O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) divulgou nesta segunda-feira (28/3) seus resultados referentes ao ano de 2010. O valor distribuído aos compositores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos cresceu 9 % em relação a 2009, totalizando cerca de R$ 346,5 milhões e beneficiando 87.500 titulares.
A música brasileira continua tendo destaque: das obras musicais contempladas, 77% foram nacionais e 23% estrangeiras. Nos últimos cinco anos, os valores de direitos autorais distribuídos aos titulares de música aumentaram em 68%.

Alguns segmentos apresentaram aumento significativo nos valores distribuídos, entre eles: Cinema (96%), Carnaval (24,3%), Festa Junina (18,7%) e Música ao Vivo (11,63%).
Os segmentos com maior crescimento foram: Mídias Digitais (361,3%), Shows (23,6%), TV aberta e por assinatura (22,2%), Casa de Diversão (21,2%), Academia (16,7%), Sonorização Ambiental (13,7%, incluindo lojas comerciais e restaurantes) e Hotel/Motel (9,3%).

Em 2010, o Ecad arrecadou R$ 432,9 milhões, o maior crescimento dos últimos sete anos. De acordo com a entidade, alguns dos fatores contribuíram para este crescimento foram: o cadastro de novos usuários de música, entre eles, os do segmento de Mídias Digitais e grandes redes de lojas; a abertura de novas unidades com potencial de arrecadação (aumentando a capilaridade de atuação do Ecad); manutenção do foco na arrecadação de varejo (estabelecimentos comerciais) e a recuperação de débitos de usuários inadimplentes através de uma Central de Teleatendimento própria focada na cobrança de direito autoral.

Além disso, houve investimento em novas soluções tecnológicas para aprimorar os processos de arrecadação e distribuição de direitos autorais; aumento na estrutura de captação das músicas executadas; investimentos na qualificação das equipes e no controle dos processos; e a manutenção do trabalho constante de comunicação dirigida aos usuários de música e formadores de opinião de diversos segmentos, focado na conscientização sobre a importância do pagamento do direito autoral e o esclarecimento sobre o trabalho realizado pelo Ecad.

Os valores arrecadados em vitórias judiciais chegaram a aproximadamente R$ 86,5 milhões, com destaque para as conquistas obtidas contra a rede de TV Bandeirantes e as TVs por assinatura,  TVA SP, Net Rio de Janeiro e Net Santa Catarina, além de vitórias contra conhecidas casas de shows, hotéis, estabelecimentos comerciais e cinemas.

A equipe de “técnicos de distribuição” – profissionais que realizam as gravações das músicas utilizadas em shows e música ao vivo – cresceu 50% e, como conseqüência, o percentual de cidades cobertas pelas gravações aumentou em 110%. Como resultado tanto do crescimento da arrecadação deste segmento quanto do aumento da estrutura de captação das músicas, foram distribuídos valores referentes a 41.573 shows, equivalentes a 1.220.852 execuções musicais captadas pelo Ecad. O valor total repassado aos titulares provenientes deste segmento foi de R$ 57.024.621,30.

O Ecad fechou acordos com o canal de vídeos Youtube e o grupo Box Cinemas, que passaram a pagar direito autoral. No segmento de sonorização ambiental, o maior destaque foi a assinatura de contratos com grandes redes de lojas como a multinacional Starbucks, especialista em cafés e outras bebidas à base do grão e presente em mais de 30 países; a rede Multicoisas, com 80 lojas, especializada em soluções para as necessidades do dia a dia; a rede de calçados Di Santini e a rede varejista de roupas Ellus.

Atualmente o banco de dados do Ecad conta com o cadastro de cerca de 418 mil usuários de música, 2,311 milhões de obras musicais, 862 mil fonogramas, 71 mil obras audiovisuais e com mais de 342 mil titulares de música cadastrados, sendo considerado um dos maiores da América Latina.

*Com informações da Assessoria de Imprensa do Ecad


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5Comentários

  • Sergio Henrique, 29 de março de 2011 @ 2:56 Reply

    Pergunta: se um estabelecimento comercial, como um restaurante ou um consultório, usa como som ambiente programação radiofônica, os direitos autorais pela música tocada já não teriam sido pagos pelas rádios?

