Começa na próxima semana o encontro nacional dos Pontos de Cultura, Teia Brasília 2008. O evento, que será realizado entre os dias 12 e 16 de novembro, em vários espaços culturais da cidade, trará para a capital da República uma grande mostra da imensa diversidade cultural do país, além de reunir integrantes de mais de 800 pontos vinculados ao Programa Cultura Viva, da Secretaria de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura (SPPC/MinC).
A cerimônia oficial de abertura da Teia Brasília 2008 será na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Cláudio Sontoro, na quinta-feira, dia 13, às 19h, e contará com as presenças do ministro da Cultura, Juca Ferreira, do secretário da SPPC/MinC, Célio Turino, dentre outras autoridades Na ocasião, o artista popular de Minas Gerais, Pereira da Viola, executará o Hino Nacional, e logo após haverá a apresentação da ópera Macunaíma, por um grupo artístico de São Paulo.
A programação conta com uma série de shows e espetáculos culturais a serem apresentados pelos Pontos de Cultura e de um cortejo cultural pela Esplanada dos Ministérios, além da realização do II Fórum Nacional dos Pontos de Cultura, que este ano debaterá o tema Iguais na Diferença, relacionando Cultura e Direitos Humanos. As atividades do fórum têm início no dia 12, quarta-feira, e serão realizadas no auditório do Museu Nacional da República, localizado na Esplanada dos Ministérios. Veja a programação.
Entrevista
Na entrevista abaixo, o secretário Célio Turino, da SPPC/MinC, fala sobre as idéias que deram origem aos encontros nacionais dos Pontos de Cultura e a respeito da parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, estabelecida para a edição da Teia 2008.
Como surgiu a idéia da realização dos encontros da Teia?
Célio Turino – A Teia é uma síntese de reflexão, organização e encantamento. Envolve um encontro presencial com mostras artísticas, que é a questão do encantamento, essa explosão das expressões culturais dos Pontos de Cultura. Envolve, também, seminários que refletem sobre determinados temas. No caso, deste ano, o tema trata sobre cultura e direitos humanos. É um princípio do Programa Cultura Viva, a gestão em rede dos Pontos de Cultura. Ela vem sendo feita através da costura de diversas redes que estão crescendo e atuando de maneira orgânica. É o caminho da autonomia dos Pontos de Cultura. Será realizado, ainda, o Fórum Nacional dos Pontos de Cultura, que neste encontro, também avança nos mecanismos de auto-organização.
A Teia Brasília 2008 traz algum diferencial com relação as anteriores?
Célio Turino – Em primeiro lugar, uma maturidade maior dos Pontos de Cultura. Tanto que esta Teia tem a organização fundamentalmente nas mãos dos próprios pontos. São eles que definiram a programação cultural e uma série de outras expressões e, também, na organização dos pontos por todo o país, que está cada vez mais forte.
Este ano o tema escolhido foi ‘Iguais na Diferença’, que é fruto de uma parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Qual a contribuição desta parceria para a Teia ?
Célio Turino – Do ponto de vista financeiro, fundamentalmente, é a parte de publicações a posteriori da Teia. Tem um livro e tudo mais. Mas isso não é o mais significante, o principal é a temática dos Direitos Humanos, que esse ano completa 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada e adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas no dia 10 de dezembro de 1948.
Os pontos de cultura são a expressão da diversidade cultural brasileira, desde pontos de cultura como os dos índios Ashaninkas, em Marechal Taumaturgo (AC), onde as pessoas precisam tomar um barco para chegarem até lá, até pontos de cultura com grupos de vanguarda, como o de teatro experimental.
Então é o retrato da diferença, mas no exercício da diferença, as pessoas também se percebem unas. A idéia é de que na diferença as pessoas se percebem na igualdade, em humanidade. No fundo somos todos iguais, diferentes na forma mas iguais na essência.
Esse slogan ‘Iguais na diferença’ saiu de um ponto de cultura. Foi oferecido para a Secretaria Especial de Direitos Humanos para o encontro do ano passado. A gente reapresentou e resignificou, neste ano. O ponto de cultura que proprôs o slogan foi o EletroCooperativa, da Bahia.
1Comentário