Em plena crise financeira, enquanto o governo federal entra em campo para socorrer o consumo, a indústria e os bancos, o setor cultural é, mais uma vez, jogado aos leões.

Fortalecer uma “indústria cultural propriamente brasileira” era uma das metas de Gilberto Gil frente ao Ministério da Cultura. Nem bem deixou o cargo e o seu sucessor tomou frente a uma jornada contra a Lei Rouanet, o único instrumento efetivo de financiamento ao setor, ainda que cheio de problemas (a maioria deles produzidos pelo próprio MinC, diga-se). Como se não bastasse o ardil, penaliza o setor com a reclassificação do Simples, aumentando quase três vezes os impostos de empresas culturais.

Por que o setor cultural sofre abalos dessa natureza?

1. A negligência do governo federal com um dos setores produtivos que mais emprega e reúne melhores condições para enfretar crises de qualquer natureza apenas denuncia a falta de um Projeto Brasil mais amplo, democrático e menos dependente da indústria financeira internacional.

2. O Ministério da Cultura não é capaz de enxergar a importância estratégica do setor, por isso trata a produção cultural como inimiga da cultura.

3. A impotência da sociedade civil diante de um governo-ONG é tamanha, que não consegue mais mobilizar artistas e produtores para causa alguma, nem mesmo quando mexe diretamente com o seu bolso.

4. O setor cultural está tão bem abastecido que pode aumentar sua contribuição para que o governo tenha mais condições de socorrer outros setores estratégicos.

Escolha uma das alternativas acima, ou acrescente a sua.


Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

27Comentários

  • evany fanzeres, 21 de janeiro de 2009 @ 9:01 Reply

    Vou deixar aqui o comentario, embora saiba que isso não irá adiantar muito. A questão NÃO é que o governo não dê bola para a culttura, mas sim um contexto que foi criado a partir de 1964 e que 10 anos depois foi resultando até chegarmos à situação atual. E a verdade é que esta questão sempre pode piorar, pouco a pouco, sempre, cada vêz mais. Mas a sociedade não se dá conta de certos dispositivos de função a prazos longos, não existe memória,, e se fazem telenovelas de época, anos sessenta, por exemplo, não expoem reais situações e conceitos políticos daquela mesma época, porque não sabem, não viveram alí – são apenas os new comers que acham que o Brasil começõu nos anos oitenta, uma década de vários suicídios de artistas… Chega a ser cômica a imensa ignorância, induzida pelas reformas na área do ensinio e leis de diretrizes e bases, acordos MEC-USAID etc. E no Brasil, por obra de politicos de mentalidade regional ou provinciana ainda por cima cismaram em “promover” cultura popular como sendo arte contemporãnea, e outros equívocos desastrosos…
    Ao mesmo tempo não existe um estudo sério do ambiente cultural no Brasil dos anos cinquenta, época em que a arte contemporânea recebeu importantes estímulos de uma sociedade culta e rica. Basta dizer que no estado do Rio de Janeiro havia indústrias téxteis! Mas o Brasil não soube proteger suas indústrias mais importantes, no caso a indústria téxtil. Cravou tudo de impostos e ainda deixou entrar o consumo de fibras ordinárias orlontex.. E com isso ajudou a criar o desemprego e consequente problema social… O Brasil não sabe proteger suas indústrias, então como vai proteger seus artistas? Então como vai proteger uma representação cultural de nível, se nem sabe o que isso? .
    Ninguem se lembra que a segunda metade da década de cinquenta foi
    enriquecida com uma produção artística de altíssimo nível. O clima era muito estimulante, a classe média frequentava o teatro para temporadas de ópera, ballet, com os grandes expoentes que regularmente vinham ao Brasil para as apresentações. No início dos anos sessenta o Brasil ganhou importantes prêmios de design e um imenso prestígio para a arquitetura. Grupos de gente de sociedade unida a intelectuais, reunia artistas e empresários, promovia exposições e vendas periódicas da arte para ajudar os artistas. Eu própria participei de alguns desses jantares. Mas, em 1964 houve o golpe militar, e então as prisões, torturas, passeatas, etc. O direito de reunião, unindo sociedade, artistas e intelectuais ficou inteiramente tolhido pelo clima de intensa repressão. .Foi um grande desastre. A representatividade do Brasil na área internacional sofreu danos irreparáveis, e as temporadas artísticas e grandes exposições não se apresentaram mais como antes. O clima tornou-se pesado! A turma do chamado Cinema Novo, os artistas plásticos, músicos ainda lutaram muito, e trabalharam, produções interessantes aconteceram até o o fim da década de setenta. Mas logo no início dos anos oitenta deu-se uma queda nos padrões de produção artística, que tornou-se superficial, pobre. A razão disso é que o mercado, querendo formar rapidamente uma escola de arte “alegre”. e
    vendável, passou a ter influência na área do estado, inclusive. Aqui no Rio um bom exemplo de desastre foi o encerramento do Instituto de Belas Artes , da UERJ,, com mestres como Carlos Cavalcanti, Flexa Ribeiro, Edith Behring, José Guilherme Melchior, Iberê Camargo, etc sob argumento mercantil, por ser um local de pedagogia de arte sério. E inventaram uma Escola de Artes Visuais, com “professores” improvisados e sem estatura pedagógica, e que nada puderam transmitir aos alunos. Não sobrou nada!.. Na verdade estas mudanças ao sabor de leigos mercadológicos apenas acompanharam o restante clima do país.
    Sociedade urbana retraida, encerramento de indústrias básicas geradoras de emprego, Intensa migração rural, politicos provinciamnos e corruptos, explosão populacional gigantesca, reformas de ensino para tiornar as crianças brasileiras adultos ignorantes…Antes nunca iríamos precisar de verbas de governo, “politicas culturais”, gestores e curadores, e toda esta aparelhagem postiça para disfarçar o estado de coisas originado na ditadura. Aquilo sim, foi o OPRÓBRIO verdeiro! Olha no que deu.!
    E o Governo atual ainda odeia intelectuais e artistas, por nos considerar ” elite”… Imagina…
    VOCÊ QUER O QUÊ, CARA PÁLIDA ???

  • Carlos Henrique Machado, 21 de janeiro de 2009 @ 14:41 Reply

    Na realidade, o MinC está, fortalecendo o desenho de suas concretas políticas, e aí, não isento Gil, ao contrário, pelo tempo que ficou à frente do MinC e pela certeza que tenho de que ele tem a compreensão, pela própria vivência com artistas que sofrem com a total ausência de política pública de cultura ao longo de sua carreira, Gil, percebendo que deveria mudar completamente o discurso central da pauta cultural no Brasil, preferiu jogar com uma certa, artificial efervescência de alguns núcleos culturais de base e fazê-los crer que a comunhão em encontros daria-lhes força política para mudar essa lógica tradicionalmente perversa no Brasil.

    Juca Ferreira é o retrato da finalização de uma política sem arremate, da ferrovia do Sarney que veio do nada e vai para lugar nenhum. Juca está lá no portal do MinC fazendo pirotecnia em uma falácia democrática, bancando o rei em dia de ação de graças, buscando no varejo magro algumas tolas reivindicações pessoais. Não quer mudar lei alguma, pois sabe perfeitamente que não tem força política pra isso. Ele tenta reciclar o que lhe resta de fios de cabelo em que se agarrou para ser ministro e não aproveitar a leva que vai afastanto Meirelles para não ir na mesma correnteza.

    Este alto custo para a cultura nos lembra a Zélia Cardoso que sequestrou a poupança do povo brasileiro sem qualquer critério. Após voltar de uma festinha de criança, ordenou que deixassem os míseros 50 trocados nas contas de cada um dos brasileiros para comprarem torresmo, pinga e cigarro.

