Acabo de chegar de Brasília, onde fui participar, ontem à noite, do programa Expressão Nacional, da TV Câmara, junto com Henilton Menezes, secretário de fomento do Ministério da Cultura e Jandira Feghali, deputada federal e presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura, lançada hoje pela manhã no Congresso. Logo em seguida, acompanhamos a primeira reunião de Ana de Hollanda junto à Comissão de Educação, Cultura e Esportes do Senado Federal.

Dentre as várias prioridades levantadas nesses três momentos, estão o PEC 150, que garante orçamentos menos humilhantes ao MinC; o Vale Cultura, que incentiva o consumo cultural e, acima de tudo; o Procultura, que atualiza a Lei Rouanet. É claro que a polêmica sobre os direitos autorais invadiu as outras pautas.

A avaliação de todos, no MinC, no Congresso e também aos representantes do setor cultural presentes, é de que o substitutivo apresentado por Alice Portugal, relatora do Procultura, está pronto para sofrer os últimos ajuestes e finalmente ser votado no Congresso. A fala da Ministra na comissão deixou clara sua posição de dar apoio, prioridade e urgência à aprovação do Procultura.

Passei os últimos três meses entendendo e dialogando os diversos aspectos do Procultura e minha avaliação é de que ele tem muito poucos ajustes a serem feitos e representa os anseios da sociedade, que muito debateu, ofendeu, brigou e negociou cada detalhe do projeto de lei.

Jandira Fegahli, antiga batalhadora das causas culturais e experiente gestora pública, está confiante no bom encaminhamento do projeto, sobretudo agora que representa a principal força da cultura no Congresso Nacional.

No decorrer do processo de votação do Procultura, vou discutir alguns pontos que considero imprecisos no texto da Lei, que está bem avançada e traz uma redação mais clara sobre os principais pontos de consenso de mudança, já consolidados ainda à época da eleição do primeiro mandato de Lula.

Procultura já!


Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

4Comentários

  • Janaína, 6 de abril de 2011 @ 23:55 Reply

    Leo, eu gostaria de entender um pouco mais sobre as mudanças propostas. Ou seja, qual é o texto final que está sendo proposto? Onde posso conseguir essas informações?
    obrigada

  • Sara Pavan, 7 de abril de 2011 @ 9:08 Reply

    Leonardo, assisti ao programa Expressão Nacional. O debate foi cortado várias vezes quando era percebido um aprofundamento nos assuntos, e as pessoas que estavam ali debatendo, nem os espectadores, mereciam uma apresentadora como aquela. Ficar comentando sobre o sotaque do Menezes não muda nada, nem informa nada sobre a nossa política cultural, foi uma pena isso, mas as pessoas que estavam ali, sempre elevavam o debate. Também acredito que as mudanças já propostas por fóruns e encontros são importantíssimas para o começo de um melhor divisão de recursos, e a discussão para melhorá-la nunca pode parar, a maioria das pessoas dizem que a cultura nunca se estruturará diante das mudanças da lei. Penso ao contrário, a cultura não é fixa, e sua “definição imutável” matará uma parte dela!

  • angela heiffig, 9 de abril de 2011 @ 22:31 Reply

    oi Leonardo assisti sua participação neste programa. Falar sobre a lei, colocar o assunto em discussão, só vai mostrar que não há estagnaçao. Vc foi ótimo em tudo que falou. Todos o temas ali discutidos foram importantes. Pena que não há mais e mais programas com pessoas da área e que estejam capacitadas para falar.
    Olha, o que acho que deveria existir um artigo na lei que desse uma carencia maior que 1 ano pra execução( falo do tempo entre ser aprovado e conseguir a empresa que terá a renuncia fiscal) O prazo é muitooo pequeno. Gostaria de saber sua opinião a respeito. Grata
    angela heiffig

  • Alexandre Reis, 11 de abril de 2011 @ 0:51 Reply

    Olá Leonardo,

    Estarei aguardando por suas observações no que se refere ao PROCULTURA, esta matéria muito me interessa e desde longa data. Quando você mencionou que fará uma abordagem nos pontos que considera imprecisos no texto da Lei, concordo contigo,. Será mesmo bom termos condições de unificar todas as nossas observações para sua melhoria plena.

    Abraços,
    Alexandre.

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