidos de acordo com o peso do nome e, muito menos, estar na pauta de democratização.

  • Ricardo Trento, 16 de fevereiro de 2009 @ 11:26 Reply

    Também estou indignado, com esta ação promovida no fechar das cortinas. Sempre quero saber onde fica o Ministério da Cultura que nestas horas não tem voz e nem vez. De nada adianta levantar uma bandeira de mudança e refomulações da Lei Rouanet e o mais básico que é garantir os direitos adquiridos sejam perdidos. Nós temos a dificil tarefa de promover a cultura através de uma Lei de Incentivo; passando a sacolinha nas empresas, inclui neste processo um trabalho de catequização sobre as benesses para a empresa e sua responsabilidade social e pra realizar estas ações, que deveriam ser trabalhadas desde a infância, nas escolas e com pais e professores, nosso trabalho é sobre taxado. Como se isto fosse resolver o problema de emprego e renda. Qual é a produtora que tem 40% da receita comprometida com folha de pagamento? Se todos os profissionais são contratados por projetos e somente se quando captados.
    Só lamentável.
    Atribuo sim mais ação do Ministério da Cultura, pois há uma assessoria parlamentar a disposição do Ministério e a precionar os parlamentares através dos produtores em cada Estado. Mais ação e menos pose pra foto.
    Hora de saber quem votou na nova reformulação do super simples e enviar em massa e-mails retirando o apoio para a próxima eleição e também sugiro novo Ministro para a Cultura.

  • Júnia, 16 de fevereiro de 2009 @ 14:53 Reply

    Olá pessoal!
    A Rede Brasileira de Teatro de Rua também está reunindo assinaturas a favor da revisão da Lei Complementar 128. A carta está sendo enviada periodicamente para a Funarte, Ministério da Cultura, Fazenda, Senadores, Deputados e outras instâncias. Estamos com mais de 200 assinaturas, até o momento. Vamos “somar esforços”, como sugeriu fabs acima, apoiando todas as iniciativas de revisão desta lei. Já assinei os dois petitiononline. Aquele que concordar com a carta abaixo, favor escrever para juniabessa@hotmail.com, informando nome, grupo/instituição, cidade e estado.
    Atenciosamente, Júnia Bessa
    —————-
    Solicitação de revisão da Lei Complementar 128 – Simples Nacional
    Nós, grupos e artistas cênicos de 21 estados do Brasil, manifestamo-nos contrários à Lei Complementar número 128, publicada no Diário Oficial da União em 22 de dezembro de 2008, que aumenta a taxa tributária sobre a nossa atividade profissional. Atuamos em ruas, praças, circos, escolas e espaços alternativos com a nossa arte pública. Somos artistas-cidadãos que ao longo dos anos viemos nos expressando, reunindo saberes e nos organizando para o exercício pleno do nosso direito ao trabalho, à manifestação simbólica e à construção da identidade do povo brasileiro. Como trabalhadores e trabalhadoras da cultura, reafirmamos a nossa caminhada junto a várias lutas pela justiça, pelos direitos humanos e pela democracia. Celebramos as nossas histórias, músicas e personagens no contato direto com o público de diferentes realidades sociais, culturais e econômicas em todos os municípios do país.
    Estamos articulados, mobilizados e organizados através da Rede Brasileira de Teatro de Rua, criada em março de 2007, em Salvador/BA, composta por 1.225 grupos e/ou artistas-trabalhadores. A Rede Brasileira de Teatro de Rua é um espaço físico e virtual de organização horizontal, sem hierarquia, democrático e inclusivo. Todos os artistas-trabalhadores e grupos pertencentes a ela são seus articuladores que ampliam e capilarizam, cada vez mais, suas ações e pensamentos.
    Nosso trabalho é feito de formas diversas: grupos, produtoras, artistas sócios, associações, cooperativas, núcleos familiares, entre outras. Nossas diferentes formas de trabalho têm como princípio comum garantir o direito de acesso aos bens culturais a todos os cidadãos brasileiros, por meio da produção, difusão, formação, registro, circulação e manutenção de grupos e fazedores de arte, contribuindo para a construção de um país mais justo e igualitário.
    Nesta perspectiva, solicitamos a revisão da Lei Complementar número 128 que aumenta a taxa tributária sobre a nossa atividade profissional. Esta medida onera nossa condição de trabalho, cria empecilhos para nossa formalização, intervém em toda a dinâmica da nossa produção, diminui os recursos já escassos para o nosso setor, restringe o acesso a bens culturais e contradiz as diretrizes apontadas pelo Plano Nacional de Cultura. Reiteramos nossa posição a favor do diálogo e da construção participativa de políticas públicas integradas que contemplem as diferentes formas de produção artística.
    Brasil, fevereiro de 2009
    Articuladores da Rede Brasileira de Teatro de Rua e Colaboradores

  • Flávio R.Tambellini, 17 de fevereiro de 2009 @ 9:51 Reply

    Os políticos passam e arte perdura.Cgega de fazer caixa en cima da cultura!!