    Essa pesada carga em cima das empresas tem endereço certo. As médias e grandes sequer se abalam. Já as pequenas fecharão as portas para que o gargalo fique ainda mais estreito no conta-gotas. Talvez por isso, ele comemora “o Dia Nacional da Arte Classista”.

    Os artistas de peso midiatico não vão, logicamente, reclamar, pois isso lhes fortalecerá ainda mais. As empresas que eram do grande mercado e migraram para a busca de recursos públicos via Lei Rouanet, reclamarão menos ainda. Sabem que trabalham hoje sem colocar um centavo sequer em arte, além do quê podem fazer um enxugamento aqui e outro ali e manter a cabeça estratégica intacta.

    É provável que façam cortes no setor de cafezinho, um guardanapo a menos, uma maquinha de chocolate a menos, nada além de cortes de inutilidades. Isso tudo está mesmo uma pasmaceira. É o efeito sorvete de tanta água que o MinC jogou nessa receita. Não tendo mais como fingir, o MinC descamba de vez para garantir que está chegando o fim da era da espuma populista que Gil iniciou. Lógico que jogará a culpa na sociedade. Prefere terceirizar as responsabilidades, transferindo toda a culpa para a ganância das empresas que sobrarão. Depois dirão que uma meia dúzia de projetos que beiram ao duvidoso salvaram alguns.

    A grande questão está verdadeiramente no aspecto pedagógico. O MinC não quis trabalhar para inverter a lógica, sabia do enorme estrago político que grupos associados à grande mídia iriam impingir nas costas dele. O MinC, então, preferiu os atalhos, anunciando a aurora de um amanhecer que nunca veio. Agora, já no fim do mandato, estamos nós, numa noite chuvosa, embrenhados numa mata fechada a espera das feras, sem bússola e sem lanterna.

    No dia em que, não só os discursos, mas as ações concretas buscarem novamente, digo novamente, porque o Brasil já trouxe à baila essa questão e seus resultados na década de 20 e 30, com a bandeira de que o Estado brasileira só seria possível se desenvolvesse sobre bases concretas e soberanas das nossas próprias escolhas no campo da cultura. De fato tivemos grandes avanços com essa percepção. Anos depois, com o realinhamento das forças conservadoras e com uma bem regida dinâmica de obstrução via difusão ocupada implacavelmente pela indústria internacional, os consevadores deixaram terreno bastante seguro para que o neoconservadorismo ampliasse suas estruturas a tal ponto que, se o grande mercado quebrasse, o estado lhe garantiria a continuidade com até mais facilidade.

    Então, qual desenho hoje sobre todos os aspectos em todas as áreas de cultura? O domínio da cabeça conservadora e seus derivados com a política do bem-estar. Por isso, a ausência de uma discussão hoje.

    Juca é o fantasma de Gil, um Gil que, em carne e osso, discursou como líder de um levante, saiu à francesa e pela porta dos fundos e deixou em sua pasta uma espécie de perespírito, com densidade tão rala que nem o ectoplasma artificial consegue mais fazer com que enxerguemos a figura de um chefe da pasta mais estratégica da economia deste país. Se a lógica fosse outra, não só no MinC como também na cabeça de muitos gestores que ainda insistem na crença de que podem produzir, através de miragens mirabolantes, através de um urbanismo tacanho, uma política responsável e virtuosa neste país. O foco central está completamente errado. Infelizmente temos que recomeçar toda a discussão. Isso para aqueles que ainda estão vivos, mesmo que mutilados.

  • Carlos Henrique Machado, 21 de janeiro de 2009 @ 15:14 Reply

    Querida Evany

    Fique em paz, os tempos de glamour estão de volta, pois com esta nova carga de tributos, nenhuma dessas fuleragens populares, desse povo caboclo, jeca, feio, sujo e malvado que você diz ter destruido o glamour artístico tão bem construido por essa gente culta e rica, e posso lhe garantir que a princesinha do mar, já já estará de volta, quiçá o estado da Guanabara para o deleite dos amantes do Copacabana Pallace. Posso até imaginar uma passeata desta mesma classe culta e chique que promoveu a famosa “passeata da família com Deus pela liberdade”. Não só desembocando no golpe, como também financiando a tortura no Brasil.

    Mas não tenho dúvidas de que o eterno prefeito da Acibarra, Paes, já está passando com o seu caveirão em cima de barracos que obstruiram a eterna nona maravilha do mundo. Fique em paz, já já a zona sul do Rio vai alforriar a zona norte, não vai demorar tanto. Os muros hoje são de concretos armados e de encaixe, assim será bem fácil dividir os ricos dos pobres da guanabarina cidade do Rio de Janeiro. Pode mandar confeccionar a placa do seu carro com o GB, pois logo logo tudo voltará a ser como antes. Shambor, Esplanada, Kadilac rabo de peixe e as Harley Davidson dos primeiros playboys brasileiros nos anos dourados que produziram essa maravilha que estamos hoje assistindo. Eram pessoas de fato cultas e ricas, verdadeiros guardiões da nobreza imperial, quase franceses, se não fosse o atraso, ainda naquele período da cirurgia plástica, botox e silicones, que deixavam as pessoas desajeitadas com suas casacas e tayes, entre o ridículo e o patético, pois não conseguiam esconderas suas fisionomias cucarátias.

    Eu que pensei já ter lido tudo na minha vida, percebo agora que ainda tem muito o que me surpreender. Infelizmente, a república de La Fontaine é um sonho de consumo da nossa monarquia burguesa.
    “Je prie le plus, je semble plus assombração”
    Tradução by google translate.

  • Margarida, 21 de janeiro de 2009 @ 16:58 Reply

    O texto acima eh razoavel, demonstra conocimento de certas circunstancias historicas que provocaram a actual situaçao. Mas a imagem de um forca e exagerada. Prefiro a imagem anterior, de uma floresta toda desmatada, com arvores cortadas a perder de vista, como efeito do agro-negocio, programado pela ditadura, para enriquecer governo e uns poucos
    vendendo carne para o mundo inteiro… Que sonho esse…Rebanhos mesmo grandes, nao precisam de terras extensas, toda gente sabe disso na Europa. Mas talvez a mania de grandeza, de dominar, queimar tudo, para demarcar a propriedade. Assim como os governos nao protegeram as industrias basicas, tambem nao protegem as areas verdes e permitem que se se queimem e se transformem em pastos desnecessarios. Uma geraçao de grande potencial foi neste pais, com a ditadura, inteiramente desperdiçada. …Assim como as produçoes de arte. Li num jornal que nao sabem o que fazer com a obra do escultor Franz Weissmann, um dos maiores artistas brasileiros. Increditavel! Nao existe espaço fisico para arte? Mas eh porque nao existe espaço moral. Quase nao ha museus, nao existem reservas tecnicas, os museus e instituiçoes nao tem verba para aquisiçoes periodicas como acontece em paises civilizados. O numero de artistas confirmados e com formaçao eh relativamente muito pequeno. Lutam com dificuldades, falta de espaço moral e falta de espaço fisico, pois nao existem atelieres, expoem pouco, pois ha escassez de publico. Nao existe, praticamente, coleçoes de arte. Faltam materiais de boa qualidade e eh caro. Nao existem politicas para aquisiços periodicas de obras de arte para escolas, universidades, centros de estudo e predios publicos. Uma obra magnifica do grande escultor Sergio Camargo apodrece destruida na Escola Roma, no Rio de Janeiro. Aonde esta a obra do grande escultor Roberto Moriconi? Nada eh facilitado para artistas, que lutam para fazer o proprio trabalho. Mas em compensaçao existem multidao de curadores, doutorandos de artes que nada sabem, gestores culturais, mercadores avidos, assessorias de prensa, fotografos, – todos prontos a usufruir da Lei Rouanet nas custas do trabalho do artista… o realizador das benesses sociais, caricatura de teoria do estado, para gerar renda e emprego no paese sem industria e sem design, porque tem pouca produçao de arte verdadeira.

  • Carlos Henrique Machado, 21 de janeiro de 2009 @ 19:28 Reply

    É imprecionante algumas posturas, basta uma crise e a culpa é da sociedade do povo sem cultura e sei la mais oque.
    Isso se fosse só um retrato do enfeliz preconceito ja seria horrendo! Mas ele vem num pacote de total desproposito de uma analise perto do possivel.
    Essa visão completamente absurda é um malaço para esconder uma constante falta de criterio possivel para dar um minimo de cara para uma politica publica de cultura.
    As nossas “Politicas publicas de cultura” sempre fizeram questam de excluir a maioria do povo e se a Lei Rouanet não é solução como de fato não é pelo seu proprio carater mitificador é porque foi criada para produzir remendos que o proprio estado fez no teto da cultura brasileira ao longo da nossa historia.
    Os projetos de salva vidas que são pereciveis como um bote inflavel em alto mar caminham para a certificação de um enorme jogo de cena para não inflingir as leis de uma certa sociedade chique glamorosa rica e culta que sempre viveu da boa vida dada pelo estado letargico e espoliador nas costas da sociedade do homem comum que é infelismente a esmagadora maioria que não consegue uma media salarial de 800 00 sem uma educação de qualidade e digo, educação boa é aquela longe dos conselhos culturais das classes dominantes e suas imaitações baratas.
    A ideia de purificção pela arte é algo que beira ao facismo mas está sempre na mente dos nossos cultos e democraticos pesnsadores do balaio dos deuses.
    SEM POVO E SEM SOCIEDADE, COMO ATORES PRINCIPAIS, JAMAIS CHEGAREMOS A UM MÍNIMO DE POLÍTICA PÚBLICA DE CULTURA.
    Corredores culturais, liberdade de escolha e liberdade de expressão são coisas que a sociedade brasileira jamais experimentou. Ao longo da história, vimos políticas castas arremessando na fogueira as escolhas da sociedade.
    Por isso nada dá liga, nada tem continuidade, é como um papelão que, no dia seguinte, já está troncho, sambado e de espinguela caida.
    Mas, como os castelos estão a salvo com receitas altíssimas e garantidas pelo Estado oficial, a galera que se vire com a merreca de política que o Estado reserva pra ela, com aplausos claros dos chique e famosos. É só isso tudo.

  • Carlos Henrique Machado, 21 de janeiro de 2009 @ 19:32 Reply

    É imprecionante algumas posturas, basta uma crise e a culpa é da sociedade do povo sem cultura e sei la mais oque.
    Isso se fosse só um retrato do enfeliz preconceito ja seria horrendo! Mas ele vem num pacote de total desproposito de uma analise perto do possivel.
    Essa visão completamente absurda é um malaço para esconder uma constante falta de criterio possivel para dar um minimo de cara para uma politica publica de cultura.
    As nossas “Politicas publicas de cultura” sempre fizeram questam de excluir a maioria do povo e se a Lei Rouanet não é solução como de fato não é pelo seu proprio carater mitificador é porque foi criada produzir remendos que o proprio estado fez no teto da cultura brasileira.
    Os projetos de salva vidas que são pereciveis como um bote inflavel em alto mar caminham para a certificação de um enorme jogo de cena para não inflingir as leis de uma certa sociedade chique glamorosa rica e culta que sempre viveu da boa vida dada pelo estado letargico e espoliador nas costas da sociedade do homem comum que é infelismente a esmagadora maioria que não consegue uma media salarial de 800 00 sem uma educação de qualidade e digo mais educação boa é aquela longe dos conselhos culturais das classes dominantes e suas imaitações baratas.
    A ideia de purificção pela arte é algo que beira ao facismo mas está sempre na mente dos nossos cultos e democraticos pesnsadores do balaio dos deuses.
    SEM POVO E SEM SOCIEDADE COMO ATORES PRINCIPAIS, JAMAIS CHEGAREMOS A UM MíNIMO DE POLÍTICA PúBLICA DE CULTURA.
    Corredores culturais, liberdade de escolha e liberdade de expressão são coisas que a sociedade brasileira jamais experimentou. Ao longo da história vimos políticas castas arremessando na fogueira as escolhas da sociedade.
    Por isso nada dá liga, nada tem continuidade, é como um papelão que, no dia seguinte, já está troncho, sambado e de espinguela caida.
    Mas como os castelos estão a salvo com receitas altíssimas e garantidas pelo Estado Oficial, a galera que se vire com a merreca de política que o Estado reserva pra ela, com aplausos claros dos chiques e famosos. É só isso tudo!

  • Andrea M., 22 de janeiro de 2009 @ 7:14 Reply

    Pela primeira vez vejo, não somente na matéria como em todos os comentários acima, uma clareza que vem faltando há muito na análise da Lei Rouanet e as diversas políticas culturais (ou talvez politicagens não-aculturadas). O Brasil perdeu-se sim! Houve um Brasil que buscou sua identidade cultural, a população procurou um veio de cultura nacional em determinada época de nosso passado – veio esse que foi aterrado. De lá para cá, a pior ironia de nossa situação chama-se Lei Rouanet e suas parentes próximas. Não por suas boas intenções – embora, conforme o vulgo, delas o inferno se abastece a cada dia – mas porque claro está que não se pode alimentar com feijoada a um morimbundo. Somos um país de semi-analfabetos (situação que o partido dominante e seu representante mor parecem apreciar sobremaneira), há tempos sob o jugo populista (de esquerda e direita, como no boxe), massacrados pelas grande mídias que nos enfraquecem o cérebro e a sensibilidade, encerrados, quando muito, em regionalismos inócuos, embora não nos falte criatividade e vivacidade. Estertoro por ver o selo da Lei de Incentivo a Cultura enfeitando certos espetáculos internacionais enquanto o artista brasileiro comum – aquele que precisa ser incentivado – peleja com formulários extensos, burocracias onipotentes e, sem sombra de dúvida, o amargo e final NÃO a seu projeto. Democratizar a cultura significaria, antes de mais nada, postos de formatação de projetos espalhados pelos correios, onde o artista de primeira viagem pudesse contar com orientação, avaliação e formatação gratuita, onde o importante é o produto cultural e não o currículo artístico – afinal, como formar currículos em meio à falta de oportunidade? Quantos artistas nossos – em todas as áreas de produção cultural – não estão se afogando no anonimato e em becos sem saída, enquanto pessoas sem um mínimo talento real, ou talento esse duvidoso, se beneficiam por seus nomes famosos ou pistolões ou por terem tido suas carreiras primeiramente fomentadas pela ignorância artística vigente em nosso país? Frente a isso, os meandros da Lei Rouanet – principalmente os que precisam de urgente revisão – nada significam, posto que só tornam a situação cultural do país ainda mais amarga em seus resultados canhestros. O Brasil, como bem apontado acima, encontra-se espremido entre a mediocridade de uma maioria populacional – essa tal mediocridade bem fomentada em nossas escolas – e a intelectualidade arrogante de uns poucos grupos fechados em hermetismos indecifráveis. Bom exemplo disso é o que aconteceu na Bienal: a pichação em um espaço em branco – é nisso que deu conceder pérolas aos porcos. E é nisso que dá a Rouanet no Brasil.

  • Carlos Henrique Machado, 22 de janeiro de 2009 @ 11:13 Reply

    Leio aqui pasmado alguns comentários que beiram a infelicidade fascistóide!
    Meu Deus! Será que ninguém vê que esse argumento educacional para a cultura é mera retórica?

    Madonna, Michael Jackson e outras celebridades da indústria alienadora do entrenimento é um fenômeno mundial das classes burguesas. Isso não é um fenômeno brasileiro. De mais a mais, o deslumbramento midiático é das classes média e alta mundo afora que nutrem-se dessa fantasia educacional na busca por excelência artística. Mais do que pueríl, isso é tosco, bronco, jeca, bocó. Nem o urbanismo como forma de solução para as questões culturais, é mais provinciano. Poderíamos ser um pouco mais prudentes nas observações e fazê-las com um mínimo de isenção da manada conceitual e partir para, pelo menos, um pouco de observação empírica para, então, termos uma visão mais crítica, lúcida e independente sobre as nossas realidades.

    Se a arte é abstrata, os resultados dos seus impactos na sociedade, não são. Existem números, quando não manipulados, que expõem claramente algumas mazelas dos dogmas que estão impregnados em nossa alma.

    Não existe essa idéia louca de arte chique e culta, isso é discurso tão subserviente que querem impor à arte, como vejo em alguns comentários, os quais me espantam, o grau de contaminação que é a análise superficial de algumas criaturas.

    Acordemos deste pesadelo europeu! Estamos no Brasil, um país de uma enorme massa de desdentados, flagelados, descamisados em sua condição humana, os quais vejo muita gente apedrejar escamoteada em críticas ao governo. Não são somente os governos que produzem a miséria, também seus iguais que não se acham iguais e, portanto, acreditam na nobreza de suas dores e desprezam a dor e a miséria alheia. Só isso pode explicar o estado lamentável que nos envergonha como povo. Tudo o que assistimos de ruim dentro do Brasil foi produzido pela sociedade de domínio e sua ganância que promove infinitas políticas de injustiça social. A madame só está preocupada com o próximo lançamento da Daslu, com o glamour perdido do Copacabana Pallace e com a não inserção do seu vultuoso pensamento intelectual não reconhecido pela massa de analfabetos.

    Faço muitas críticas ao MinC, porém também posso imaginar o quanto custa ouvir ladainhas de papa-hósteas, de carolas, de irmandades dos santos chiques.

    Neste tom separatista que tem o intuito de classificar o cidadão brasileiro pobre, fica difícil de argumentar. Contra ações de fetiches de nobreza, não há qualquer argumento, é uma distúrbio psíquico. Ainda não inventaram um atídoto que combata esse veneno. Oremos pela saúde do Butantã para que nos traga logo a vacina contra a discriminação social!

  • Roque S. de Souza, 22 de janeiro de 2009 @ 13:20 Reply

    Não tenho nada a declarar: me aguarde.

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 22 de janeiro de 2009 @ 14:27 Reply

    Leio aqui pasmado alguns comentários que beiram a infelicidade fascistóide!
    Meu Deus! Será que ninguém vê que esse argumento educacional para a cultura é mera retórica?
    Madonna, Michael Jackson e outras celebridades da indústria alienadora do entrenimento é um fenômeno mundial das classes burguesas. Isso não é um fenômeno brasileiro. De mais a mais, o deslumbramento midiático é das classes média e alta mundo afora que nutrem-se dessa fantasia educacional na busca por excelência artística. Mais do que pueríl, isso é tosco, bronco, jeca, bocó. Nem o urbanismo como forma de solução para as questões culturais, é mais provinciano. Poderíamos ser um pouco mais prudentes nas observações e fazê-las com um mínimo de isenção da manada conceitual e partir para, pelo menos, um pouco de observação empírica para, então, termos uma visão mais crítica, lúcida e independente sobre as nossas realidades.
    Se a arte é abstrata, os resultados dos seus impactos na sociedade, não são. Existem números, quando não manipulados, que expõem claramente algumas mazelas dos dogmas que estão impregnados em nossa alma.
    Não existe essa idéia louca de arte chique e culta, isso é discurso tão subserviente que querem impor à arte, como vejo em alguns comentários, os quais me espantam, o grau de contaminação que é a análise superficial de algumas criaturas.
    Acordemos deste pesadelo europeu! Estamos no Brasil, um país de uma enorme massa de desdentados, flagelados, descamisados em sua condição humana, os quais vejo muita gente apedrejar escamoteada em críticas ao governo. Não são somente os governos que produzem a miséria, também seus iguais que não se acham iguais e, portanto, acreditam na nobreza de suas dores e desprezam a dor e a miséria alheia. Só isso pode explicar o estado lamentável que nos envergonha como povo. Tudo o que assistimos de ruim dentro do Brasil foi produzido pela sociedade de domínio e sua ganância que promove infinitas políticas de injustiça social. A madame só está preocupada com o próximo lançamento da Daslu, com o glamour perdido do Copacabana Pallace e com a não inserção do seu vultuoso pensamento intelectual não reconhecido pela massa de analfabetos.

    Faço muitas críticas ao MinC, porém também posso imaginar o quanto custa ouvir ladainhas de papa-hósteas, de carolas, de irmandades dos santos chiques.

    Neste tom separatista que tem o intuito de classificar o cidadão brasileiro pobre, fica difícil de argumentar. Contra ações de fetiches de nobreza, não há qualquer argumento, é uma distúrbio psíquico. Ainda não inventaram um atídoto que combata esse veneno. Oremos pela saúde do Butantã para que nos traga logo a vacina contra a discriminação social!

  • Cleiton Paixão, 22 de janeiro de 2009 @ 20:48 Reply

    Que o principal fio condutor da cultura no Brasil hoje é o mercado não é segredo. Agora, questionar as manifestações populares e tantas outras experiências artísticas a favor de uma “CULTURA COMTEMPORÂNEA” é, no mínimo, um saudosismo dos tempos em que mais de dois da população brasileira vivia em estado crítico de miséria, enquanto uma (bem pequena – mas bem pequena mesmo) elite vivia as custas de fazer jantares e promover eventos para artístas do própio meio – salvo casos raríssimos de apadrinhamentos artítiscos, contudo também com interesses particulares, sem dúvida nenhuma, pois de colecionadores, muitos dessas almas boas e gentis, passaram a ser comerciantes de artes, isso na linda e bela dácada de 50. É importante também lembrar que foi exatamente a partir de finais da década de 1950 e inicio dos anos 60 que grupos teatrais, literatos e tantos outros questionaram o que era entendido como arte e cultura naquele momento – um modelo que ainda trazia os traços da colonizadora Missão Francesa do século XIX.
    Devido a esses resquícios, esse tipo de pensamento ainda perdura por aí. Essa desqualificação da cultura POPULAR nacional é a mesma daqueles pensamentos que entendem o trabalho de diversos grupos teatrais na década de 1970 como “não preocupados em manter um padrão estético elevado”. O que é um absurdo, pois é o ESTETICISMO FRANCÊS que tem essa preocupação! Aliás, esse tipo de cobrança por uma “CULTURA COMTEMPORÂNEA” EM DETRIMENTO as MANIFESTAÇÕES POPULARES é esteticista e burguesa. No mínimo ela dá início a uma desclassificação de quem não se pauta pelos rigores do ESTETICISMO.
    Quem dera se excistissem os tais “políticos de mentalidade regional ou provinciana” que cismassem em REALMENTE PROMOVER a CULTURA POPULAR BRASILEIRA à ALTURA de suas manifestações.
    A Cultura Comtemporânea está aí. São os mesmos sempre, os mesmos privilegiados pelos mecanismos de fomento do MinC.

