A convite da deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), relatora do PL 5798/2009, que cria o Vale Cultura, parlamentares de diversos partidos, dirigentes sindicais e representantes do Ministério da Cultura participaram, na manhã desta quarta-feira (1), no anexo do Senado, em Brasília, de um café da manhã, após o qual se discutiu propostas para agilizar a aprovação, na Câmara, do Vale Cultura, primeira política pública de incentivo ao consumo cultural.

Com mediação da deputada Manuela, compuseram a mesa o secretário Executivo do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy, o senador Eduardo Suplicy (PT/SP), os deputados federais Beto Albuquerque (PSB-RS) e Geraldo Magela (PT-DF), Ubiraci Dantas, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Adi dos Santos Lima, presidente da unidade paulista da Central Única dos Trabalhadores (CUT-SP), e o ator Eduardo Martini.

A deputada Manuela abriu a discussão destacando a urgência de se aprovar a instituição de uma política pública que permitirá acesso à cultura para centenas de milhares de pessoas, dentre as quais muitas nunca foram a uma sessão de cinema, ou a uma peça de teatro, tampouco jamais visitaram um museu, e tantos outros dados levantados em pesquisas que indicam o acesso aos mais diversos segmentos culturais como privilégio para poucos.

O secretário Executivo do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy, falou em seguida, parabenizando o empenho com que a deputada Manuela tem agilizado a tramitação, na Câmara, do PL que institui o Vale Cultura e mobilizado, em eventos como o de hoje, representantes dos mais diversos setores para um debate que interessa a todos, uma vez que “a aprovação do Vale Cultura compreenderá, a um só tempo, acesso à cultura, aquecimento da economia da cultura e, com isso, maior geração de trabalho e renda”, destacou.

Na sequência, o senador Eduardo Suplicy assegurou que, assim que encaminhado para votação no Senado, o PL do Vale Cultura terá nele um defensor leal e determinado, “pelos benefícios que a sua instituição compreenderá a toda sociedade e, por natural extensão, ao país”.

O ator paulistano Eduardo Martini, em sua fala, contou que a expectativa da classe artística para com a aprovação do Vale Cultura é imensamente positiva, pois, com o fomento público do consumo, haverá um aumento de espectadores, o que possibilitará a produção de mais espetáculos e, assim, consequentemente, maior oferta de trabalho para costureiras, iluminadores, cenógrafos e tantos outros profissionais indispensáveis às produções culturais.

Também sobre as oportunidades que a aprovação do Vale Cultura corresponderá para a classe trabalhadora falaram os dirigentes sindicais Ubiraci Dantas, da CGTB, e Adi dos Santos Lima, da CUT-SP, para os quais é fundamental intensificar o diálogo com dirigentes de entidades patronais, para que estes participem de um projeto que trará benefícios para todos: para os trabalhadores, haverá, além do ganho humano, cidadão, que a cultura oferece, o ganho material, com mais vagas de trabalho, e para as empresas, além da renúncia fiscal que o Vale Cultura compreende, o retorno institucional, positivo à imagem de qualquer empresa que apresente responsabilidade social.

Comum a todos os presentes, em suas falas, um mesmo desejo: de aprovação do PL do Vale Cultura ainda este ano.

*Com informações da Assessoria de Imprensa do Ministério da Cultura.


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Atriz, pós-graduada em gestão da cultura.

2Comentários

  • julio saggin, 7 de dezembro de 2010 @ 2:52 Reply

    Sou a favor do Vale Cultura e tenho a mesma visão de Eduardo Martini, ator paulistano. No entanto, sou contra o que dizem os dirigentes sindicais, que a meu ver não defendem em nada o trabalhador, seja ele de qual segmento for, ainda mais o artistico. Intensificar que diálogo, se não existe? E mais, o discurso dessas pessoas ligadas as entidades patronais só trará beneficios para seus dirigentes.
    O que se deve fazer, são leis. Para recursos, temos o que realmente funciona o MP, além de vários bons advogados.

    Abraço cultural,
    julio saggin

  • luis alencar, 9 de dezembro de 2010 @ 14:18 Reply

    Em que se fundamenta o "Vale Cultura"?. Para omitir uma opnião sobre esse programa necessitaria uma maior explicação de seus propósitos. Mas, uma coisa adianto, não acredito na política da gratuidade. Não acho que é dessa maneira que se faça política pública. Espere que o "Vale Cultura" fomente a educação artística. Uma educação que não seja orienta a formação de platéia, pois essa tb duvido dos seus resultados práticos. No entanto, uma educação de sensibilização ao processo artístico, onde as pessoas possam se encontrar e essa ferramenta represente um instrumento de transformação. Acredito que somente assim possamos ter um público (usuário) dos espaços culturais.
    Luis.

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