No dia 3 de outubro, um dia depois do anúncio oficial do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016, candidatura apresentada com o vídeo dirigido por Fernando Meirelles, aconteceu em Londres o Transnational Brazilian Cinema Symposium, um encontro de pesquisadores, cineastas e executivos ligados à área cinematográfica para discutir possibilidades de coprodução entre o Brasil e o Reino Unido. Leia o que foi dito e os argumentos para tal.
Alessandra Meleiro, do Centro de Análise do Cinema e do Audiovisual (Cebrap/CENA) falou das coproduções internacionais no cinema brasileiro que vem crescendo muito nos últimos 10 anos. Dos 80 filmes produzidos no Brasil, em 2007, onze foram realizados em parceria com outros países. Alessandra também ressaltou os benefícios de uma coprodução, que viabiliza o acesso a incentivos e subsídios de governos estrangeiros, bem como o acesso do público a essas produções multilaterais.
Já Elisa Alvares, diretora executiva do Future Films, afirmou que apesar da barreira da língua portuguesa, menos falada que o espanhol, “ainda assim é vantajoso para produtores estrangeiros participarem de coproduções brasileiras, porque podem usufruir do tax-shelter”. Elisa lamentou o desconhecimento que muitos investidores internacionais tem sobre o país quanto aos benefícios que ele oferece a quem quer usufruir das leis de incentivo cultural para produzir cinema.
O diretor Henrique Goldman, que filmou vida do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto pela polícia britânica ao ser confundido com um terrorista, também esteve presente e falou como foi lidar com regras diferentes para aplicar o dinheiro:
“Foi um pesadelo total, a começar pelos investidores britânicos, que tratam o projeto como investimento, bem diferente do Brasil, onde o dinheiro para a produção vem das leis do audiovisual e do incentivo. O dinheiro brasileiro só pode ser gasto no Brasil e o britânico, somente no Reino Unido”.
A solução, segundo ele, seria fazer com que os recursos circulassem com maior liberdade entre os países envolvidos no projeto. Apesar de ter que se desdobrar para escrever o roteiro, cuidar da produção e da direção, Goldman disse que gostou da experiência de dirigir o filme Jean Charles.
Diretora do Discovering Latin American Festival, Libia Villazana falou sobre sua experiência na direção do festival que está na 5ª edição, conta com a participação de 72 voluntários na sua elaboração e cujos lucros são destinados para projetos de caridade em países latino-americanos. Libia também lembrou que, entre os meses de setembro a dezembro, em Londres, haverá cinco festivais de filmes latino-americanos.
Fonte: Leila Meri, linguista, correspondente para o CENA
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