Em parceria com a Unesco, Secretarias da Cultura e do Trabalho do município de São Paulo realizam projeto que irá cadastrar informações e estimular a produção cultural localCapacitação
A Prefeitura de São Paulo inicia, no próximo dia 15 de outubro, as aulas do Projeto de Oficinas de Capacitação de Agentes Comunitários Culturais, lançado pela prefeita MartaSuplicy, nesta terça-feira, dia 8, em solenidade no Palácio das Indústrias. Oprojeto foi desenvolvido pelas secretarias municipais de Cultura e doTrabalho, em parceria com a Unesco, e tem o apoio das secretarias deTransportes e das Subprefeituras.
Teatro do Oprimido
Os coordenadores do projeto, o dramaturgo Augusto Boal e o sociólogo eespecialista em gestão cultural, Pedro Braz, que participaram do ato, vãoutilizar o Teatro do Oprimido, um método teatral coletivo de discussão ereflexão sobre conflitos e dramas do cotidiano.
Política social
O projeto, conforme destacou a prefeita, “coroa uma nova geração depolítica social e do trabalho, que já beneficia quase 300 mil famílias oumais de um milhão de pessoas. Desta vez, os adolescentes do programa BolsaTrabalho e os maiores de 40 anos do programa Começar de Novo terão aoportunidade de receber, por quatro meses, capacitação para atuarem comoagentes culturais dentro de suas próprias comunidades”.
Serão formados 36 coordenadores que aplicarão oficinas em 24 distritos dacidade e treinarão 1.800 bolsistas de programas sociais para atuarem comoagentes culturais na periferia da cidade. Os cursos serão dados em salasde aula, espaços públicos e casas de cultura.
Módulos
O secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade,Márcio Pochmann, informou que os bolsistas participarão de dois módulos docurso: a do Teatro do Oprimido e a de Agentes Culturais. O bolsista devedetectar a produção cultural existente em seu convívio social e, nosegundo momento do projeto, cadastrar informações e estimular a produçãocultural local, organizando atividades no bairro.
Inclusão social e cidadania
O Teatro do Oprimido, criado por Augusto Boal na década de 70, éreconhecido internacionalmente (existem grupos em pelo menos 36 países). Ométodo propõe a aplicação de técnicas teatrais em projetos de inclusãosocial e cidadania, como a formação de agentes culturais lançada agorapela Prefeitura de São Paulo para capacitar jovens e adultos desempregados.
“É uma forma na qual as pessoas se transformam em artistas não porque agente dê alguma coisa a elas, mas porque elas são artistas e não sabemdisso. O primeiro benefício é esta expansão da personalidade que ocorrequando inevitavelmente fazem Teatro do Oprimido. Na prática, trabalharemoscom 36 agentes que vão multiplicar para 1.800 e depois muitos milharesmais. É um benefício da quantidade que também estamos procurando”, definiuBoal.
Feiras de Cultura
Na avaliação do secretário de Cultura, Marco Aurélio Garcia, o projeto vaiestimular não só a formação de grupos e de agentes culturais, mas tambémpermitirá a realização de um grande levantamento cultural na cidade, quepoderá se desdobrar, como proposto pelo coordenador Pedro Braz, em 36feiras de culturas nos bairros da periferia. “Queremos que todo estetrabalho de formação, associado ao levantamento cultural e às expressõesdo Teatro do Oprimido, convirjam para a realização das feiras durante oaniversário da cidade. Nesses espaços estarão presentes os processos dereconstituição da vida e da história dos bairros”.
Distritos
Os 23 distritos onde serão realizados os cursos de capacitaçãode agentes culturais incluem: Cidade Ademar, Cidade Dutra, Ermelino Matarazzo,Guaianases, Itaim Paulista, Itaquera, Jabaquara, Jaçanã, Jaguaré, Jaraguá,Jardim Helena, Jardim São Luis, Pedreira, Perus São Matheus, São Miguel,São Raphael, Sapopemba, V.N. Cachoeirinha, Vila Curuçá, Vila Jacuí, VilaMaria e Vila Leopoldina.
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