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 23 de janeiro de 2009 @ 9:32 Reply

    Em função da polêmica gerada em torno da demissão do maestro da OSESP, John Neschling, que precisa ser bastante discutida pelo seu perigoso caráter político/eleitoral, procurei ler algumas matérias sobre o assunto na internet e acabei me deparando com a página da orquestra.
    sss://www.osesp.art.br/podcast/

    Duas coisas me deixaram profundamente encantado, além, lógico, do magnífico som da orquestra: uma foi a peça do Padre José Maurício Nunes Garcia, “Judas, Mercator, Pessimus”.

    A outra é Chiclete com Banana (trecho), de Almira Castilho e Gordurinha. Com Mônica Salmaso, Mantiqueira e a OSESP.

    O que encanta na obra do Padre José Maurício é a nítida vertente africana em sua obra de caráter exclusivamente europeu, logo no início do século XIX, mostrando nitidamente a força da memória afetiva. Ele, um mulato, com certeza não percebia toda essa força ancestral que brotava em sua música, uma coisa comovente que nos lembra aqueles povos africanos cantando nas ruas. Se ouvirmos distantes das calassifições técnicas e nos colocarmos a serviço do sentimento humano, não ouviremos o período, mas sim a música com o mais puro teor artístico, que comove e encanta.

    Um compositor brasileiro nascido no século XVIII chega até hoje, com a sua fantástica obra, com uma contemporaneidade impressionante. Num segundo plano, a alegria de ver os vários mundos, técnicos, empíricos, em épocas distintas de timbres e acentuações formularem um espetáculo de som que nos remete ao céu.

    O que digo é que, a arte, a cultura não estão a serviço das classificações regionais, nem rurais, nem urbanas. A arte é muito grande para a tipificação que os oráculos insistem em fazer, logicamente, no campo social, puxando sempre a sardinha para sua brasa.

    Dou total razão a Cleiton. Quem dera que o regionalismo do coronel valorizasse as titicas de suas botas, pois até aquele cheiro tem força cultural extraordinária, sem dizer que é um adubo da própria terra que o enriquece.

    O que me parece complexo nessa questão, é a arte como purificadora de almas, como insistem alguns em colocá-la na forma educacional e compartimentá-la em períodos e estéticas, simplesmente para construir classificações sociais e não uma análise mais complexa sobre a dinâmica social como um todo que abrange alguns períodos. Com isso, exclui-se da análise a parte fundamental, que é a própria natureza do homem que se move por sua cultura, aí sim, gera um processo, impulsionado por suas escolhas, de uma forma de economia. E essa matéria é um fator complicado para a compreensão dos amantes do dirigismo. Eles crêem absurdamente que, impondo guela abaixo uma determinada estética ou técnica que julgam ser o must da transformação do ser humano, cria mum paredão de constrangimento que, num primeiro momento, causa um verdadeiro estrago na dinâmica criativa e, consequentemente, na dinâmica econômica, porque o inibe o homem da participação de um processo natural de evolução através do seu próprio pensamento que, com certeza, na percepção de seus limites, busca naturalmente as ferramentas para um suporte que lhe permita alçar os vôos necessários para a transposição de barreiras.

    Portanto, se há uma mácula que deveríamos contemplar, é a da absoluta liberdade de expressão, ampla, geral e irrestrita e nos jogarmos sempre ao ambiente comum que, por natureza, já é extremamente plural, o que propõe, em consequência, novas formas de saberes na cadência da mesma sociedade. As classificações só servem separar, punir, prejudicar o conjunto da sociedade.

    A miséria, além do flagelo, é, não por obra do custo assistencial, um alto preço pela separação do homem desse ambiente econômico que é, num primeiro plano, tirá-lo da produção e, num segundo, o mais desastroso, afastá-lo do ambiente de contribuição para novas formas e fórmulas de receitas, a partir de suas lógicas ao bem comum.

    Se compreendermos a economia da cultura através do próprio homem, ela, por força de sua natureza, trará sempre um sentido virtuoso para as ações que contemplem de fato a sociedade. O Brasil precisa de todas as mãos, aí sim, teremos uma economia literalmente cultural.

  • evany fanzeres, 23 de janeiro de 2009 @ 15:11 Reply

    —-“O que digo é que, a arte, a cultura não estão a serviço das classificações regionais, nem rurais, nem urbanas. A arte é muito grande para a tipificação que os oráculos insistem em fazer, logicamente, no campo social, ..”—
    É verdade. E esta arte é uma ciência, pois desenvolve-se através da reflexão, da observção, e sobretudo do estudo e vivência num meio ambiente visual estimulante, ou motivado, ao qual deve-se estar habilitado a absorver, elaborar para a função à qual se destina, ou seja, a função social.. . E ainda precisa-se estudar para poder lidar e experimentar materiais diversos, para expressar conceitos, ou pensamenmtos, sensações, sentimentos.. Por isso, fora os países desenvolvidos, tambem em muitas cidades do mundo, Lodz, Porto, Dakar, Dubai, Peking, Bogotá, Buenos Aires, possuem importantes escolas de artres, nas quais os alunos possuem mestres, meio ambiente e meios técnicos, inclusive digitais para apreender e dominar a busca rumo a sua própria expressão. Pois não se conquista o ceu de assalto…
    Arte é coisa muito séria..
    E Arte Popular é tambem coisa muito séria e que precisa de ser resguardada. Mas é OUTRA (outra) coisa. É manifestação genuina, espontanea, que não depende de estudo, e é saída da alma do povo, gente habilidosa oriunda principalmente das áreas rurais. Por isso a arte popular SEMPRE existiu, e não tem modismos, nem “estilos” decorrentes de época. A arte popular é eterna. E é universal., mas sempre ligada à cultura própria das áreas rurais. O cantar de “desafio” tanto tem no nordeste como no norte de Portugal e na Bratanha. Os bonecos do mestre Vitalino são quase idênticos aos numerosos que podem ser vistos numa feira de artesanato popular em Lisboa. Ex-votos existem no sul da Italia, na França, na Grecia e na Rumania., etc.
    Dentro de certo senso comum, a Cultura Popular no centro urbano do Rio teve perdida a sua qualidade espontãnea, sua pureza de expressão. É que. num contexto de pobreza do migrante rural, a arte popular tfoi transformada em matéria de oportunistas.. A grande construção de São Cristóvam, local para exposições internacionais de Tecnologia, indústria e Comécio, foi transformado. num gigantesco e interessante centro de produtos e artesanato, tido como “arte popular”..
    Este é um pequeno exemplo de que no Brasil jamais houve repressão ou desprezo pela cultura popular, e até pelo contrario. Dentre outros intelectuais, Cãmara Cascudo realizou importante obra sobre a espontãnea cultura do povo, suas tradições e raizes.
    E o Brasil precisa muito de intelectuais e bons professores, que não sejam consideradpos bichos papões. ou “arrogantes”. IEsse tipo de atitude beira o infantilismo. Brasileiros precisam respeitar mais sua própria cultura, seus expoentes, seus cientistas, seus doutores. Isto porque a hierarquia do saber existe, e bobo fascistoide é quem não entende isso.
    Paulo Freire

  • Margarida, 23 de janeiro de 2009 @ 18:09 Reply

    Estamos a fugir do assunto. Este senhor de cima escreve bem, mas a questao e diversa.
    En resumen, o Governo, atraves do Minc, quer criar uma cultura de estado. Isso e muito perigoso. Em muitos paeses existem instituçoes mantidas por pessoas muito ricas, ou empresas que patrocinam arte e cultura, bolsas de estudo. Isto e uma tradiçao antiga e um exemplo a rica familia Medici de Florenza. Com seu mecenato generoso, a familia Medici modelou a Italia ate hoje. Mas nao vamos esnobar os Medicis porue eles gostavam de vestir belas roupas, ou chamar eles los de granfinos arrogantes.. Porque a raiva contra a gente rica? Temos que ser mais democratass. Como aqui no Brasil no passado havia clubs privados de pessoas professores intelectuais e gente de recursos que protegiam as artes em geral, tambem nos Estados Unidos tem muito isso. O grande cantor Nat King Cole, tornado muito rico, foi um benemerito fnanciador de artes e tambem filantropo. As pessoas trabalham, lutam por geraçoes e ficam ricas, e busca multiplicar suas riquezas, e entao depois criam fondaçao para bolsas, mecenatos…Como nos Estados Unidos.
    Os italianos pobres que vieram para o Brasil trabalharam e jogaram muito suor sobre a terra. Alguns poucos, com esforço se adaptaram na vida da cidade grande e trabalharam muito e enriqueceram em duas generaçoes, o que e um milagre. Apesar da origem ancestral humilde campesina, esta gente sabia alguma coisas.
    Mas o caso no Brasil eh que o MinC quer substitui a antiga iniciativa privata, destruida pela ditadura e afluxo de incompetentes, – e criar mecanismos de apoio para cultura. O risco eh o dirigismo cultural, o populismo em açao, operado pelo governo, portanto uma especie de policiamento sobre a cultura das camadas que o proprio governo chama de elites..
    O objetivo eh a ECONOMIA DA CULTURA e a geraçao de RENDA E EMPREGO, alem do controle, claro. Ai a savana vai virar caatinga.ou deserto, de vez….
    Ao ver a demoliçao de bela casa perguntei a um porteiro a razao da destruiçao e ele respondeu – isso ai vai dar trabalho pros meu conterranio, vai gerar RENDA E EMPREGO.
    A tal economia da cultura tem significado similar, e tem partido dos governos, e agora, mais que nunca, parte desse pessoal do atual governo…
    Guida

  • Júnia, 23 de janeiro de 2009 @ 18:41 Reply

    Realmente a situação está difícil. Acabamos de abrir uma empresa, produtora cultural e de 4,5% os impostos passaram para mais de 17%. Precisamos nos mobilizar para rever essa lei! Estamos vendo essa questão na Rede Brasileira de Teatro de Rua para ver quais encaminhamentos tomar.
    Júnia Bessa
    Teatro Terceira Margem

  • Cris, 24 de janeiro de 2009 @ 12:12 Reply

    Sou uma humilde artista de teatro do interior de um estado desse País, do qual me orgulho por muitos motivos e me entristeço por outros tantos. Não tenho conhecimento suficiente aqui para defender uma tese ou concepção sobre a atual politica do Minc ou de qualquer órgão que seja, restrinjo-me aos comentários pessoais que fazemos em rodas de amigos. Mas minha experiencia dentro da minha realidade como artista de teatro do inerior desse país, que proporcinalmente não é muito diferente da dos grandes centros, me deixa convicta da “falha” que é, como um todo, a Lei Rouanet e suas “crias”. Tive a pouco tempo um projeto aprovado na Lei Municipal de Incentivo (hum…) à cultura, que a exemplo da Lei Rouanet funciona como mecenato e o “incentivo” é deduzido dos impostos q a empresa paga ao município. Ao começar a peregrinação um empresário nos chamou pra conversar e se achou no direito de fazer a seguinte proposta: “Como vocês podem retirar 305 do imposto, vamos um negocio bom pra e pra vocês (?!), vcs ficam com 20% por cento do montante pago e nós com 10%, eu lhe ajudo, você me ajuda.” Isso implicaria em um desfalque de 30% no valor total de nosso projeto, porque ele não queria 10% do nosso projeto ele queria 10% do valor que ele pagaria de imposto. Disse que não seria possivel realizar o projeto dessa forma, nosso orçamento já estava bem apertado inclusive. Sinceramente, tenho certeza que o que menos preocupava ele era a execução do projeto. O projeto é sócio-cultural e beneficiará ( se Deus quiser!) famílias de comunidades periféricas e comunidades da zona rural com oficinas e apresentação de espetáculos. Por fim ele disse ser tudo isso muito importante, ficou de retornar para dar uma posição e não se interessou mais. Eu não entendo porque a prefeitura dar margem para esse tipo de ação quando ela mesma poderia fazer um fundo com recursos desses mesmos impostos que ela diponibiliza para lei de mecenato, e repassa ela mesma, com a fiscalização Conselho de Cultura (que ainda não temos na cidade, mas se pode criar) essa verba. O empresário alem de visar um “desconto” no imposto, faz propaganda de sua marca, tudo com dinheiro nosso, podendo a prefeitura fazer com que esse dinheiro seja revertido em açoes para a sociedade. Utopias a parte, sabemos dos interesses (ou desinteresses) medíocres de alguns políticos, porém , ainda assim essa postura diante da lei de mecenato não é muito inteligente! Precisamos urgente de fundo de cultura que respeite os interesses da sociedade.

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 25 de janeiro de 2009 @ 18:59 Reply

    Margarida
    Cultura é direito!
    Não se pode mais imaginar a cultura possivel por este viés filantrópico. Por isso, as leis de incentivo são direito adquirido pela sociedade que se financia através de seus impostos.

    O que ocorre é que ela está fora do prumo, e aí, o que deveria ser um mecanismo de equilíbrio, se transforma em aliado da perversão concentradora.

    A sociedade conquistou o direito de financiar sua cultura, o que dignifica a arte e o artista. O problema é que pequenos grupos acham que patrocínio é favor das empresas e não é.

    É mérito, com toda a justiça, dos imigrantes italianos que tanto trabalharam, porém, não pode ser motivo rasteiro para justificar esse quadro de pobreza, principalmente dos negros que estavam aqui trabalhando, debaixo de muita muita dor, sofrimento, indgnidade de toda a ordem durante quase 400 anos de escravidão e ainda continuam à margem da sociedade, mesmo tendo contribuido, de forma decisiva, para todo o desenvolvimento do país.

    Precisamos caminhar mais nos sentido do direito, da legalidade e não do benefício dependente e messiânico do bom rico.

