União Brasileira de Escritores encaminha documento a candidatos que urgencia a mobilização por programas de leitura como forma de desenvolvimento econômico e social Por Deborah Rocha
Leitura e desenvolvimento
?Não há democracia estável em países iletrados; tampouco, prosperidade duradoura e justiça social?. Assim começa o manifesto intitulado ?Por uma Política Nacional da Leitura?, escrito pela União Brasileira de Escritores (UBE), que será enviado aos candidatos a cargos eletivos da República. O documento destaca a capacitação para o uso da informação escrita como um dos fatores decisivos para a criação de uma nação justa, rica e culta. Da mesma forma, cita a ampliação do repertório simbólico como um estímulo à criatividade e à possibilidade do domínio dos códigos técnicos e instrumentais, gerando produtividade e desempenho profissional.
Repertório cultural
Partindo da premissa de que os elevados índices de leitura per capita precedem, historicamente, o desenvolvimento em outros campos, a UBE urgencia a necessidade de uma política nacional para criar leitores em larga escala. ?Há uma tarefa inadiável: o quanto antes, familiarizar cada vez mais a população com a leitura, especialmente da obra literária, bem como do jornal, da revista e do computador, suportes da informação escrita. A capacitação para a leitura – condição prévia para o enriquecimento cultural, a Justiça e a Democracia – será fundamental para que o País venha a desenvolver-se?, diz o manifesto.
Fomento e difusão
Deste modo, baseada em avaliações escolares e em pesquisas de analfabetismo funcional atuais, entre outros, a UBE chama a atenção dos futuros gestores do país a dedicarem-se a políticas nacionais de leitura que dêem não apenas continuidade mas incentivo às forças já empenhadas em tal tarefa. ?Não resta dúvida de que a quantidade e qualidade do investimento nesse campo é um tema, em favor do qual a sociedade deve ser sensibilizada e mobilizada, pois definirá o futuro da Nação?, destaca.
Teoria na prática
?O fundamental é de fato, em uma proposta dessas, ter um mecanismo de follow up, de cobrança e acompanhamento de ações. Se não, vira mera panfletagem cultural, apenas mais uma manifestação de boas intenções?, diz Cláudio Willer, presidente da UBE. Em relação a exemplos concretos de políticas de incentivo à leitura, Willer cita as recentes ações do Instituto Brasil Leitor: a preparação junto com o SECOVI de projeto de instalação de bibliotecas em condomínios ? segundo ele, uma boa indicação do que pode ser feito junto com a iniciativa privada ? e a instalação, em parceria com a PM, de bibliotecas nos Poupatempo, ?mostrando que ação cultural pode ser do governo todo, não se restringindo apenas aos órgãos culturais públicos?. Ações como estas, representam, nas palavras do manifesto, o ponto de partida para qualquer política de leitura.
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