Numa cerimônia em que o tema da crise econômica mundial pairou no ar, foram apresentadas ontem pela manhã as novas diretrizes do Programa Petrobras Cultural (PPC), maior edital de patrocínio de uma empresa a projetos culturais do país. As inscrições para o programa estão abertas a partir de hoje para as áreas de produção e difusão em audiovisual, artes cênicas, música, literatura e cultura digital, com um orçamento de R$ 42,3 milhões. No evento, a Petrobras anunciou, ainda, uma verba suplementar de pelo menos R$ 40 milhões, que serão destinadas a um pacote de projetos selecionados pelo Ministério da Cultura (MinC).
A partir de agora, o PPC será dividido em dois editais, um aberto em outubro (produção e difusão) e outro em maio (patrimônio e formação). A maior mudança para esta edição é um acordo firmado entre a Petrobras e o MinC que cria uma nova etapa do processo de análise e seleção, em que os projetos finalistas serão avaliados para aprovação na Lei Rouanet, antes de serem anunciados os vencedores. A única exceção será no caso dos projetos de longa-metragem, para os quais o PPC vai exigir a aprovação na Lei do Audiovisual no momento da inscrição.
Outras novidades são os apoios específicos para festivais de música (R$ 2 milhões) e para projetos de cultura digital (R$ 2 milhões). A maior parcela desta fase do PPC ainda ficará com propostas de audiovisual (R$ 26,6 milhões), com a produção de longas-metragens em 35mm (R$ 13 milhões) à frente. Já os projetos de artes cênicas terão R$ 7,3 milhões; os de música, R$ 5,6 milhões; e os de literatura, R$ 810 mil.
Apresentada pela atriz Marieta Severo, a cerimônia de anúncio do PPC foi realizada no Museu de Arte Moderna, no Rio, e contou com as presenças do ministro da Cultura, Juca Ferreira, do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabriel li, e do gerente executivo de Comunicação Institucional da empresa, Wilson Santa Rosa. Gabrielli fez questão de ressaltar que o apoio ao PPC não pode ser afetado pela conjuntura econômica. Já Ferreira admitiu que a crise pode gerar cortes na cultura.
— É possível que, em algum momento, o estado brasileiro tenha que reduzir os gastos, e isso pode chegar à área cultural. Talvez tenhamos que nos adequar a essas condições de turbulência. Mas o presidente Lula já disse que quer poupar a área social, o que inclui a cultura. Então, acredito que seremos pouco afetados — disse Ferreira.
Coube, então, a Santa Rosa anunciar o investimento extra que a Petrobras fará em cultura, também citando a crise econômica mundial. — Muito embora a banca do cassino financeiro mundial tenha quebrado, o resultado da Petrobras é muito bom. Então vamos apoiar um novo pacote do MinC, com cerca de R$ 40 milhões, podendo ser mais, dependendo do resultado da empresa até o fim do ano — disse. Segundo Ferreira, o destino dessa verba será avaliado pelo MinC e deve ser anunciado em até três semanas.
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