  • Margarida, 26 de janeiro de 2009 @ 11:56 Reply

    Uma naçao melhor, com melhores e mais eficientes leis para direitos basicos do ser humano e o mais importante de todo -proteçao para maternidade, familha e sobretodo boas escolas para confirmar educaçao, instruçao, vida civica. Ai acabam as diferenças de cor de pele, de origem… No passato remoto muitos povos europeus tambem foram escravos dos romanos, e tambem na Africa, uma tribo escravisava outra. Esto quer dizer que nao eh so pessoas de pele tisnada que foram feitas escravos. E finalmente, por outro lado, o dineiro, capitalismo, eh uma cultura ou habito de milhoes de anos, habito esse que os povos tribais ainda poderao obter, porque eh outra forma de vida. E isso embora leve centenas de anos… Ou que se houver uma conscencia maior, um raciocinio pela educaçao e uma geraçao mais entrosada na vida do mundo dominante. Nao tem jeito. Obama esta super para mostrar isso. Dinheiro nada tem a haver com cultos tribais. Obama e tanti outros outros no passado recente deixaram o floclore de lado e partiram para a linguagem da vida corrente, Estudo , trabalho e dignidade. Menos brincadeira, e sensualidade recatada. Para aproveitar melhor as energias. Esqueceram o racismo e ressentimentos inuteles.
    E PRECISA PROTEGER OS RICOS! Os ricos tambem trabalham e tem industrias que geram milhares de empregos, produtos para exportar, e isso porta prosperidade. O salarios adequados, com saude, escolas. Porem, Al contrario, – aqui sao contra os rico, e so querem fazer muitos figlios, non importa no que vai ser . Carnaval e culto de fertilidade…e nao toleram formas culturales, como as artes visuais e plasticas que possam lembrar cosa de rico…. Acontece que arte e portadora de riqueza – mas nao do jeito che o governo imagina e todas essas iniciativas improvisadas como a valorosa artista Chris nos conta, uma picaretaje! Nao dela , mas desses mercadores oportunistas, que stao sempre prontos para alguma trafolhada em cima dos artistas..
    O Brasil e um paes que tem um feedbackj cultural imenso. Mas o brasileiro non sab ver!
    Os politicos corruptos que governan tambem non sabem. So tem olios pra futebol e bunda.
    Sign. Margherita

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 26 de janeiro de 2009 @ 20:07 Reply

    Então, ficamos assim!
    Rezemos todos pela cartilha da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Cruzios, classificada pelo Jornalista Luis Nassif como MULHER MARAVILHA pelo fato de receber um telefonema dela por uma matéria crítica a sua gestão. Yeda, então, disse a Nassif:
    QUE CULPA EU TENHO DE SER ALTA , BONITA E INTELIGENTE?
    E Nassif responde: Nenhuma, governadora, nenhuma. A culpa é toda nossa.

  • evany fanzeres, 28 de janeiro de 2009 @ 3:54 Reply

    Com estas alternativas como opções para uma “política cultural”, percebe-se a desorientação, porque só recentemente houve alguma percepção de que o país caminha para o brejo, por causa de populismo
    e total falta de informação.. Aliás já estamos no brejo…. Toda construção anterior foi desmontada: Isso começou em 1964, recrudesceu em 1968, realizou-se na década de oitenta, teve a seguir o plano Collor como golpe de misericórdia, e agora no governo Lula estamos colhendo o que nao plantamos, ou a desertificação do que anteriormente foi um conjunto de
    fatores que davam ao país um nivel e uma representatividade no mundo contemporaneo, representatividade esta que nada tem a haver com folclore..
    Nesmo que apenas apoiada em entidades privadas, fundações e mecenatos não comerciais, e principalmente – como DEVE ser – sem nenhuma política cultural de governo, as artes visuais e plásticas, e a chamada produção representativa, bem como a emissão de selos e moedas e representações diplomáticas e museus constituem-se em questões de Estado, do Departamento de Estado. Porem o Ministerio de Cultura deste governo não tem noção nenhuma, problema de uma geração, e sequer distingue circuitos e até se ligou numa feira comercial, a ARCO, formada em circuito puramente comercial., de galeristas. Um imenso erro. É preciso prestar atenção e compreender que grandes artistas brasileiros, como o Amilcar de Castro, Lygia Clark, Cildo Meirelles, Helio Oiticica, ou estrangeiros como Henry Moore, nunca pertenceram ao circuito comercial, nacional ou internacional, mas sim ao circuito cultural. e com suas propostas expostas na Tate, em museu em Lodz, em museu em Lisboa ou Houston. Estes artistas nunca foram “ricos” ou “da elite burguesa” -, como pensam os ignorantes invejosos. Nem consumistas. Até pelo contrário, sempre lutaram muito. E nem descobriram a pólvora “pra fazer sucesso no exterior” . Nada disso.. Apenas estudaram muito e trabalharam as próprias ideias com imensa dedicação e seriedade..

    E..

  • Laercio, 28 de janeiro de 2009 @ 17:47 Reply

    Prezados,

    tenho a impressão que a política cultural brasileira é uma grande enrolação, programas e mais programas, palestras e mais palestras, mas na hora da prática e ações que incentivem principalmente o produtor cultural, que com certeza , caso não fosse a teimosia e o amor de muitos, já tinham largado tudo, aumentam o imposto!!! Isso é uma bandidagem sem vergonha, e não vejo nehum jornal de vinculação de massa retratar isso , aliás nem os produtores sabem disso. Façamos um teste e pergunte para um colega da área , que se intitula produtor cultural.

    Da mesma forma que não vejo nem sequer um sinal de segurança para os trabalhadores da área, nem uma ordem ou sindicato atuante, …, afinal , como ??, se as produtoras não tem verba nem para elas e ainda vão assinar carteira e outras cositas mais??

    É uma tremenda cara de pau!!!!

  • Margarida, 28 de janeiro de 2009 @ 18:05 Reply

    Penso que a posiçao da alternativa N. 3 seja a mais adecuada, mais real..
    Se a cultura nao pode, nao deve ser patrocinata por governo, entao a sociedade civil produz artes/cultura, sua cultura, porque eh o seu direito e seu poder – produzir ou patrocinar seu teatro, cinema, artes visuaes, danza, arquitectura, poesia, sua expressao.
    Mas a sociedade que sempre comprendeu iso eh tornada muito pobre no Brasil, ou imposibilitata de apoiar iniciativas de artistas. Foi empobrecida, por varias razao, mas tambem por imposto maior que na Holanda e Canada que atingiu industrias. Mas Tem uma gente nova rica e burra, molto consumista, em muita quantidade, mas sem formaçao, sem cultura. A situaçao eh grave por estes os cambios sociais convulsas de um paes em formaçao. A ditatura de militar començou esta fracasso do Brasil, pela falta de visao para futuro. Penso que agora a sociedade informada precisa fare un esforzo muito grande para començar de novo a estimular os artistas. Nunca se sofreu tanto neste paes.
    Guida
    qiue smpre aumenta com o tempo

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 29 de janeiro de 2009 @ 9:39 Reply

    Evany Fanzeres
    Discordo de você, mais uma vez. É comum no Brasil as pessoas se encapsularem em períodos que viveram, pior, imaginam que viveram. As correções são muitas. A dinâmica do nosso cotidiano nos apresenta isso de maneira factual e não há como fugir, pois mesmo com a idéia de um principado, nos relacionamos com a sociedade. Somos parte desse corpo. A questão é que as classificações buscam uma apressada idéia de sociedade e, com ela, um perigoso frisson na busca por luz, não para enxergarmos, mas para sermos enxergados. Isso causa pequenas rupturas em múltiplos ambientes, e vai contaminando o ambiente, já impregnado, de problemas de origem.

    A ditadura militar não foi um ato isolado, ela foi nutrida no meio desse pensamento dos diferenciados, dos acima da média, dos que defendem a universalização de olho no cartório para tomar conta do seu lote, (direito de propriedade), no linguajar chique, porém, tira o direito de quem quer tão somente erguer uma meia-água,.

    Tem duas coisas no pensamento, digamos, rico no Brasil: a busca incessante pelo lucro com mão-de-obra alheia que, na pressa de afortunar-se, o seu individualismo procura fórmulas que combata a demora e a preguiça do andar debaixo. E tome classificações!

    Folclorizar o folclore é, na realidade, a auto folclorização rumo aos balangandãs e alegorias sociais, bons assuntos em torno das generalidades para ambientes fechados. Nesse ambiente, os poucos mandatários que se julgam social e culturamente acima da média, gostam dessa idéia de taxar de populista o governo Lula, principalmente pelo investimento em questões sociais. O curioso é que é uma classe que passou a vida inteira dando mesadas a seus filhos, acham absurdo que Lula dê feijão com arroz para miseráveis, degradados, indigentes de um país de gente que se julga amigo dos grandes saberes.