    O Ecad, pelo jeito, quer cobrar uma “taxa de onipresença”. Já tem investido contra grandes festas de família, como casamentos daqueles que rendem nota em coluna social. Dizem que é evento público. Já perderam processos, pois o juiz vêm um casamento como evento privado, mesmo que seja grandioso, pois é um marco de relações familiares e dirigido a convidados.

    Daqui a pouco, o Ecad vai sacar uma pesquisa mostrando de tantos porcento de negócios são fechados em festas e jantares caseiros, e vai exigir pagamento de direito autoral — se não pedir um percentual pelo ganho de cada negócio firmado…

  • Mário Henrique de Oliveira, 30 de março de 2011 @ 9:25 Reply

    Caro, Sergio Henrique.

    Eu concordo com vc, de que, cobrar direito autoral de uma festa de casamento é um tanto quanto cruél, mas convenhamos.

    O Bufet cobra, o padre cobra, o salão cobra, a banda cobra, mas o autor! Bem, esse tem que dar de graça, a única coisa que ele tem para vender.

    É um tanto quanto estranho, vc não acha!

    Eu concordo, que esses números do ecad, são mentirosos, porque eu conheço o mecanismo de funcionamento, principalmente na distribuição e digo!

    O que o Ecad vai distribuir agora, em Abril, é refente aos meses de Outubro, Novembro e dezembro de 2010.

    Se o ECAD tivesse que pagar hoje, todos os meses atrasados para botar a casa em ordem, ele quebraria, pois existe um rombo incalculavél no sistema.

    Que a dra. Glória, me desminta, não com aquela, de explico mas não explico, que ela apresente números. O que eu acho difícil, e nas ações que ela diz que ganhou contra usuários, que se publique quanto os advogados ganharam.

    Dizem as más linguas, que o advgado do ecad, que trabalhava a muitos anos, saiu, pois, se desentederam na hora do acerto da grana da band. ai! dr. Fael.

    Quer dizer, ela diz que aumentaram os fiscais, (bem essa coisa de fiscal, é mais estranho ainda), para gravarem os repertórios.

    Eu só gostaria de saber aonde? Em São Paulo, eles contratam de vez em quando, alguém para fazer esse tipo de planilha e gravação.

    O que o Ecad gosta mesmo, é de mandar boleto, receber sem planilha, e pagar o repertório que eles já tem pré estabelecido, que por sinal é quase sempre o mesmo, pois esse beneficia as gravadoras multi nacionais e as editoras.

    Eu espero que um dia, o judiciário acorde, bem, vai ser meio difícil, ainda mais com toda essa grana, mas quem sabe, a esperança é a última que morre.

    Atenciosamente.

    MarinhoTP.

  • Sergio Henrique, 30 de março de 2011 @ 13:54 Reply

    Marinho, olá. Em festas assim, normalmente um DJ é contratado, e é usual que ele inclua em sua conta o pagamento de direitos autorais.

    De todo modo, a distribuição desigual de oportunidades econômicas é parte do jogo numa economia livre. O uso gratuito de música protegida por direito autoral é permitido por lei quando se trata de situação privada, este é o fato. Como é fato que a florista que foi paga pelo organizador da festa não ganha por cada uso alheio do tipo de arranjo que ela faz — arranjo floral é considerado técnica, não criação.

    Veja que situação curiosa: um professor não é protegido por direito autoral quando ministra sua aula, mas se ele transforma o que diz em sala de aula num livro, torna-se autor e passa a controlar como propriedade aquele discurso capturado em papel (ou bytes).

    Podemos até pensar que o direito autoral tenta estabelecer uma remuneração compatível com a realidade geral dos artistas, entendendo ser justo pagar pelo uso público de uma música. Mas o atual sistema de direito autoral cria distorções bem grandes.

    Isso me lembra o debate sobre direito autoral de músicos em filmes que o Jorge Furtado puxou em seu blog. Lá questionou-se por que os músicos têm direito a um percentual da bilheteria e diretores, roteiristas, fotógrafos e outros profissionais essenciais à criação cinematográfica não têm.

