Os 36 músicos demitidos da Orquestra Sinfônica Brasileira sonham formar nova orquestra. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo, desta segunda-feira (2/5).

Ainda não sabem com quantos instrumentistas poderiam contar nem qual nome usariam. “A gente quer o mais rapidamente possível se livrar do rótulo de ‘demitido’. Há 70 anos, a OSB nasceu do sonho de um grupo de músicos, e nada impede que isso volte a acontecer. O que fizemos sábado pode ser o embrião de uma nova orquestra”, disse o violinista Luzer Machtyngier.

Ele se referia ao concerto-protesto realizado na Escola Nacional de Música, da UFRJ, por 71 músicos – 35 de outras orquestras, que se solidarizaram com a situação dos colegas, dispensados pela OSB por se recusarem a se submeter a uma avaliação de desempenho que consideraram humilhante. Há 70 anos, na mesma sala de concertos, foram feitas as audições para os primeiros integrantes da OSB.

A apresentação, antecedida de discursos emocionados e entremeada por momentos de ovação (o público presente, de mais de 600 pessoas, driblou a falta de ar condicionado e até de assentos), foi filmada pela equipe de Silvio Tendler, que fará um documentário sobre a crise na orquestra, desencadeada no início do ano.

Enquanto isso, a fundação que administra a OSB anunciou que sua temporada 2011 vai ser iniciada apenas no dia 10 de agosto, com o Festival Beethoven. Já começa desfalcada: solidário aos instrumentistas, o solista desse primeiro concerto, o pianista Nelson Freire, anunciara no início do mês que não mais participaria.

Em nota direcionada principalmente ao público da OSB, a fundação responsabilizou os 36 músicos demitidos pela atual situação da orquestra, reduzida à metade e sem perspectiva de recompor sua sonoridade no curto prazo. “A FOSB foi surpreendida pela mudança de posicionamento dos músicos afastados e lamenta que a proposta desenhada em consenso não tenha recebido adesão”, diz a nota, referindo-se à exigência dos músicos de afastamento do diretor artístico e regente titular da OSB, Roberto Minczuk, que apareceu com as negociações em curso.

As audições para recomposição do corpo orquestral serão no Rio, Nova York e Londres, mês que vem.

Os músicos rechaçam a informação de que todas as reivindicações tenham sido atendidas. Desde o início da crise, em janeiro, eles conseguiram apoio de colegas no Brasil e no exterior. Depois de Nelson Freire e Cristina Ortiz, dois brasileiros de carreira sólida mundo afora, a última solista a desistir de vir foi a violinista holandesa Simone Lamsma, que abriria a Série Ônix no dia 3 de junho com a OSB Jovem, no Teatro Municipal.

*Com informações do Estadão.com


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