Em plena crise financeira, enquanto o governo federal entra em campo para socorrer o consumo, a indústria e os bancos, o setor cultural é, mais uma vez, jogado aos leões.
Fortalecer uma “indústria cultural propriamente brasileira” era uma das metas de Gilberto Gil frente ao Ministério da Cultura. Nem bem deixou o cargo e o seu sucessor tomou frente a uma jornada contra a Lei Rouanet, o único instrumento efetivo de financiamento ao setor, ainda que cheio de problemas (a maioria deles produzidos pelo próprio MinC, diga-se). Como se não bastasse o ardil, penaliza o setor com a reclassificação do Simples, aumentando quase três vezes os impostos de empresas culturais.
Por que o setor cultural sofre abalos dessa natureza?
1. A negligência do governo federal com um dos setores produtivos que mais emprega e reúne melhores condições para enfretar crises de qualquer natureza apenas denuncia a falta de um Projeto Brasil mais amplo, democrático e menos dependente da indústria financeira internacional.
2. O Ministério da Cultura não é capaz de enxergar a importância estratégica do setor, por isso trata a produção cultural como inimiga da cultura.
3. A impotência da sociedade civil diante de um governo-ONG é tamanha, que não consegue mais mobilizar artistas e produtores para causa alguma, nem mesmo quando mexe diretamente com o seu bolso.
4. O setor cultural está tão bem abastecido que pode aumentar sua contribuição para que o governo tenha mais condições de socorrer outros setores estratégicos.
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