    O ECAD respondeu que os outros não têm porque não se mobilizaram para isso. O que deu margem ao seguinte questionamento: o quanto comprometeria a viabilidade econômica da atividade exibidora um conjunto cumulativo de taxas de direito autoral para cada categoria profissional envolvida na criação do filme?

    O raciocínio pode ser estendido para a sociedade em geral. Quanto o cidadão comum aguentaria pagar se cada categoria de criador estabelecesse um sistema de cobrança generalizada que nem o do ECAD?

  • Carlos Henrique Machado, 30 de março de 2011 @ 16:02 Reply

    Exatamente Mario Henrique.

    É esse mensalão feito por planilha como uma continha de luz que chega pra todos, sem descriminar que músicas estão sendo cobradas e que compositores serão beneficiados, e que faz a festa da arrecadação do Ecad e dos artistas que podem pagar jabá. É aí que está o maior rombo, o maior escracho com o compositor brasileiro, as pessoas pagam uma folha em branco (os chamados mensalistas). E Dona Hollanda ainda posa de Santa Cecília, a padroeira dos músicos.

    Já a cobrança em casamentos, na grande maioria o repertório está em domínio público, como a Ave-Maria de Gounod, a mais executada, mas ainda assim o Ecad cobra. A sociedade nunca quis surrupiar nada de ninguém, ao contrário, ela tem bancado há anos o cinema brasileiro e ainda vai ao guichê e paga para assistir ao filme. O teatro e muitos shows acontece a mesma coisa, não aceita nem meia-entrada, uma vergonhosa bi-tributação. E é isso que pretendo escrever no meu próximo artigo, quantas vezes o brasileiro paga tributo pelo mesmo produto cultural.

    Deveríamos estranhar que a nossa indústria cultural, sobretudo o cinema e o teatro que estão aí vivendo de Lei Rouanet e outras leis de incentivo, estaduais e municipais e não saem do lugar, acumulam prejuízo em cima de prejuízo. Aí vem o Ecad quebrando recordes de arrecadação. E você ainda vem com essa informação de que o Ecad está quebrado, eu acredito, pois a vaca é gorda mas tem muito bezerrão pra mamar, aí o jeito é ir para as ruas arrancar o couro do brasileiro mais uma vez, até mesmo em espaços públicos, agora contando com os aplausos da Ministra em suas tribuna de honra assistindo a arte brasileira sendo jogada na arena dos leões famintos.

  • Mário Henrique de Oliveira, 31 de março de 2011 @ 17:23 Reply

    Olá, Carlos Henrique.

    Eu acho que vc não entendeu a minha colocação.

    Quando eu disse que o ecad está quebrado, foi porque, eles quebraram! Essa administração, que ai está.

    Pois, o que o ecad está pagando esse mês, é refente aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2010.

    Agora vc imagina, se eles tiverem que pagar todos esses meses, e mais, janeiro, fevereiro e março de 2011.

    E aonde está o dinheiro, que foi arrecadado desses meses, pois o usuário, paga todo mês, e eles pagam com seis meses depois de arrecadado, sem falar nas musicas, que estão no retido.

    O que eu digo,é qué, se não for ilegal, é no minímo imoral, essa cobrança feita por boleto bancário, sem planilha.
    Isso eu venho denunciando a muito tempo, inclusive eu tenho documentos, que comprovam, não só essa irregularidade, como muitas outras.

    Quando vc for escrever a respeito eu posso lhe ajudar a informar, uma série de irregularidades cometidas por esse pessoal, que tomou de assalto, o que deveria ser do Compositor.

    Outra coisa, o Brasil é um dos poucos paises do mundo, que cobra e distribui direitos conexos, para Editor, Gravadora, Músico e intérprete.

    E tem um outro problema, que pouca gente fala, e conhece, a lei 9.610/98, diz, os direitos conexos, tem que ser cobrado em separado do autoral, mas o ecad, cobra tudo junto, no mesmo boleto, porque será não?

    Eu não acho que devemos deixar de cobrar, o que, nos é de direito, mas como eu já falei, com respeito ao usuário, e que, chegue na mão do seu verdadeiro dono, o autor.

    Abraços.

    MarinhoTP.

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