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 17 de fevereiro de 2009 @ 15:49 Reply

    Gabriel Estellita Lins diz!
    “Pessoal, Acho que o momento não é de discussões filosóficas sobre a importancia do trabalho cultural, e muito menos de voltarmos nossas armas contra nós mesmos”

    Gabriel, acho que você quer dizer o seguinte: bola pro mato que o jogo é de campeonato, é isso? Acho que está propondo aquela famosa patinada de que “templo é dinheiro” e que ficar aqui discutindo filosofia cultural é coisa de bicho grilo no Vale do Pavão em torno do santo daime.

    Logo em seguida, você diz: “o governo apunhala toda uma classe”. Eu lhe pergunto, toda qual? Os empresários estão em lado oposto ao dos artistas. A minha briga com o MinC é por ele ser extremamente leniente com os empresários que se apossaram da verba que deveria ser destinada à cultura, artistas que não se enquadram nesse jogo barra pesada que transforma artistas em vacasde presépio chamada “responsabilidade social”.

    O que digo é que não tem santo nessa história, tem sim artistas dançando no seco e garanto, é uma legião e de todas as áreas que não quer ouvir falar de poder público misturado com a cultura, muito menos do bom mocismo de empresas ditas patrocinadoras. Esse faz-tudo à caça de níqueis públicos.

    Eu, como artista, não me vejo ladeado com essas questões. A minha briga passa por outro caminho, o dos impostos cobrados da produção, principalmente dos que realmente são independentes e pagam altíssimos custos para a produção e distribuição de sua arte. É um outro caminho, é outra visão. Colocar o artista nesse mesmo balaio é colocá-lo como bromato no miolo de pão para fazer volume na grita empresarial. Isso é briga de tapetão. A rapaziada que rala no sol quente está brigando pela passagem de ônibus e de metrô. É essa, na grande maioria dos casos, a condição do artista brasileiro.

    Foi bom essa discussão vir à baila para deixar bem claro que somos literalmente diferentes na igualdade e, mais do que nunca, queremos discutir a filosofia em torno da arte. É isso que interessa à sociedade.

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 17 de fevereiro de 2009 @ 21:53 Reply

    Desculpem usar este espaço para comentar sobre outro assunto, mas não resisti.

    Flávio R.Tambellini!!!

    Que coisa mais linda este site de vocês! É pura obra de arte! Lindo, lindo, lindo! Já abri mais de dez vezes pra ficar olhando. Enfim, voto em vocês. Maravilhoso o trabalho desta página. Parabéns a todos e toda a sorte do mundo!

  • Ana B. Torres, 20 de fevereiro de 2009 @ 13:49 Reply

    Prezado Brant,

    Segue meu ponto de vista:

    Venho de formação de produção cultural na Universidade Federal Fluminense e conheço de perto essa formação política atrelada à produção de cultura em nosso país. Muitas são as discussões geradas, muitas são as propostas e as reclamações, mas acredito que a força dos difusores culturais está em uma formação mais voltada para um ferramentário de administração cultural e projetizada. Um foco em como e no que fazer.

    É necessário quebrar essa raiz de foco na Rouanet, a dependência de ações governamentais. Cada vez mais vemos grandes corporações criando suas fundações ‘sem fins lucrativos’ e abocanhando a isenção fiscal em prol de um marketing institucional descarado. Aliás, o marketing e a propaganda são os interesses de muitas empresas. A dobradinha marketing e isenção é realmente muito atraente.

    Novos produtores devem aprender a ter um olho na cultura e outro no mercado e um forte conhecimento de quem é o seu PÚBLICO-ALVO. Muitas são as ações que fracassam pelo desconhecimento de algumas práticas básicas de gerenciamento de projetos ou ainda de marketing básico. Num país voltado par ao capitalismo, é necessário conhecer seu funcionamento a fundo para, assim, entender como é possível modificar a realidade.

    Sua constante preocupação e luta por uma realidade menos ordinária para a cultura.

    Grande abraço!
    Ana B. Torres

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