Na última terça-feira, dia 29 de setembro, foi realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília, o seminário A Universalização do Acesso à Informação pelo uso das Telecomunicações que discutiu entre outros temas, a democratização da banda larga.
O secretário de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), Rogério Santanna analisou: “Os serviços de banda larga prestados no Brasil são caros, de baixa velocidade e concentrados nas regiões com altas renda e densidade populacional”, por isso defendeu a implantação de uma intranet do Governo Federal para qualificar a prestação de serviços públicos por meios eletrônicos e ampliar a inclusão digital no país.
Segundo informações divulgadas no seminário,a maioria dos serviços de internet é prestada por três empresas que detém 86% do mercado brasileiro e estão voltadas para o atendimento das classes A e B, além de que as velocidades de banda disponibilizadas são, em 90% dos casos, inferiores a 1 megabite. “Dois megabites é um piso mínimo quando falamos em banda larga hoje”, acrescentou Santanna.
O preço elevado e a falta de disponibilidade foram as principais razões apontadas para ausência de internet com mais velocidade na residência pelas pessoas entrevistadas pela TIC Domicílios 2008. O levantamento é realizado anualmente pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, confira mais informações no site (s://www.cgi.br/).
Segundo dados do IBGE, hoje, somente 23,8% dos brasileiros tem acesso à internet em seus domicílios. O projeto, que está sendo elaborado, visa levar a banda larga a todos os prédios públicos e regiões do país que hoje não dispõe destes serviços.
As criticas feitas por Rogério Santanna, à postura das grandes teles na última terça-feira, 29, criticando a falta de disposição em firmar acordos com o governo, voltou a ser assunto nesta quinta-feira, 1º de outubro, durante o I Fórum Nacional de Cidades Digitais. Desta vez foi o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa, quem ponderou sobre a falta de parceria das concessionárias. Mas Barbosa aproveitou a ocasião para esclarecer que as portas do Plano Nacional de Banda Larga não estão fechadas para as concessionárias.
Um sinal importante que permeia o discurso do assessor da Casa Civil é a expectativa do governo de que as concessionárias mudem de postura com relação às propostas de políticas públicas para telecomunicações. A lógica que começa a se desenhar sobre o Plano Nacional de Banda Larga – que já começa a ser chamado de Brasil Digital por membros do governo – é que ele também funciona como uma clara ameaça do governo à postura até agora adotada pelas concessionárias: se elas quiserem colaborar com o projeto, serão bem vindas, mas se continuarem colocando impedimentos, o governo investirá na via alternativa como forma de expandir os serviços nas áreas onde as grandes teles não chegam.
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