Especialistas do audiovisual, dirigentes do MinC e representantes da sociedade civil reuniram-se, em Brasília, no primeiro Comitê Técnico do Audiovisual para discutir as diretrizes do Fundo Setorial de Incentivo à Inovação Audiovisual (FSIIA). Contando com a presença de 14 membros, a reunião do Comitê Técnico do Fundo Setorial de Incentivo à Inovação do Audiovisual, debateu propostas para compor o conjunto de iniciativas a serem apoiadas pelo novo Fundo.

O objetivo dessa primeira reunião do Comitê foi discutir as diretrizes e linhas do Fundo Setorial, além de avaliar uma proposta de atuação imediata, ainda para 2010.  Apesar de ser implantado apenas em 2011, juntamente com outros sete fundos setoriais, a ideia do Ministério da Cultura é lançar ainda este ano Fundos Setoriais que, mesmo com orçamento parcial, comecem a exercitar como eles poderão ser no futuro.

Desde 2003, a Secretaria do Audiovisual (SAv) vem discutindo e propondo formas de ampliar o fomento ao audiovisual brasileiro por meio de programas e editais.  O Fundo de Inovação não substitui o orçamento tradicional da SAv que, em 2011, continuará com os programas e fomentos existentes – editais de longas-metragens, curtas-metragens, documentários, apoio a Festivais, Cineclubes entre outros, garante o governo. A proposta é justamente complementar esses mecanismos.

Contudo, prevaleceram as propostas elaboradas pela SAv. As propostas serão encaminhadas à Comissão do FNC juntamente com as propostas dos outros 7 Fundos Setoriais. Ainda não estão definidos os valores a serem aportados para o Fundo Setorial de Incentivo à Inovação do Audiovisual, mas a expectativa está situada entre R$30 e R$35 milhões. Não há previsão para a realização de um novo encontro do Comitê Técnico.

A proposta apresentada para debate trouxe um leque de dez ações e visa fomentar ações em áreas inovadoras como as de videoclipes, videodança, desenvolvimento de roteiro, interprogramas, programas universitários, projetos de curadoria, videolocadoras e empreendedorismo cultural por meio de coletivos criativos.  O encontro com a sociedade civil permitiu o surgimento de novas ideias que aperfeiçoaram programas e pensaram novos públicos e novas ações.

O objetivo é que esses primeiros programas e editais sirvam como exemplos de política pública inovadora. Novas propostas para compor o modelo do fundo estão sendo encaminhadas pelo comitê e ainda podem compor o Fundo Setorial de Incentivo à Inovação Audiovisual.


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Atriz, pós-graduada em gestão da cultura.

1Comentário

  • Edson Ferreira, 5 de outubro de 2010 @ 10:02 Reply

    Há uma necessidade extrema de discussão no campo do financiamento da produção audiovisual, sobretudo no que contempla os atores envolvidos – leia-se beneficiados com recursos governamentais, que, diga-se de passagem, são sempre os mesmos. Onde está a origem desse mesmismo? Faltaria um melhor aprimoramento técnico dos que desejam formatar adequadamente um projeto audiovisual que atenda aos interesses dos órgãos gestores e/ou financiadores, de forma que não haja sempre um grupo restrito que detém essa habilidade? Penso que esse ponto é fundamental. Não é possível que haja um sem-número de realizadores que ficam de fora dos financiamentos por conta de uma aparente falta de habilidade para estruturar suas ideias e transformá-las em projetos interessantes e viáveis à sociedade brasileira. Obviamente que os filmes "fora da lei", ou seja, realizados sem recursos de terceiros, continuarão a existir, pois o volume de dispositivos, de atores e de desejos de expressão não param (e nem devem).

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