Mapa das Fontes, do Observatório Itaú Cultural, reúne estudos sobre cultura e amplia alcance de informações.
Quais os contornos da cultura no Brasil? Quantos profissionais trabalham na área? Qual a quantidade e a qualidade de equipamentos culturais no país? Quais as regiões mais carentes? Quais as atuais políticas públicas para o setor? Inúmeras questões poderiam ser listadas aqui, e a maioria delas já possui resposta. O problema é que as informações estão dispersas, dificultando o acesso aos dados. Ou seja, é muita pesquisa para pouco acesso.
Uma iniciativa do Observatório Itaú Cultural, o Mapa das Fontes, busca mudar esse cenário. Ao reunir dezenas de estudos sobre cultura no site do Observatório, amplia alcance de informações sobre o setor.
Mais do que pesquisas, o segmento cultural no Brasil atualmente precisa de informações mais organizadas e acessíveis. “Os dados são produzidos isoladamente, por centros de pesquisas, sem metodologia e nomenclatura compartilhadas”, avalia Marcelo Dias, da equipe do Observatório Itaú Cultural. Outro problema, segundo ele, é a falta de periodicidade. “Há uma grande dificuldade na continuidade desses levantamentos”.
Foi esta a primeira impressão, confirmada logo em seguida, quando a equipe do Observatório Itaú Cultural decidiu se lançar na empreitada de criar o Mapa das Fontes, para levantar e identificar as pesquisas realizadas sobre o setor cultural no país. “Era muito difícil saber quais eram as pesquisas e onde elas estavam disponíveis”, conta Marcelo Dias, do Observatório.
Apesar das várias dificuldades, desde o primeiro semestre de 2007, o Observatório Itaú Cultural tem reunido e identificado essas fontes. O resultado deste trabalho é a reunião de referências sobre diferentes estudos brasileiros que apresentam dados qualitativos e quantitativos. “É possível acessar a pesquisa na íntegra ou obter mais detalhes sobre cada fonte, como resumo, abrangência, periodicidade e outras informações sobre a produção de dados”, acrescenta Dias.
Pesquisas
Entre as várias pesquisas que merecem destaque, duas se sobressaem, na opinião de Marcelo Dias, do Observatório Itaú Cultural. É o caso do Suplemento de Cultura da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic – 2006), e o Sistema de Informações e Indicadores Culturais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2003-2005, realizados em parceria com o Ministério da Cultura (MinC). “A pertinência destes estudos se justifica pelas seguintes razões: têm abrangência nacional e contam com metodologias desenvolvidas pelo IBGE e o MinC”, observa. Além do know-how e infra-estrutura das Instituições responsáveis, ele ressalta outro fator importante: são produzidas em série, o que permite a comparação entre os anos.
A Munic, por exemplo, para conhecer a realidade da área cultural nos municípios do país, fez um levantamento em mais de cinco mil cidades. A pesquisa reúne informações sobre recursos humanos, legislação, fontes de recursos públicos, convênios e parcerias, ações, projetos e programas, instalações e serviços prestados, entre outros. Material importante para a produção de indicadores culturais e no desenvolvimento de estudos em Economia da Cultura, nos setores público e privado. Informações que podem servir ainda, quando conhecidas, para a criação de políticas públicas e na implementação de ações para o setor.
Já o Sistema de Informações e Indicadores Culturais do IBGE concentra-se nos principais aspectos de oferta e demanda de bens e serviços culturais. O estudo analisa aspectos como a posse de bens duráveis relacionados à cultura, gastos públicos e o perfil socioeconômico da mão-de-obra ocupada em atividades culturais, tudo em nível nacional.
Mapa das Fontes – Observatório Itaú Cultural
Por Carlos Minuano
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