Para alguns executivos presentes na conferência Digital Music Forum East, semana passada em Nova York, os serviços gratuitos de streaming estão substituindo a pirataria como o principal culpado pela redução na receita da indústria fonográfica mundial.

“De fato, as pessoas estão ouvindo muito mais música, mas eles estão pagando menos por isso também”, disse o presidente da empresa de análises NPD Group, Russ Crupnick. Segundo ele, apesar do aumento do consumo de música – em 2009, o consumidor médio ouvia 18,5 horas por semana; em 2010, 19,7 horas -, em 2010, apenas 50% dos consumidores compraram canções – seja pela aquisição de um CD completo ou por faixas avulsas via download – valor abaixo dos 70% de 2006.

“Perdemos 20 milhões de compradores em apenas cinco anos”, declarou Crupnick, acrescentando que as vendas perdidas, até agora, não foram substituídas outras formas de receita, como shows ou venda de outros produtos.

E não faltaram culpados para a queda nas vendas. O principal sempre foi a pirataria online, por meio do compartilhamento de dados com o uso de softwares como o BitTorrent. Neste ano, no entanto, a grande preocupação foi a crescente influência de serviços gratuitos de streaming, como o Rhapsody, MySpace, YouTube e até mesmo Spotify. “Os ouvintes usam o YouTube como um serviço de streaming, escolhendo as músicas que querem ouvir e minimizando a janela do navegador”, observou o CEO e fundador da BigChampagne, Eric Garland.

“Nos EUA apenas cerca de 2 milhões de usuários pagam por serviços de streaming de música”, disse Ted Cohen, da empresa de consultoria Tag Estratégico.

“Ao longo dos últimos anos, apenas 5% dos internautas mundiais pagaram por serviços como esse. Deveríamos exigir mais dos consumidores. Por que estamos sendo tão liberais? Por que não estamos discutindo sobre como pedir mais dinheiro pelo produto?”, afirmou Crupnick.

Atualmente, a Microsoft oferece um serviço de streaming de música para seus usuários do Xbox pelo preço de 14,99 dólares por mês, incluindo 10 faixas gratuitas no formato MP3 por mês. O interesse do cliente, no entanto, “não tem sido aquele que esperávamos”, declarou a diretora de relações músicais da Microsoft, Christina Calio.

*Com informações do site IDG Now


editor

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *