Considerado para ocupar a cadeira de Ministro da Cultura de Dilma Rousseff, coube a Emir Sader o convite para a presidência da Casa Rui Barbosa, organização de pesquisa vinculada ao MinC. Após a desastrosa entrevista concedida à Folha de S.Paulo no último fim-de-semana, em que chamou a ministra Ana de Hollanda de autista, Emir Sader foi demitido antes mesmo de esquentar a cadeira.
A ministra Ana de Hollanda soltou a seguinte nota oficial hoje: “Comunico que o senhor Emir Sader não será mais nomeado presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa. O nome do novo dirigente será anunciado em breve”. A decisão de não empossá-lo veio da Presidência da República, que tem adotado postura de intolerância com críticas privindas de integrantes do governo e dos partidos aliados.
Ao ser informado da demissão sumária, Emir Sader soltou a seguinte nota à imprensa:
Consultado sobre a possibilidade de assumir a direção da Fundação Casa de Rui Barbosa, elaborei proposta, expressa no texto “O trabalho intelectual no Brasil de hoje”. No documento proponho que, além das suas funções tradicionais, a Casa passasse a ser um espaço de debate pluralista sobre temas do Brasil contemporâneo, um déficit claro no plano intelectual atual.
Como se poderia esperar, setores que detiveram durante muito tempo o monopólio na formação da opinião pública reagiram com a brutalidade típica da direita brasileira. Paralelamente, o MINC tem assumido posições das quais discordo frontalmente, tornando impossível para mim trabalhar no Ministério, neste contexto.
Dificuldades adicionais, multiplicadas pelos setores da mídia conservadora, se acrescentaram, para tornar inviável que esse projeto pudesse se desenvolver na Casa de Rui Barbosa. Assim, o projeto será desenvolvido em outro espaço público, com todas as atividades enunciadas e com todo o empenho que sempre demonstrei no fortalecimento do pensamento crítico e na oposição ao pensamento único, assumindo com coragem e determinação os desafios que nos deixa o Brasil do Lula e que abre com esperança o Governo da Presidente Dilma.
Rio de Janeiro, 2 de março de 2011
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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