    A grande questão Evany, é que o salmão que está na mesa como moeda simbólica de certa sociedade, só é possível estar nesse ambiente de fetiche porque um pescador, desses que não podem dar uma vida digna a seus filhos, trouxe de forma braçal, o símbolo de prosperidade e de elegância que está na mesa. Continuamos com a idéia de que somos todos humanos, mas alguns se julgam mais que os outros e, portanto, merecem a proximidade com o céu. Temos uma fatura altíssima a ser quitada. Está gritante em nossas retinas que estamos diante de uma sociedade fora do prumo, feita por mãos bêbadas na embriaguez dos porres dos 12 anos. Não há como fugir disso. Ou buscamos uma auto-crítica com a nossa “elevação culta”, ou ficaremos aqui reeditando os dez mandamentos da moça sinhá prendada pelos bons costumes da subserviência patriarcal, ou saimos da casa grande e entramos num fluxo de naturalidade, deixando lá em cima no solário francês, a apostila da civilização cultural. Ela, além de inútil para a arte que tem pernas próprias, produz desastres e mais desastres com as suas classificações apressadas e baratas. Os paladinos da boa nobreza tem que baixar suas espadas de ouro.

  • evany fanzeres, 29 de janeiro de 2009 @ 23:15 Reply

    O prezado Machado Freitas está realmente preso numa capsula de tempo, ao citar uma “Sinhá”, que como muitas sinhás foi gente que não teve culpa de existir. E ele lembra que existem aqueles que dão mesadas aos filhos…Lateralmente ao ressentimento pela injustiça social, revela elementos de consumo, como caviar, salmão, espada de ouro, …
    O Brasil é um país fascinante porque possui elementos da maior atualidade tanto na área artística como na área científica. E contrastando
    com esta modernidade temos um conservadorismo teimoso e muito negativo, que nao evolui….
    Porem ha um outro lado, positivo. Na área cultural são as tradições orais, perdidas na Europa e ainda resguardadas aqui, como a Procissão do Divino, a Farra do Boi e outros eventos. Essas são produções de imenso valor, e que contrastam com manifestações de vanguarda internacional apresentada por nossos artistas no exterior.. Por um lado as mudanças sociais vem ocorrendo rapidamente, mas a área carente parece imutável, com a pobreza de sempre. Mas a pobreza no Brasil, alem de costumes injustos que existem desde tempos proto-históricos, é muito mais um fator de cultura, a nivel antropológico. Dominar esta pobreza é agir no sentido de mudar/adaptar um modo de vida, uma linguagem, um pensamento diferente. Isso pode levar mais de uma geração. Mas tem que despir o ressentimento , pois não ha caminho de volta..
    Tem que andar para frente. Sabe-se que nos tempos atuais está muito mais difícil ainda, Acho muito bem que o Presidente Lula tenha instituido a Bolsa Familia. Mas será que isso é solução?
    Meu comentario chega ao fim aqui. Não concordo com algumas coisas que escreveram. O assunto é dificil e algumas pessoas parecem iressentidas para questões de cultura, ou sociais, não gostam,
    . As opções propostas pela redação não foram comentadas .
    Expressei uma conclusão relativa ao ítem 3.. Agradeço a atenção.
    E. Fanzeres

  • Roberio Pitanga, 6 de março de 2009 @ 21:14 Reply

    Rapaz… Não voto em ninguém… Todos tem potencial…
    Essa é a maior afronta infamante imposta, que é a complexibilidade que os tempos de hoje nos obriga a aumentar a velocidade de reação e acompanhamento de nossa própria evolução, como humanos, como consumidores, como agentes e como possíveis artistas…
    Como diria a Nadeje, no money, no honey… Mas alguns temos suor e boa vontade!
    O que falta mesmo é uma atitude necessária de justiça! Sem essa retórica toda! Ação!!!
    De salários dignos em qualquer esfera, de uma programação de qualidade, de limpeza industrial, de eliminação de corantes, adoçantes e sabor artificial… Enfim, a cultura paga o pato, por estar a frente em nossos experimentos e não ser reconhecida por quase todo mundo.
    No dia que você for pedir uns míseros reais de apoio para um micro empresário para ajudar a um evento importante, favorecido graças à facilidade digital e de comunicação e de relativo baixo custo, como uma mostra de cinema em um povoado do Brasil, e receber um “Não posso ajudar!” e perceber que esta atitude se estende por toda a esfera do mundo empresarial, aonde os políticos são empresários, muitos deles ao menos, perceberá que o problema é de formação social mesmo!
    Não estamos acustumados a pdeir uma contra-proposta, uma ação de equilbrio e uma divisão mais equitativa dos bens gerados por todos!
    O debate é importante! É o caminho! Mas este caminho está muito longo, e é utópico em pensar em solucionar este monstro. A dialética perde sentido e a esquizofrenia nos toma conta!
    Creio que sempre foi assim! Mas agora é flamante o período, graças aos bits e bytes..
    Solução!? Buscar os resultados com menos palavras, e mais entendimentos!
    A 3 me parece mais aceitável, apesar que dependendo do ponto de vista todas tem certa realeza… Pois existe de tudo. Se existe a dúvida se um Deus existe, tenho a certeza que os demônios estão soltos…

  • Júnia Bessa, 16 de abril de 2009 @ 17:36 Reply

    Olá a todos,
    Mais uma conquista de todos nós!
    Recebemos comunicado sobre nosso pedido de revisão da Lei Complementar 128 assinado por articuladores da Rede Brasielira de Teatro de Rua e colaboradores de todo país e encaminahdo a Funarte. Por enquanto é um Projeto de Lei, vamos manter nossa mobilização.
    Abraços,
    Júnia Bessa
    Teatro Terceira Margem BH/MG
    ———–
    “O presente projeto de lei complementar visa a estabelecer que
    as empresas de produção cultural e artística sejam tributadas com base no Anexo III,na redação dada pela Lei Complementar n° 128, de 20 08, que tem carga tributária a partir de 6%, de forma a estabelecer carga tributária equivalente à suportada por elas na redação original da Lei Complementar n° 123 , de 2006.Outro ponto importante da proposição é a que possibilita o enquadramento no Simples Nacional também das atividades de apresentações artísticas e culturais, de forma a ampliar o benefício a todos os grupos de artes cênicas do Brasil.”

    Projeto de Lei Complementar n.º 462, de 2009, que altera a Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006, que trata do reenquadramento da produção artística e cultural e apresentações artísticas e culturais, no § 5º-B, do art. 18.


    obs: Minha última mensagem não foi publicada neste site. Favor entrar em contato se houver algum problema: juniabessa@hotmail.com

  • Andréia Kich Dessian, 21 de outubro de 2009 @ 13:11 Reply

    Olá a todos, venho bem modestamente manifestar-me sobre as questões levantadas neste debate de titãs… Machado, parabéns pelo entendimento claro daquilo que vc defende, é evidente que não podemos deter-nos à criticar as classes populares e logo após defender as manifestações populares de cultura. Além disso, o brasileiro precisa abrir os olhos para o presente e para projetos futuros de muita gente bem antenada no que quer, nada é a toa na política!!! E são passados os tempos de culpar tão somente a ditadura militar por todos os problemas brasileiros, lembrem-se, que na história da humanidade todas as grandes soluções surgiram a partir de problemas.
    Abraços

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