Uma representação ao Ministério Público, assinada por Giovani Cherini (PDT) quando ainda era presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, resultou em processo por crime contra a honra para o músico gaúcho Tonho Crocco.
Ele fez um rap no qual chamava de “gangue” os 36 deputados que aprovaram aumento de 73% em seus próprios salários, em dezembro do ano passado. Nesta semana, recebeu uma intimação para uma audiência preliminar no dia 22 de agosto, da qual Cherini também vai participar.
Procurado pelo site Sul21, Giovani Cherini negou que estivesse processando o músico gaúcho. “Não estou processando ele, deve ter havido algum erro. Vou procurar me informar”, disse o deputado. Mais tarde, no Twitter, escreveu: “Não ingressei com ação contra Tonho Crocco. Como presidente (da Assembleia), ofereci representação ao MP para que, havendo ilicitude, tomasse providências”.
Na representação, Cherini afirmou que “eleito pelos deputados estaduais como representante do povo gaúcho”, expressava sua “insurgência contra a manifestação espúria de Antonio Crocco, que enseja o presente pedido de providências ao Ministério Público Estadual”.
“Estou atordoado em receber esta intimação. Eu não cito o deputado Cherini no meu som”, disse Crocco . Segundo ele, o atual presidente da Assembleia, Adão Villaverde (PT), telefonou para dizer que não se tratava de um processo da instituição.
“Meu verdadeiro temor é que se abra um precedente coibindo as manifestações políticas, principalmente aquelas que usam de vias pacíficas e da arte como forma de expressão”, escreveu o músico, em nota divulgada em seu site oficial.
O advogado Marcelo Almeida, ainda prepara os argumentos da defesa, mas lembra que o principal é a liberdade de expressão. “Isto é um direito básico dos músicos, da imprensa e de qualquer cidadão”, afirma.
Veja o vídeo do rap que resultou em processo:
*Com informações do site Sul21